Em 3 anos, deputados apresentaram mais do que PLs anti-LGBTI nos estados

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Desde 2019, deputados estaduais de todo o Brasil apresentaram pelo menos 122 despesas que violam os direitos da população LGBTI. Dessas propostas, 108 ainda estão pendentes, 12 estão em espera e duas passaram pelas Assembleias Legislativas.

O conhecimento faz parte de uma pesquisa da Agência Diadorim, que também conheceu 4 temas primários previstos nos 22 conjuntos da federação: esses são os textos que proíbem o uso de linguagem imparcial (59 PL) e banheiros multigêneros (28), a colocação de anúncios que promovam a diversidade LGBTI (19) e a participação de atletas trans em competições esportivas (16).

Especialistas que a apresentação dessas propostas é articulada por meio de redes de equipes conservadoras como componente de sua missão de conquistar o poder.

A reportagem pesquisou as despesas nos sites da Assembleia Estadual. Nenhum texto semelhante aos quatro temas foi encontrado no Piauí, Roraima e Sergipe. Rio Grande do Norte e Tocantins não possuem mecanismos de busca em posição em seus sites.

O Rio de Janeiro lidera com o maior número de PLs anti-LGBTI apresentados: treze no total. É seguido por Paraná e São Paulo (empatados com 11) e Pernambuco (10). O Sudeste e o Sul são as regiões com maior número de projetos em relação ao número de estados, com médias de 9,5 e 6,6, respectivamente, em cada um deles.

Os deputados recentemente filiados ao PL – para o qual o presidente Jair Bolsonaro concorrerá nas eleições – apresentaram 51 dos 122 projetos de lei, seguidos por representantes dos Republicanos (25) e União Brasil (11).

Número de projetos consistentes com PL — cinco1 projetos republicanos — 2fight projetos União Brasil — 11 projetos do PSD — nove projetos do PTB — 6 projetos do MDB — cinco projetos do PP — cinco projetos Patriotas — 3 projetos de solidariedade — 3 projetos de DC — 2 projetos do PSDB — 2 projetos Fonte: Assembleias Legislativas/Diadorim

Os principais ataques legislativos vêm de parlamentares ligados ao chamado círculo de parentes e bancos bíblicos. Eles geralmente são políticos cristãos, especialmente evangélicos, e seus gastos sugerem que a população LGBTI é um risco para a sociedade.

Segundo Thiago Coacci, cientista político e membro da Comissão de Diversidade Sexual da OAB-MG, esses projetos são construídos mobilizando o “pânico moral” da sociedade. a família clássica”, disse ele.

É o caso de propostas para impedir que outras pessoas trans usem o banheiro com base em sua identidade de gênero. “Quem promete que outras pessoas de má fé, ou simplesmente com sua própria identidade, não serão capazes de receber seguro?”direitos de violar a privacidade de mulheres e mulheres, fingindo ser ‘transgêneros’?”pergunta ao pastor assistente. Tom (Solidariedade) em texto apresentado em 20 de fevereiro de 2019, na Assembleia Legislativa da Bahia. Foi o primeiro desse tipo.

Com esse mesmo raciocínio, o ano de 2019 também foi regulamentado por meio de projetos que identificam o sexo biológico como o “único critério para definir o gênero” dos atletas em competições esportivas. Em março do mesmo ano, o caso da jogadora de vôlei Tifanny Abreu, que é uma mulher trans, foi revelado após um comentário transfóbico para a atleta que vazou um ataque da Super Liga Feminina. Do mês seguinte até março de 2020, os parlamentares apresentaram treze dos 16 PLs sobre o tema.

A moção começou com a apresentação da cessão por meio do deputado Altair Moraes (Republicanos) à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O texto tem apenas seis linhas e prevê multa de até 50 vezes o salário mínimo (atualmente R$ 65 mil) para federações ou clubes que não adotarem o sexo biológico como definição de gênero. Uma semana depois, outras cinco propostas semelhantes, algumas com os mesmos textos (veja fotografias abaixo), já haviam sido apresentadas no Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Amazonas. e Pará.

Em outubro de 2019, o projeto de lei de Moraes começou a ser discutido com urgência e até mesmo a questão da votação em aberto no plenário da Casa, que acabou sendo adiada por falta de quórum. Desde o final daquele ano, o texto não voltou. para o agfinisha.

