LUCAS MARCHESINI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O melhor menino no casamento de Flávio Bolsonaro (PL) e indicado para o cargo de seu namoro com o filho mais velho do presidente da República, o secretário nacional de Esportes, Marcelo Reis Magalhães, usa o orçamento público para passar as férias e a semana de exames no Rio de Janeiro, onde possui uma casa.
O secretário de Governo de Jair Bolsonaro (PSL) já fez apenas uma centena de viagens adquiridas através do governo para companhias aéreas desde que fez em fevereiro de 2020, e em quase todas não há indícios de atividade pública realizada.
Em mais da metade, as viagens permitiram que passassem finais de semana (completos ou parciais) ou férias no estado onde residiam antes de embarcar em Brasília.
O secretário indicou o general Décio Brasil para o cargo, que mais tarde disse ao jornal Folha de S. Paulo que ele acreditava ter sido exonerado por resistir ao pedido de Bolsonaro para nomear o padrinho de Flávio para sua equipe.
“Isso possivelmente teria desagradado o presidente, porque meu impeachment já acompanhou sua nomeação no meu lugar”, disse o general, dias depois de desperdiçar seu cargo.
Marcelo Magalhães fez 98 viagens financiadas com recursos públicos, de acordo com a fórmula de concessão de tarifas e passagens do Ministério da Economia. Desse total, 94 foram para o Rio. Entre as viagens para a capital fluminense, 56 vezes, ou mais da metade, coincidindo com finais de semana ou feriados.
Segundo dados públicos, já foram gastos R$ 332 mil em viagens de Magalhães, somando R$ 56 mil apenas para viagens à cidade onde tem residência permanente.
A investigação vem com todos os voos que o Secretário fez com aeronaves da FAB. Os passageiros nesses voos só são divulgados a pedido da LAI (Lei de Acesso à Informação).
Além disso, o secretário possivelmente teria usado alguns outros meios de transporte para outros destinos comerciais. No entanto, se alguma dessas oportunidades tivesse ocorrido, a ocasião não foi relatada na agenda pública de Magalhães.
O Ministério da Cidadania, ao qual o Ministério do Esporte é subordinado, disse que o Parque Olímpico da Barra é a maior explicação para o Rio.
“O controle do parque não possuía um servidor oficialmente designado até a criação do serviço de controle de equipamentos esportivos em março de 2022, quando era imaginável designar cinco servidores quadrimestados exclusivamente no controle do parque. Ou seja, com um número tão pequeno de funcionários, era obrigatório trabalhar intensamente com o secretário especial no terreno”, disse o ministério à reportagem.
Magalhães assumiu logo após a chegada de Onyx Lorenzoni (PL) ao Ministério da Cidadania. O então ministro é agora candidato de Bolsonaro ao governo do Rio Grande do Sul.
De acordo com o Ministério da Cidadania, as viagens de Marcelo Magalhães ao Rio permitiram negociações com entidades e corporações relacionadas ao destino final do Parque Olímpico. “Essa é uma tarefa árdua e estratégica que a secretaria especial terá que realizar”, disse o ministério. Dito.
“O controle do Parque Olímpico e o fato de que o Departamento de Gestão de Instalações Esportivas da Secretaria Especial de Esportes tem sua sede na cidade do Rio de Janeiro já justificaria a emissão de ingressos”, continuou o ministério, especificando ainda que “muitas vezes um segmento de solteiros com recursos públicos foi emitido, o outro sendo financiado através do próprio secretário, com seus próprios recursos”.
O decreto que regulamenta os negócios no Ministério da Cidadania estabelece que é obrigatório justificar a viagem, indicando expressamente que isso ocorre se os compromissos públicos vierem com fins de semana ou feriados.
“Os pedidos de viagem que começam às sextas-feiras, bem como aqueles que vêm com sábados, domingos e feriados, devem ser expressamente justificados, sendo feitos com um propósito estritamente público”, diz a regra.
A agenda pública de Magalhães raramente orienta sobre os motivos da viagem. De um total de 98 notificados como trabalho, 82 não têm atividade informada no cronograma.
Em outros, o motivo do feriado é quase participar de um evento esportivo no Rio de Janeiro. O secretário já participou de um campeonato de tênis na cidade, dois campeonatos de boxe, o Pan-Americano de Ginástica Artística e Rítmica e um festival de surf em Saquarema (RJ).
A diversidade esportiva não se reflete nos destinos. Seu diário oficial não registra a participação do secretário em nenhum campeonato esportivo do estado.
De acordo com o programa feito para ser realizado através do patrocínio do flávio na página online do Ministério da Cidadania, Magalhães nasceu e treinou jornalismo no Rio, cidade onde “acumulou mais de 15 anos de experiência no setor esportivo”. como consultor, gerente de corridas, patrocínio e fabricante de conteúdo para plataformas de mídia. “
Antes de ser secretário, chefiou o Escritório de Governança do Patrimônio Olímpico no Rio de Janeiro. A entidade é “responsável pelo controle das estruturas esportivas que são um legado dos Jogos Rio 2016, especificamente no Parque Olímpico da Barra”.