Os candidatos às eleições estaduais (governador, senador e deputados estaduais) inauguram nesta sexta-feira o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Confira, a seguir, qual a estratégia adotada pelas campanhas dos postulantes ao governo com os cinco maiores tempos no horário eleitoral. Além deles, também estão na corrida pelo comando do Piratini Vicente Bogo (PSB), que terá 41 segundos de tempo, Roberto Argenta (PSC), que encabeça a coligação Frente Humanista Cristã (PSC, Solidariedade e Agir), com 28 segundos, e Ricardo Jobim (Novo), com 16 segundos. As propagandas dos candidatos a governador de estado ou do Distro Federal ocorrem nas segundas, quartas e sextas, das 7h15 às 7h25 e das 12h15 às 12h25, em rádio; e das 13h15 às 13h25 e das 20h45 às 20h55, em televisão.
Os concorrentes ao governo Carlos Messala (PCB), Paulo Roberto (PCO) e Rejane de Oliveira (PSTU) não ocupam o espaço porque a distribuição de tempo entre candidatos e partidos leva em conta o tamanho das bancadas eleitas pelas legendas para a Câmara dos Deputados em 2018. PCB, PCO e PSTU não elegeram deputados federais na última eleição.
No sábado, o espaço será ocupado pelos primeiros programas dos candidatos à presidência da República.
As estatégias:
Coligação Um Só Rio Grande (PSDB, Cidadania, MDB, União Brasil, PSD e Podemos)
Tempo: 3min44seg
Coligação Frente da Esperança (PT, PCdoB, PV, Psol e Rede)
Tempo: 1min33seg
A coligação vai usar o horário eleitoral no rádio e na TV para, desde o primeiro dia, tentar superar duas questões apontadas como centrais pela equipe de marketing: tornar o candidato ao governo, o deputado Edegar Pretto (PT), mais conhecido, e colar sua imagem à do candidato à presidência da República, o ex-presidente Lula. “Vamos apresentar o Edegar, ele é o candidato da oposição ao governo estadual e ao governo federal. Vamos mostrar propostas concretas para enfrentar a crise que vivemos. E vamos atrás de todos os eleitores de Lula no RS, porque o candidato do Lula aqui é o Edegar. Acredito que os eleitores terão uma surpresa bem positiva na estreia dos programas na TV”, resume a coordenadora geral da campanha, Mari Perusso. Internamente, integrantes do comando de campanha admitem que foi preciso ‘modernizar’ e ‘profissionalizar’ a estrutura de comunicação e marketing. No marketing Halley Arrais, da equipe do publicitário Otávio Antunes, que responde pela campanha de Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo.
Coligação Para Defender e Transformar o rio Grande (PL, Republicanos, Patriota e Pros)
Tempo: 1min31seg
A arrancada da propaganda no horário eleitoral do candidato do PL vai mostrar a trajetória do deputado Onyx Lorenzoni, com destaque para sua atividade parlamentar, mas dando bastante evidência a sua atuação como ministro. Vai destacá-lo como representante do bolsonarismo no RS. Vai propor, de saída, um projeto apoiado em três expressões que são mote de campanha: ‘simplificar e desburocratizar’, ‘criar oportunidades’ e ‘estender a mão a quem precisa’. A estratégia é apresentá-lo como um político preocupado com as causas sociais e a população mais vulnerável, usando como mote sua passagem pelos ministérios da Cidadania e do Trabalho e Previdência. Em outra ponta, os programas vão mirar em Eduardo Leite como adversário prioritário, pelo menos por enquanto. “Tem um candidato que fala as coisas e não é contestado. Ele mente sobre os dados. Vamos mostrar a verdade. Dados do PIB, do Ideb, por exemplo. Números buscados na Transparência, e não saídos da nossa cabeça”, adianta o coordenador de Comunicação, Daniel Ramos.
Coligação: Trabalho e Progresso (PP, PTB e PRTB)
Tempo: 58 segundos
Os programas do candidato do PP vão associar o slogan de campanha – ‘Por um Rio Grande gigante’ – com a figura do senador e as potencialidades do Estado, fazendo comparativos com índices que o RS já ostentou. “Hoje a malha rodoviária é ruim, a educação caiu muito, as filas para atendimento em saúde se perpetuam. Vamos lembrar as pessoas da realidade que já tivemos e apontar como recuperar”, resume o coordenador de marketing, Alexandre Teixeira. As críticas ao governo tucano serão facilmente identificadas, mas, a princípio, veladas, já que o partido integrou a administração. O mesmo ocorrerá em relação ao ex-governador. “O Heinze é um homem de palavra, que não abandona ninguém, que não trai, um gigante em termos de realizações, entregas, trabalho e compromisso. Vamos mostrar isso em conjunto com os equívocos de nossos concorrentes imediatos”, adianta Alexandre. Para completar, a ideia é afastar o senador, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) de radicalismos. “Ele é da conciliação”, diz o coordenador.
Coligação: (PDT e Avante)
Tempo: 44 segundos
O programa do candidato vai trabalhar três conceitos: mostrar Vieira como um gestor competente, extrapolando as imagens de parlamentar e de membro do Ministério Público; apresentar dados sobre a realidade atual do Estado, à qual o PDT faz uma série de críticas; e fazer uma reflexão sobre o cenário nacional. “O Vieira estava há seis anos afastado dos mandatos eletivos, estava em um ótimo momento, e voltou porque avaliou que estamos em um contexto muito importante para o futuro do RS e do país. Ninguém é trabalhista há 40 anos por acaso”, lembra o coordenador de marketing da campanha, Francisco Spiandorello. A exemplo do que o candidato já vem fazendo, os programas vão contestar frontalmente números apresentados pela atual administração e o conceito de que o RS alcançou o equilíbrio das contas. “Há quem venda um cenário espetaculoso, muito mais dourado do que é. Vamos trazer a realidade, mas não em tom de lamento, e sim de modo propositivo, apontando o quanto o Vieira representa este sentimento de que a gente pode mais”, adianta Spiandorello.
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