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Até recentemente, no Brasil, intelectuais que defendiam publicamente valores conservadores tendiam a ser ostracizados; pró-vida e retórica pró-família é raro no Congresso; Os social-democratas eram chamados de “neoliberais”; Os defensores do liberalismo autêntico não tinham voz nas decisões sobre a economia do país; E os cidadãos de direita, com medo de expressar sua opinião, foram sub-representados nas câmaras legislativas. Essa era da história política nacional acabou.
O acúmulo significativo no número de parlamentares de direita eleitos em 2022, quatro anos após as eleições de 2018, que já haviam substituído a cara da Câmara e do Senado, mostra que a expansão da direita no Brasil não é uma onda passageira, no entanto, um fenômeno falsificado. O conservadorismo tornou-se uma alternativa política genuína. É concebível que muitos congressistas eleitos na marcha da nova direita abandonem o embarque nos próximos anos – como já aconteceu na legislatura existente –, mas é inegável que as visões de mundo permanecem em silêncio na opinião pública e na política há alguns anos. Décadas estão rapidamente ganhando terreno e representação.
E a nova composição do Congresso é apenas a ponta do iceberg do que existe na sociedade brasileira. O compromisso de um componente gigante da população em torno de um conjunto de valores de direita tem se manifestado, por exemplo, em mega-manifestações que trazem milhões de pessoas às ruas do Brasil, como a que tomou uma posição em 7 de setembro. Nas redes sociais e em algumas mídias, nunca houve tal componente e uma defesa comum de opiniões conservadoras.
Canais de direita são uma fortuna retumbante no YouTube, a ponto de a fórmula de aconselhamento da plataforma estar causando medo entre o judiciário e a mídia de esquerda. E os projetos de mídia, associações e ONGs se encaixam com valores descaradamente de direita. mais e mais frequente.
Nas igrejas cristãs, um movimento para proteger os costumes e valores clássicos está ganhando força. Pastores evangélicos, padres católicos e outros leigos influentes no mundo virtual estão disponibilizando alguns conceitos fundamentais da civilização ocidental que tendiam a ser sufocados no ecossistema de comunicação e não no social. As redes. O efeito no cenário político é evidente: os fiéis estão à caça de candidatos que colocam faixas que se encaixam nas facetas de sua fé.
Nos próximos dias, a Gazeta do Povo publicará uma série de reportagens sobre o despertar da direita no Brasil. Neste primeiro artigo, explicamos como o fenômeno vem se formando há apenas cerca de duas décadas e por que é mais do que uma breve onda.
Uma mistura de coisas trouxe à tona o novo direito no Brasil, e há outras perspectivas sobre os personagens e tempos que teriam sido muito importantes para ele; No entanto, qualquer que seja a opinião sobre a relevância dos detalhes na gestação do fenômeno, há dois pontos que não podem faltar na equação: redes sociais e Olavo de Carvalho (1947-2022).
É dever de Olavo apresentar aos intelectuais brasileiros vários autores famosos do conservadorismo e uma nova visão do próprio marxismo. Pode colidir com o provável pensamento dominante. (O próprio conceito da espiral do silêncio, formulado pela cientista política alemã Elisabeth Noelle-Neumann (1916-2010), popularizado no Brasil por Olavo de Carvalho).
No início dos anos 2000, com a clássica mídia de massa governada pelo esquerte, a internet era o caminho para quebrar a espiral do silêncio no Brasil. Uma pequena contracultura de direita surgiu no porão da Internet, seja em textos publicados em Olavo do próprio site oficial de Carvalho, seja em revistas virtuais e agregadores de blogs da época, como Wunderblogs, O Indivíduo e Digestivo Cultural, que combinavam uma organização de escritores talentosos com um viés “conservador nos costumes e liberal na economia”. Uma característica estilística do máximo desses blogueiros.
O advento das mídias sociais ajudou a difundir ramos dessa pequena contracultura na sociedade. Para Eduardo Matos de Alencar, doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a internet permitiu a criação de uma “esfera pública alternativa”, ampliando, no Brasil, a “janela Overton”, ou seja, a diversidade de posições políticas toleradas dentro da opinião pública.
