Estamos na Década das Nações Unidas para a Restauração do Ecossistema e um dos compromissos climáticos assumidos internacionalmente através do Brasil, por meio da Política Nacional de Recuperação da Vegetação Indígena, para reparar 12 milhões de hectares de espaços degradados até 2030.
Além dos ganhos ambientais, essa reversão da degradação ambiental pode trazer múltiplos benefícios sociais e econômicos, como a criação de tarefas e fontes de renda na cadeia de restaurantes. Isso é demonstrado por meio de estudo inédito realizado pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sobre), o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica (Pacto), a Aliança para a Restauração da Amazônia e Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura, com a ajuda de estabelecimentos vitais em projetos de recuperação no Brasil, como a Conservação da Natureza (TNC) Brasil e o Instituto de Recursos Mundiais (WRI) Brasil.
Coordenado pelos pesquisadores Pedro Brancalion, professor da USP, e Rafael Chaves, especialista em meio ambiente da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e publicado pela revista Gente y Naturaleza, o estudo mostra que, no Brasil, a recuperação de ativos florestais tem capacidade para gerar 0,42 tarefas consistentes com os hectares. Isso significa que uma tarefa é gerada para cada dois hectares restaurados (o que equivale a dois campos de futebol). Levando-se em conta os cenários do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação (Planaveg), tendo entre 20% e 50% de recuperação ativa, com o plantio de mudas e sementes, é imaginável gerar de 1 milhão a 2,5 milhões de tarefas.
Segundo Chaves, a recuperação dos ecossistemas beneficia a sociedade em múltiplas esferas, e os ganhos ambientais às vezes são mais difundidos, este estudo destaca as vantagens sociais e econômicas que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. gerado desde o início do processo de recuperação, que vai desde a coleta de sementes e produção de mudas até o plantio, manutenção e monitoramento, de forma descentralizada em todo o território e em benefício de populações vulneráveis”, afirma o ex-presidente do Sobre.
Regionalidades
A pesquisa mostrou ainda que as pinturas de recuperação ultimamente estão concentradas na região Sudeste (61%), com um terço no estado de São Paulo. Da mesma forma, a maioria dos empregos existentes teme completamente ou a Mata Atlântica (85%), pioneira das atividades de recuperação no Brasil.
Esse conhecimento mostra o desejo de expandir a cadeia de recuperação florestal em outras regiões e biomas. Para Brancalion, o estudo identifica oportunidades de ampliar a recuperação, destacando oportunidades de formulação de políticas públicas que inspirem e transformem a recuperação em uma atividade econômica de grande escala que beneficie a sociedade. como um todo, além de ter um efeito sobre a mitigação das mudanças climáticas globalmente.
“Os resultados positivos que podem resultar das atividades econômicas da rede de restaurantes têm compromissos de investimento de longo prazo, distribuídos de forma equitativa nas regiões e biomas brasileiros. Além disso, destaca-se que a recuperação dos ecossistemas é uma atividade econômica emergente com a perspectiva de geração de emprego e renda, especialmente nas organizações locais”, explica o engenheiro agrônomo.
A opinião é compartilhada por meio de especialistas em recuperação da TNC Brasil que contribuíram para a coleta de conhecimento e a investigação dos resultados. Um desses especialistas, Julio Tymus, lembra que as oportunidades de tarefas podem mobilizar mais investimentos para iniciar a recuperação e sua manutenção a longo prazo.
“Investir na recuperação de ecossistemas traz muitos benefícios ambientais, econômicos e sociais, mas para a sorte das ações é necessário fazer planos, com a progressão de estratégias de curto, médio e longo prazo, bem como políticas públicas e incentivos que permitam a recuperação ativa, bem como a regeneração de ervas em projetos com aplicabilidade em larga escala”, Tymus explica.
O estudo também fornece pesquisas sem precedentes sobre o efeito da pandemia COVID-19 na cadeia de restaurantes. De acordo com os dados, em 2019 foram notificados 4. 713 empregos temporários e 3. 510 empregos permanentes por meio de restauração, dos quais cerca de 60% foram gerados por meio de entidades especializadas em restauração, principalmente entidades sem fins lucrativos (48%) e setor pessoal (37%). No entanto, apenas cerca de 20% desse total foi perdido durante a pandemia em 2020. Investimentos e políticas públicas e incentivos para a recuperação dos ecossistemas são oportunidades para enfrentar esse cenário com a criação de milhares de empregos no curto prazo.
A pesquisa foi realizada em 2020, online, entre 356 instituições da rede de restaurantes em 25 conjuntos da federação, com o objetivo de mapear a concepção e distribuição de empregos no Brasil. Essa pesquisa também deu origem à Vitrina de la Restauración, portal que reúne organizações que atuam no campo da recuperação ecológica no Brasil e facilita o contato com outras pessoas interessadas em recuperação. A exposição do restaurante está disponível ao público no site sobre.
Na mesma página está o Resumo de Políticas Públicas que apresenta, em português, os principais destaques daqueles aplicáveis no contexto nacional, um documento intitulado Potencial de Restauração Desomistêmica para a Criação de Empregos no Brasil.
Organizações
Como estratégia para superar contratempos e ganhar escala na recuperação, as organizações criaram movimentos de recuperação que preenchem lacunas e permitem a troca de experiências. É o caso do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, movimento multissetorial com o objetivo de restaurar 15 milhões de hectares até 2050, que conta com mais de trezentos membros.
Para a coordenadora nacional do Pacto e coautora do estudo, Ludmila Pugliese, integrar e articular os esforços das demais organizações é para a recuperação da escala e a realização de objetivos nacionais. “O estudo mostra que a restauração é uma oportunidade de geração de emprego e renda, trazendo benefícios sociais, ambientais e econômicos para o Brasil. “
Além do Pacto, surgiram projetos regionais no Brasil com o objetivo de articular atores e ganhar força na restauração de ecossistemas, como a Aliança para a Restauração da Amazônia, a Articulação para a Restauração do Cerrado (Araticum), a Rede Sul de Restauração Ecológica e a Rede Trinacional de Restauração da Mata Atlântica, em sinergia com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sóbria) em nível nacional.
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