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Guarani Kaiowá Vitor Fernandes, 42 anos, sofria de uma deficiência em uma perna que o impedia de andar, condição que o impedia de fugir com os demais que fugiram da operação realizada pelo Batalhão de Polícia de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, o BPChoque, no dia 23 de junho.
Os índios filmaram a ação, envolvendo um contingente gigantesco de policiais. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), cerca de 65 policiais participaram da operação, além de 16 carros e um helicóptero.
Incapaz de correr, Vítor morreu com duas balas nas costas e uma na coxa. Seria a primeira de duas mortes em menos de um mês na Retomada Guapo’y, ação dos índios Guarani Kaiowá para a demarcação. de terra em Mato Grosso do Sul.
O homicídio foi registrado na última quinta-feira, 14 de julho. Homens armados emboscaram e mataram um dos líderes da ação, Márcio Moreira.
Em um vídeo gravado em Retomada, Moreira disse: “Na verdade, essa terra que é chamada de fazenda é terra indígena. Aqui está enterrado nosso irmão [Vitor Fernandes], e aqui vamos estar. É por isso. “
De acordo com a Polícia Civil, a morte do indígena possivelmente foi devido a disputas de terras.
O Kaiowa Guarani, que reivindicou como território ancestral a Fazenda Borda da Mata, de 269 hectares. A fazenda está localizada em Amambai, a 350 km de Campo Grande.
A ação de junho, na qual Vítor morreu, tinha como objetivo expulsar os indígenas que ocupavam a fazenda. Enquanto corriam para a Reserva Indígena Amambai, que fica ao lado da fazenda, e buscavam se esconder entre as plantações de milho e aveia, a polícia disparou. Balas e bombas de combustível atingiram o Kaiowá, de adolescentes a idosos, deixando dezenas de pessoas mortas a tiros, pelo menos 20 feridas.
“A polícia entrou, e então ele foi lá [mostra a plantação de milho, onde os índios correram para se esconder] e atirou nele. Uma, duas e três vezes. E ele caiu!” diz Assunção Gimenez (36), viúva de Vitor.
Gimenez diz que Vitor tinha “um velho problema nas pernas e é por isso que ele não podia correr e morreu”. A Sejusp não reconhece a morte de um usuário com deficiência da ação,
Vitor foi enterrado no chão da Retomada, onde seu corpo foi ferido pela bala e caiu. Quase, Assunção construiu sua tenda e agora é onde ele pretende viver, ele não tem ideia do que vai fazer para se sustentar. e cuidar de seu filho.
“Eu não estou mais satisfeito. Minha felicidade se foi. Não quero mais comer. Sem ele, vou querer ajuda para criar nosso filho de 6 anos que fica. Eu não posso! diz Assunção.
Em depoimento perante o Ministério Público Federal de Dourados (MS) no dia 29 de junho, a líder indígena Valdelice Verón disse: “Esse é o tipo de ação que homens armados, a polícia, o DOF [Departamento de Operações de Fronteira de Mato Grosso do Sul] está fazendo conosco. E viemos chorar mais uma vez, porque não é a primeira vez que isso acontece. E neste país, ainda não notamos justiça.
Valdelice é filha de Marcos Verón, um líder indígena brutalmente assassinado em janeiro de 2003. Ela confronta a edição da Sejusp de que os índios estavam armados e atacaram: “Como só Vitor tinha armas grossas se ele era manco?”Ela pergunta: “Como eu ia correr?” Ele não teve sucesso. Como se diz que tínhamos armas pesadas?Chega de mentiras. Já que temos canhões pesados, sem comida, nós os temos!É um massacre. Um genocídio. Um terrorismo que estamos experimentando. “
Em seu relatório, Veron disse que estava cansada de ver tanta morte e violência contra seu povo. E quem sabe os muitos perigos ainda enfrentados pelos Guarani e Kaiowá.
Embora o número oficial mostre apenas 8 feridos, a verdade é, acusar os Guarani, outro: o número contado é apenas aqueles que foram ao hospital em Amambai. Essas pessoas, após serem liberadas, foram detidas. 4 dias, quando a Defensoria Pública da União interveio.
Por causa deste episódio, os índios feridos, alguns com balas ainda alojadas em seus corpos, não foram ao hospital até hoje, devido a preocupações sobre como serão tratados quando receberem alta. Saí e comecei a procurar os feridos. E eles não pediram ajuda, porque tinham medo de passá-lo para o fazendeiro e para a polícia. Eu atirei com um rifle e uma borracha. Meu vizinho que me ajudou. eles até tentaram me levar ao hospital, mas tenho medo que eles me agarrem e me matem”, disse Clodoaldo Guarani-Kaiowá, 38.
