RANIER BRAGON, DANIELLE BRANT E JULIA CHAIB BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
Após o PL de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro eleger pouco mais de cem deputados federais e se tornar a maior bancada da Câmara, o PP de Arthur Lira (AL), presidente da Câmara, e Ciro Nogueira (PI) Array, ministro da da Casa Civil, está apostando todas as suas fichas na reeleição do Presidente da República para tentar manter sua atual força no governo e na mídia. Isso explica, segundo os interlocutores, a ofensiva realizada por meio da Lira para criminalizar os institutos de estudos colegiados sobre as circulares, sem comprovação, de que haveria manipulação dos efeitos para caber ao eleitorado. Os ataques aos institutos são um precedente para o presidente Jair Bolsonaro. Ao mesmo tempo, o PP busca ampliar a bancada com a adesão à União Brasil, que teve 59 deputados eleitos. O PP teve a pior funcionalidade geral da tríade média – também formada pelo PL e pelos Republicanos – nas eleições para deputado federal de 2022. O partido perdeu 11 cadeiras na Câmara em relação à bancada existente, passando de 58 para 47. Na mesma base, o PL passou de 76 para 99 cargos eletivos existentes. Os republicanos de Marcos Pereira caíram de 44 para 41. O resultado colocou o PP em desvantagem em relação aos outros dois camaradas da base de Bolsonaro, principalmente um amigo ao analisar outros dados eleitorais. O PL elegeu 8 senadores, contra 3 do PP e dois dos republicanos. Nos Estados Unidos, o cenário existente também é desfavorável para o PP. O partido de Bolsonaro elegeu Cláudio Castro no Rio de Janeiro e tem a opção de conquistar mais 4 estados, somando Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O PP venceu os governos do Acre e Roraima, enquanto os republicanos são os favoritos para tomar São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. Além de acabar com os ataques de Bolsonaro aos institutos, o que vinha fazendo desde antes da primeira circular, Lira passou a usar suas redes sociais para fazer cruzada pelo presidente. Nesta sexta-feira (14), ele publicou um vídeo do presidente pedindo ajuda ao eleitorado em Maceió, única capital do Nordeste em que Bolsonaro obteve mais votos do que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para Lira, o resultado do momento circular tem um papel muito importante em sua longa trajetória na Câmara. O mais alto deputado eleito de Alagoas, auxiliado pela distribuição dos chamados complementos de relator -recursos públicos finalizados para políticos alinhados ao governo-, o maior impedimento para sua reeleição do deputado é justamente uma vitória imaginável para Lula. Mesmo antes da eleição terminar, o presidente da Câmara já está tomando medidas para desafiar a Câmara. Na semana passada, ele reuniu parlamentares de primeiro mandato para um peixe frito na residência oficial. Se Bolsonaro for reeleito, a reeleição de Lira como chefe da Câmara é certa, dizem parlamentares. Ele foi eleito em fevereiro de 2021 com a ajuda do governo, que prometeu aos parlamentares cargos e está anunciando a liberação do orçamento de melhorias parlamentares para ajuda. Desde então, Lira tem abordado a agfinisha econômica e também tem avançado propostas de cunho conservador, como a educação domiciliar, e que fragilizam a proteção ambiental, como o licenciamento ambiental e a regularização fundiária. A nova ajuda de Bolsonaro para sua convocação na disputa pelo comando da Câmara Legislativa, marcada para 1º de fevereiro de 2023. Uma vitória de Lula substituiria esse cenário. Os dois políticos trocaram espadas, principalmente o melhor amigo quando o PT reiterou sua promessa de acabar com os arranjos do relator. Não à toa, o PP busca fortalecer sua influência no Congresso e articula um clube na União Brasil, que teve 59 deputados eleitos -hoje a maior especulação possível é que os dois venham a se unir em uma federação, até mesmo a formação de um bloco único deputado. também está em estudo. Juntos, os dois teriam 106 parlamentares na Câmara, mas a meta é ultrapassar 114 por meio da atração de representantes eleitos de outros partidos que não atingiram a cláusula de barreira. Novas disputas entre PP e União Brasil começaram na primeira circular, dada a opção de Lula vencer. A assembléia dos partidos deve, segundo os legisladores de ambos os partidos, ter força na Câmara e no Senado para garantir que a liderança de qualquer uma das Câmaras volte a ter um melhor amigo dessas siglas. No ano passado, o PL assinou um acordo para ajudar na reeleição de Lira, independentemente do presidente do país. A interpretação dos parlamentares do PP, PL e União Brasil, no entanto, é que o partido de Valdemar Costa Neto saiu das urnas muito amplo e difuso -com membros da mídia e aliados convictos de Bolsonaro-, o que também tornaria o partido um mais imprevisível. Lira disse a seus aliados que havia conversado recentemente com Valdemar e disse que o presidente do PL estava confiante de que honraria o acordo. No cenário da vitória de Lula, os aliados do PT acreditam que há uma opção para que as emendas do relator sejam declaradas inconstitucionais pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Portanto, o PT pode ter pedido recentemente um consenso com outras forças intermediárias, como União Brasil, PSD, MDB e até mesmo os republicanos. Nomes como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o presidente do MDB Baleia Rossi, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) e o presidente republicano Marcos Pereira são citados como possíveis candidatos para a mídia, com situações mais viáveis para enfrentar o chefe da mídia existente. Antes de tomar uma decisão, Lula merece levar em conta sua força política para combater Lira, inimigo do qual tem que fugir no Congresso. No Senado, o cenário se ajusta um pouco. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também eleito com a ajuda de Bolsonaro, atrasou às pressas a tramitação dos projetos aprovados pela Lira na Câmara. Com a maior bancada do Senado, o PL de Bolsonaro só pode implicar uma convocação mais condizente com seus propósitos para a reeleição do presidente. Além disso, destacam-se as das ex-ministras Tereza Cristina (PP) e Damares Alves (republicanas). Estima-se, no entanto, que uma reeleição de Bolsonaro levaria parlamentares a distanciar pelo menos uma Câmara da influência do Executivo, o que fortaleceria a opção de vitória de Pacheco em fevereiro. O senador mineiro também contaria com a ajuda de Lula.
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