Com o início dos casos de COVID-19 no país, em março de 2020, a apresentação do PL anti-LGBTI entrou em uma pausa de quase cinco meses. Eles só voltaram à vanguarda em agosto daquele ano, quando os primeiros planos foram apresentados. proibir a publicidade “aludindo a gostos e movimentos sexuais pessoais sobre diversidade sexual”, como dizem 3 textos de outros deputados de São Paulo, Pernambuco e Paraíba.

O maior impacto do tema, no entanto, ocorreu em abril de 2021, quando um desses PL anti-LGBTI, elaborado por meio da deputada Marta Costa (PSD), entrou em processo de urgência na Alesp e foi votado em plenário.

Membro da Assembleia de Deus, Costa usou a “defesa das crianças” como argumento para seu PL. Para ela, as campanhas levariam a uma “influência insuficiente na educação de jovens e crianças”. No entanto, uma emenda apresentada por Erica Malunguinho (PSOL) transforma a orientação do texto na que foi vencida pelos colegas, forçando as comissões a reverter o calendário. Também na ocasião, uma moção das agências de publicidade destacou os parlamentares contrários à proposta de Costa.

Questionados por Diadorim, veem uma articulação orquestrada entre parlamentares conservadores, que inclui a cópia fiel de textos mesmo entre outros partidos ainda ideologicamente alinhados. Esta moção está ligada a um cenário de repercussão pública.

Um exemplo disso é o fenômeno da dispersão imediata das despesas em relação aos banheiros multigêneros, que se repetiu entre outubro e dezembro de 2021. Em novembro, um vídeo surgiu de um visitante criticando o banheiro multi-gênero em uma unidade do McDonald’s em Bauru (SP). viral na web e redes sociais. Em cerca de 3 meses, 23 textos foram apresentados em 12 conjuntos da federação.

“É mais do que uma inegável ‘cópia e colar’, mas uma articulação de redes que organizam essa ofensiva anti-gênero”, diz Thiago Coacci. Segundo o pesquisador, a apresentação do PL faz parte de um fenômeno estrangeiro, mas que vem ocorrendo nos últimos anos com maior intensidade na América Latina.

“É um consórcio de grupos, denominações devotas e políticas que, através da luta contra os direitos LGBTI, têm buscado efeitos políticos, seja no sentido da supressão desses direitos, bem como no sentido político-eleitoral”, corrobora o antropólogo. Lucas Bulgarelli, diretor executivo do Instituto Matizes. ” Esta é apenas uma disputa de versões do mundo, mas uma alocação de poder. “

Para mobilizar a base de simpatizantes, os parlamentares que perpetraram o PL anti-LGBTI utilizam, em seus textos, conhecimentos ainda não comprovados.

Em Salud Catarina, a deputada federal Ana Campagnolo (PL) destacou que o número de acadêmicos que se identificam como transexuais aumenta exponencialmente nos Estados Unidos. Indiretamente, vincula uma suposta “corrida pelo uso de hormônios bloqueador da puberdade” à “manipulação de hábitos” promovida através da publicidade. “Pretendemos restringir a colocação de anúncios que inspirem os consumidores em nosso estado a se envolverem em práticas destrutivas”, disse o legislador.

No PL sobre a proibição da linguagem imparcial, o que é perturbador para muitos parlamentares é a opção de que um usuário não se identifique nem com o macho nem com a fêmea.

“Isso perverte o uso da língua portuguesa para transformá-la em uma ferramenta para a disseminação de uma ideologia guyifista que é discutível, pois visa apagar a diferença entre cara e woguy, que é na essência do gráfico biológico e psíquico da pessoa. “”, diz o deputado mateus Wesp (PSDB) do Rio Grande do Sul, ressuscitando o espectro da teoria da conspiração “ideologia de gênero”.

Há até mesmo aqueles que recomendam que a linguagem imparcial tenha a força de “converter” outras pessoas em homossexuais ou transexuais. É o caso do deputado Iolando (MDB), do Distrito Federal. que para os jovens é um crime monstruoso”, alertou.

Para o cientista político Thiago Coacci, o PL sobre linguagem imparcial triunfa sobre as propostas da “escola sem partido”, considerada inconstitucional pelo Tribunal Federal (STF). a escola”, explica.