Para lidar com a dor, os nativos foram tratados com Dipyrone. No momento da reconquista da Ponte, eles estavam cobertos, enquanto gotas de remédios eram derramadas em uma colher.
Aquele que introduziu a droga Roberto, que pediu para ser discutido apenas pelo seu primeiro nome. Seu quadro é marcado por pelo menos cinco balas de borracha.
No dia da operação, Roberto ouviu os gritos e tiros. Preocupados, eles o colocaram em sua motocicleta e caminharam até o abrigo para descobrir o que estava acontecendo. Ele foi preso pela polícia que ordenou que ele voltasse para a reserva. Ele afirma que quando virou a moto, a polícia começou a atirar e persegui-lo.
Até o momento em que ele foi atingido com o carro. A bala de borracha não me atropelou, o que me atropelou foi o caminhão que me atropelou. Me atingiu deixou uma marca no meu corpo”, diz ele.
Roberto foi levado para o hospital. Ele ficou preso por 4 dias depois de ter alta do hospital.
Cecília Simeni Aquino, 63 anos, também foi demitida. Um projétil o atingiu na perna, perto do joelho, enquanto ele procurava abrigo em meio a tiros. “Meu centro acelera depois de ser baleado. Estou com febre, desconforto. Estou com medo, porque quase morri”, disse Aquino. Nunca notei os arremessos, nunca provei a bola. Estamos aqui porque esse povo é nosso.
De acordo com o De Olho nos Ruralistas, a Fazenda Borda da Mata pertence à empresa VT Brasil Administração e Participação. A corporação está na ligação de Waldir Cândido Torelli e seus três filhos: Waldir Júnior, Rodrigo e um adolescente de 18 anos.
Torelli já fundou frigoríficos no Brasil e no Paraguai. Dono de 3. 792 hectares, divididos em dez residências em Amambai, o empresário já foi acusado de desmatamento e extração ilegal de madeira. Atualmente tem uma dívida ativa com a federal de 493,2 milhões de reais. .
Em depoimento à polícia, as governantas de Torelli em Borda da Mata disseram que os índios destruíram e saquearam a fazenda quando entraram no território.
A história se repetiu através das forças de segurança de Mato Grosso do Sul para justificar suas ações. No entanto, o resultado parcial da investigação antropológica realizada pelo Ministério Público Federal na área do confronto, entre 28 de junho e 4 de julho, revelou que se trata de mentira.
De acordo com o relatório especializado, “a alegação de que eles quebraram tudo e que tudo roubado não se sustenta, no entanto”. O relatório diz: “Fotografias tiradas em 27 de maio, algum tempo após o primeiro sequestro dos indígenas através da Tropa de Choque da Polícia Militar, e disponibilizadas ao MPF através dos antigos habitantes, ilustram o lugar imundo e derrubado, mas também valores que interessariam aos povos indígenas e que permaneceram lá, como equipamentos de pesca, bacia plástica, cilindro de combustível, freezer e cortina. Você pode ver camas, colchões, sofás, poltronas, uma TV e até uma conta de R$ 2”.
O relatório do Ministério Público Federal corrobora essa versão. “As fotografias tiradas através do MPF foram vistoriadas da mesma forma, em 1º de julho, poucos dias após a ação momentânea da Tropa de Choque – que resultou na morte do indígena Vitor Fernandes-. mostra a mesma ‘casa azul’ com um interior branco e mais alguns tecidos que podem ser precificados para os nativos que acampam lá: fogão, geladeira, colchão, toalha, cobertor, roupas, cadeiras, tambor de combustível, potes, garrafa de água mineral, maço de papel higiênico e até um saco de pão. Os dados recebidos pelo MPF são de que entre uma ação da Tropa de Choque e outra, uma equipe de segurança pessoal passou a ocupar a ‘casa azul’ Além da ‘casa azul’, os demais prédios da sede da fazenda, adicionando materiais e equipamentos, não parecem ter sofrido nenhum dano recente significativo. “
Em nota, a Sejusp disse à Ponte que “as tropas foram solicitadas a atuar em auxílio às forças de segurança locais – que foram convocadas através das vítimas – para lidar com crimes comuns como arrombamento, dano, roubo, detenção ilegal, entre outros. outros, todos sob a jurisdição das forças do Estado e que não têm uma decisão judicial. “
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A Sejusp também disse que “um total de 3 policiais foram baleados nas pernas e braços, pois estavam vestidos com equipamentos de proteção e escudos não públicos”. a informação pública, que é através da lei de cobertura de conhecimento, e a permissão para divulgar ou não é de cada uma das vítimas. “A ponte não podia tocar a polícia.
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