Foram 804 registros da espécie na Amazônia brasileira e 32,2% desses registros foram feitos em espaços onde a espécie não é conhecida.
Com a imensa multiplicidade de espécies de fauna e flora, o bioma amazônico possui muitas espécies endêmicas. Mas o que são espécies endêmicas? Animais que vivem em um pequeno domínio geográfico são endêmicos, ou seja, limitados a uma determinada região.
Um exemplo disso é o sauim-de-coleira, que vive em um pequeno espaço de 7,5 km² e abrange os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, no Amazonas.
Fatores como incêndios e desmatamento, que cresceram exponencialmente nas últimas décadas, estão fazendo com que esses animais percam cada vez mais seu habitat natural, forçando-os a migrar para outro lugar.
Foi precisamente isso que aconteceu com a tartaruga (Zenaida auriculata), também conhecida como avoante. O Portal Amazônia mostra uma publicação através da Acta Amazônia sobre a expansão do território dessa ave.
Publicado recentemente, o estudo deu origem a um alerta sobre uma possível datação entre a expansão da distribuição da espécie Zenaida auriculata na Amazônia e o avanço do desmatamento.
Para maior compreensão, 804 registros da espécie foram feitos na Amazônia brasileira e 32,2% desses registros foram feitos em espaços onde a espécie não é conhecida.
Os pesquisadores analisaram mapas de espécies conhecidas como avoante ou pombo-do-país e desmatamento na Amazônia durante um período de 38 anos.
Também conhecida como orelha de pombo, essa ave tem baixa sensibilidade aos ajustes ambientais e vive regularmente em áreas abertas, descobertas em todos os biomas brasileiros, não é típica da Amazônia.
Facilmente adaptado a lugares modificados pela ação humana, o pombo se alimenta basicamente de cereais. Estudos anteriores revelam que sua presença tem sido fortemente relacionada a locais onde há culturas, embora a espécie também seja recorrente em áreas urbanas.
De alguma forma, estudiosos realizaram estudos em plataformas de fotografia virtual, como o WikiAves, uma das principais coleções de fotografias de aves.
Os registros coletados são entre os anos de 1982 e 2020. Também coletaram dados de espaços desmatados na região norte, a fim de comparar pontos de registro de espécies.
Uma das razões que possivelmente teria contribuído para a expansão é que o pombo-pombo do país pode aproveitar culturas agrícolas como soja, milho e trigo.
E como o desmatamento no bioma Amazônia altera as áreas florestais, transformando-as em campos para o habitat preferido da espécie, há algum “sucesso” na colonização dessas áreas.