No caso dos PLs que buscam impedir que atletas trans concorram com o gênero com o qual se identificam, o risco alegado é a “paridade de armas” no esporte. Os textos argumentam que essas mulheres passaram pela puberdade com níveis de testosterona muito mais elevados do que as mulheres cis e têm benefícios em termos de estrutura.

Os parlamentares tentam fornecer declarações hábeis e dados clínicos, para dar um viés biológico às suas teses, mesmo que o tema ainda esteja em discussão na situação externa do esporte e não haja respostas definitivas da ciência.

Dos 122 PLs anti-LGBTI analisados, os únicos dois aprovados são semelhantes à linguagem imparcial. Um deles na Assembleia de Rondônia, escrito através do deputado Eyder Brasil (PL). Após receber duas análises favoráveis nas comissões, o caso foi levado ao plenário da Casa em 21 de setembro de 2021. Nesta ocasião, a aprovação dada por voto simbólico em precisamente 29 segundos. O governador Marcos Rocha (União Brasil) sancionou a Lei Estadual nº 5. 123/2021 em 19 de outubro.

Menos de um mês depois, em 16 de novembro, o ministro do STF Edson Fachin suspendeu a lei a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Instituições de Ensino. competência da União.

O ministro também considerou que essa linguagem imparcial visa “combater preconceitos linguísticos, através do corte de preconceitos que, por vezes, subordinam um gênero ao outro”, e que o ambiente escolar terá que ser participativo, inclusivo, plural e democrático. serão analisados através dos outros ministros da Corte.

Em Mato Grosso do Sul, os deputados aprovaram a Lei Estadual nº 5 820/2021, de autoria de Marcio Fernandes (MDB). O texto original chegou a ganhar parecer contrário na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que posteriormente foi revogada, afirmando que a matéria não se enquadrava na competência dos deputados estaduais. Em meio às discussões, o projeto recebeu uma nova formulação mais genérica, que cita apenas o uso necessário da norma cultivada da língua portuguesa, sem proibir “nova burocracia de gênero e inflexão numérica”.

Além do pequeno número de PLs anti-LGBTI aprovados, vários dos que ainda estão em processo obtiveram revisão contrária nas comissões que, entre outros pontos, implicam a inconstitucionalidade das propostas. No entanto, sua aprovação não é a precedência desses parlamentares, coacci se pergunta: “É que você apresentou e levou o debate para a Assembleia, fez alguns discursos no plenário, filmou e reproduziu em suas redes sociais. A aprovação em si não importa, porque o efeito simbólico disso é muito maior.

“É o uso do Estado como alto-falante para essas ideias. Mesmo sem uma lei adequada, esses projetos acabam gerando uma ampliação da legitimidade pública sobre esses problemas que, até então, não eram legítimos”, diz Lucas Bulgarelli.

Para pesquisadores e ativistas, no entanto, a falta de diversidade nas Assembleias é o que está ajudando na disseminação da LGBTIfobia velada no PL. Dos 1. 059 deputados estaduais eleitos em 2018, apenas seis são flagrantemente LGBTI, segundo votação da organização #VoteLGBT. Isso corresponde a 0,5 consistente com cem do total de assentos ocupados. Os parlamentos nacional e estadual continuam sendo governados por homens e brancos, fora de sintonia com o perfil da população brasileira.

Segundo a presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Transexuais e Intersexuais (ABGLT), Symmy Larrat, enquanto essa situação continuar na Assembleia Legislativa, a fórmula política continuará a refletir apenas um componente da sociedade. — não sua amplitude. Ele defende que a pluralidade seja levada em conta nas eleições. “Por outro lado, a diversidade em si não é suficiente”, adverte. forma interseccional. É fundamental escolher outras pessoas LGBTI para governar pelo acesso à educação e à saúde. Espaços sociais são vitais para superar a violência.

Larrat acredita que as propostas anti-LGBTI devem se acumular nas legislaturas antes das eleições de outubro. Uma moção que ela diz ser parte de um protesto violento organizado pela banda conservadora, e que a ABGLT vem acompanhando desde 2018 e denunciando internacionalmente. “Estamos pensando em formas de cobertura individual e coletiva para passar por tudo. Promover a defesa não só dos candidatos, mas também dos eleitores.

Originalmente através da Agência Diadorim

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