PELO G1
Você sabia que com um pouco de atenção, é imaginável localizar fósseis que datam de cem milhões de anos nas ruas de Teresina e todo o Piauí?Os restos dos animais estão embutidos em blocos de calcário laminados, como a pedra do Cariri, e são fáceis de identificar. O g1 discutiu o assunto com o paleontólogo e professor da Universidade Federal do Estado (UFPI), Juan Carlos Cisneros.
Segundo o professor do curso de arqueologia, a pedra do Cariri, utilizada no revestimento das paredes e calçadas de muitas casas e instituições do Piauí, é extraída da Chapada do Araripe, entre Ceará, Piauí e Pernambuco.
A região, com 160 km de extensão e 50 km de largura, é conhecida pela riqueza geológica do período Cretáceo, com fósseis bem preservados que datam de 90 a 150 milhões de anos. Os animais que viviam lá, quando morreram, estavam cobertos com minerais salgados e não se decompuseram.
“Em Teresina existem vários lugares onde essa pedra pode estar localizada e é geral que de tempos em tempos vêm peixes, plantas e outros fósseis, insetos e aranhas. Eles têm cerca de cem milhões de anos. A área, no passado, era a parte de trás de um grande lago”, disse ele.
“Essa rocha foi formada quando os sedimentos que caíram se acumularam no fundo. E todos os animais que morreram, as pequenas mudas que caíram, acabaram no fundo. Quando o lago secou, tornou-se uma rocha, que agora é explorada comercialmente. “, explicou Juan Carlos Cisneros.
A descoberta de um fóssil em uma pedra do Cariri, no recreio de um hotel em Luís Correia, chamou a atenção de Hanry, de nove anos. O menino notificou seu pai, que registrou o momento (veja acima), em 8 de agosto deste ano.
“Meu filho disse: ‘Ah, venha ver o peixinho aqui, pai, que é desenhado na pedra. ‘Quando fui ver, vi que era um fóssil”, disse ele.
Em julho deste ano, o professor Juan Carlos Cisneros até ministrou um curso para alguns bolsistas do Espaço Rosa dos Ventos, na UFPI, onde realizaram pesquisa fóssil.
“Não é tão incomum, é comum. O raro é que outras pessoas olham para baixo e prestam atenção”, concluiu.