Ex-governador do Rio de Janeiro recupera direitos políticos

Uma medida cautelar assinada pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, restaurou os direitos políticos do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. Ele pretende ocupar o cargo que ocupou entre 1999 e 2002 e é pré-candidato a União Brasil nas eleições deste ano. As inscrições devem ser registradas por meio de legendas até 15 de agosto, e a primeira circular acontece no dia 2 de outubro.

Em 2018, Garotinho foi condenado pela irregularidade administrativa apresentada na instância do momento. Ele foi julgado por participar de um esquema de apropriação indébita por meio da Secretaria de Estado da Saúde entre 2005 e 2006, quando o Estado do Rio era governado por sua esposa, Rosinha Garotinho. Na época, Garotinho era secretário de governo. As irregularidades foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e o processo foi instaurado no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Com base nessa condenação, o ex-governador enquadrou a Lei da Ficha Limpa e o impediu de concorrer nas eleições de 2018. Desde então, os recursos foram interpostos pela defesa de Garotinho, acrescentando o STJ, mas sem sucesso.

No ano passado, foi aprovada a Lei Federal 14. 230/2021, que alterou a lei de improbidade administrativa. Entre as mudanças, foram estabelecidas novas regras de limitação. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda discute se as instâncias anteriores à promulgação da Lei 4230/2021 estão em causa. O julgamento está marcado para agosto, mas os ministros podem pedir um parecer, adiando a decisão final.

Diante dessa situação, os advogados do ex-governador entraram com um novo recurso no STJ, argumentando que Garotinho tiraria proveito de comentários imagináveis das novas regras. Como ainda não há previsão de que o STF se pronuncie, a defesa pediu um efeito suspensivo, o que viabiliza a candidatura.

O pedido foi expresso através de Humberto Martins, de forma monocrática, em resolução tornada pública nesta quinta-feira (14). Martins entendeu que se trata de uma situação de emergência, dado o perigo de roubo e a ameaça de irreversibilidade.

“A ameaça de perda do direito invocado pela mera passagem do tempo materializa-se, neste caso, diante da iminência do mandato pela variedade de candidatos a um congresso e a próxima apresentação de registro à justiça eleitoral”, escreve o ministro, que cita como pano de fundo a resolução do ministro do STF, Nunes Marques, que, no início do mês, restaurou os direitos políticos do ex-deputado do Distrito Federal Rôney Nemer.

Recentemente, através do ministro Humberto Martins, também foram restaurados os direitos políticos do ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e do ex-prefeito e atual vereador do Rio de Janeiro, César Maia.

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