Dias de Luta, Dias de Glória: Mudança de Paisagem de Artes Marciais no Rio de Janeiro

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Perdoe o trocadilho, mas ser lutador no Rio de Janeiro nos anos 1990 foi uma luta. As lutas nos ginásios, nas ruas, nas bolas eram constantes e isso jogou a prática das artes marciais para as cordas da marginalização. No entanto, nas últimas décadas, a situação mudou e hoje as ocasiões envolvendo lutadores são um sucesso de público, além da prática do wrestling como esporte, que definitivamente entrou na vida das pessoas.

Um dos caras que passou por todos esses ajustes Alex Gazé. Nascido e criado na comunidade do Grajaú, na zona norte do Rio de Janeiro, Gazé tem 48 anos e começou a lutar aos 12 anos, em busca de suas técnicas de autodefesa e, consequentemente, uma construção da autoestima, já que o Array, nessa idade, foi alvo de bullying na escola. Seus primeiros passos no tatame foram no clássico salão de boxe tailandês, sob a batuta da lenda do esporte Luiz Alves.

“Aquela época [dos anos 1990] foi muito louca. Eu, que praticava muay thai e wrestling, ao contrário de muitas outras pessoas da minha geração, tinha amigos de jiu-jitsu e estava procurando me exercitar com eles, mas não consegui, porque havia aquelas lutas. É até um arrependimento que eu tenho, hoje meu chão seria muito mais sutil se eu tivesse praticado jiu-jitsu de pano nos anos 1990. Mas foi confuso por causa dessa rivalidade e muitas outras pessoas viram lutadores com visão ruim”, diz Alex Gazé, que lembra bem do tempo, especialmente a dança de salão, que ele não compareceu, viu muitas outras pessoas morrerem e coisas ruins acontecerem nesses eventos.

Os bailes funk de Runner nasceram na década de 1990 no Rio de Janeiro, segundo o Wiki Portal Favelas, “eles foram gerados em meio a festivais de gangues. Festival des galères foi o chamado para bailes funk que, organizados através de equipamentos de som, traziam um tema de redes sociais para galerias (comunidades) toda semana. Cada ‘pessoa’ desenvolveu sua própria criatividade para explicar o tema proposto através de modelos, bolas coloridas e um usuário estava prestes a fazer um ‘grito’ (uma música/rap focado no tema). “No entanto, o que era uma festa terminou em brigas gerais.

Brigas entre membros de academias dedicadas a certas artes marciais também não eram incomuns na época. Entre os episódios de maior destaque está a invasão da academia Naja, na zona sul do Rio. As lutas entre praticantes de jiu-jitsu e wrestling eram constantes. Em vários lugares.

“Essas lutas aconteceram, mal, porque marginalizaram os lutadores, eles não nos viam como atletas. É horrível. Por outro lado, foi daí que veio o MMA, que saiu do MMA sem regras, com a família Grace, foi o início do UFC. Esse foi o começo de tudo”, lembra Gazé.

Os tempos de marginalização das artes marciais sofreram o ataque do tempo e a visão que outros tinham, em geral, da luta mudou. Enquanto isso, Alex Gazé tem um empresário na área. Fundou o Face to Face, evento de MMA que começou em 2009.

“Minotauro me ligou um dia e me disse que Sylvester Stallone, que estava filmando um filme no Rio, queria ver um evento de MMA. Eu nunca tinha feito um evento. O Minotauro me deu esse papel. Era uma sexta-feira, às 22h e eu tinha que organizar o evento às 20h. m. , para acontecer no dia seguinte. Eu era louco na época, mas eu ficava ligando para outras pessoas, como conheço muitas outras pessoas na área, eu armei a luta e controlamos para aproveitar a ocasião. “Foi assim que o Face à Face nasceu.

Até agora, foram 12 eventos, todos aplaudidos pela reclamação de especialistas e fãs, com direito a um projeto semelhante ao dos primeiros eventos estrangeiros e a atuação dos lutadores que hoje constituem o Brasil estrangeiro no maior evento da modalidade. o UFC, no caso de Gilbert Durinho e Paulo Borrachinha.

No meio de tudo isso, as maravilhosas ocasiões de luta conquistaram o público. Não é incomum no Rio de Janeiro que bares estejam lotados para assistir a uma luta do UFC, envolvendo brasileiros ou não. “É uma paixão nacional. Os brasileiros adoram MMA. Depois do futebol, o MMA assumiu a lista de esportes favoritos para nós brasileiros”, disse Alex Gazé.

Tanto caiu nos braços de outros que não é mais incomum para celebridades e outras figuras públicas praticarem a luta. Alex Gazé, lutador particular de artistas como Cléo Pires, José Loreto, Nego do Borel e brasileiro. jogador da seleção nacional Thiago Silva.

“Hoje a luta, o MMA, tem regras, gera empregos, outros riem de seguir, não é mais coisa dos marginalizados. As pessoas entenderam isso e estou muito feliz em fazer parte disso desde o início”, conclui o lutador.

Todos praticavam artes marciais, um mínimo de autodefesa. A sociedade seria mais autoconfiante, haveria menos pessoas relaxadas, e as pessoas estariam mais seguras.

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