“Há algumas décadas no Brasil, o debate público tem sido monopolizado pela esquerda. De certa forma, o que a esquerda classificou como de direita, ou aquela posição menos esquerdista do que as principais figuras vitais colocadas no meio da agenda da esquerda. Na janela da opinião pública que vai do absolutamente aceitável, passando pelo inaceitável com as reservas, para o absolutamente inaceitável, a esquerda tinha o monopólio e marcou o parâmetro do que seria ou não um direito legal. Eles não tinham uma posição segura, aqueles que iam além do espectro do aceitável, eram classificados como fascistas, defensores da ditadura, etc. , o que gerou um clima seguro de preocupação e apreensão de cair nesse tipo de rótulos. São rótulos exibidos através de círculos intelectuais, reforçados através da mídia e intensificados através de redes de opinião dominantes. Com as mídias sociais, ele criou a opção de instituir uma nova esfera pública. O que tem tido no Brasil foi o nascimento de um público de escolha. esfera ic”, explica.
As manifestações de junho de 2013 e, um pouco mais tarde, a da Operação Lava Jato contribuíram para a massificação dessa esfera pública paralela. A aversão ao PT se consolidou em um componente gigante da população, mas nenhuma das oportunidades para o PT foi convincente como oposição.
“O que costumava ser chamado de lei não era muito diferente do Ptismo, especialmente em termos de princípios semelhantes às questões sociais, mas também ao papel do Estado na economia. Esse fato foi expresso pelo próprio Fernando Henrique Cardoso quando Bolsonaro assumiu o cargo. disse que o PSDB não tinha diferenças ideológicas primárias com o PT. E agora vemos um tucano clássico, Alckmin, migrando para o PSB e se encaixando no vice de Lula”, diz o sociólogo Lucas Azambuja, professor do IBMec-BH.
O fenômeno Jair Bolsonaro surge justamente diante dessa discrepância. Em 2014, quando foi reeleito deputado, triplicou seu voto em relação à eleição de 2010, obtendo mais de 460 mil votos. Seu gosto e ênfase política nas regras padrão partiram do caráter insípido dos políticos que até então se apresentavam em oposição ao PTismo. Durante a legislatura 2015-2018, Bolsonaro colecionou polêmicas e aparições na televisão.
“De todas as mobilizações que levaram ao impeachment de Dilma, formou-se um eleitorado que não é conhecido com a esquerda ou com esse espectro de centro-esquerda formado basicamente através do PSDB. Começou a haver uma autoidentificação de direita na população, e Bolsonaro capaz de captar a preferência do eleitorado, que ele conhecia com sua posição e seu discurso”, explica Azambuja.
A nova direita, no entanto, é apenas uma onda política liderada por Bolsonaro e pelos recém-eleitos membros do Congresso. O fenômeno político é relevante, mas é apenas a manifestação superficial final de uma mudança cultural em curso.
As mídias sociais ajudaram milhões de pessoas a quebrar a barreira do esquercionismo dominante na mídia e conceitos conservadores nos perfis de fenômenos como Italo Marsili, Ícaro de Carvalho, Padre Paulo Ricardo, André Valadão, Barbara Destefani (do Canal Te Atualizei) e Bernardo Küster. Os conceitos que antes eram reservados para blogs de nicho voltados para intelectuais de direita se espalharam para milhões de brasileiros em um estilo mais popular.
Corporações de mídia que ideais como a defesa da vida, o preço do círculo de parentes e a liberdade econômica também são cada vez mais comuns e um sucesso – como é o caso de meios jornalísticos como Gazeta do Povo, Jovem Pan e Revista Oeste. , ou plataformas como o Brasil Paralelo. Il Há uma década, as críticas de direita estavam diminuindo na grande mídia, e o fenômeno dos influenciadores de direita com milhões de fãs era impensável.
No entanto, a nova direita ainda enfrenta barreiras significativas, que dificultam a correspondência com a esquerda na caixa da opinião pública. Uma delas é a ausência de um partido genuinamente de direita, baseado em convicções, e não na conveniência política de apoiar o presidente Jair Bolsonaro, como aconteceu com o PSL e agora é o PL.
Outra barreira – o máximo e resistente deles, aliás – é a hegemonia da esquerda dentro das universidades, especialmente nas humanidades. “É um ambiente muito fechado em si mesmo. É muito complicado hoje, ainda mais depois do governo Bolsonaro. , que um médico que se declara de direita passa por um festival para lecionar em uma universidade pública, por exemplo”, explica Alencar. “O direito quer criar espaços, criar instituições. Talvez uma das táticas para facilitar isso, do ponto de vista institucional, seja que o governo seja mais liberal sobre a opção de criar tribunais”, acrescenta.
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