Eneva vence leilão térmico e avança com um no Amazonas

A empresa, uma das principais operadoras termelétricas do país, ganhou contratos das termelétricas Azulão II e Azulão IV, cujos investimentos estão estimados em R$ 3,36 bilhões, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Os projetos utilizarão o combustível de ervas produzidos através da própria Eneva na bacia amazônica. Segundo a empresa, as concessões da Amazônia devem aumentar sua capacidade máxima de produção de 1,0 milhão de metros cúbicos por dia para 5,0 milhões.

A fábrica do Azulão II, nesta sexta-feira, será implantada com o Azulão I, que ganhou contratos em leilão de reserva de capacidade realizado no ano passado.

Juntos, eles terão 885 megawatts (MW) de capacidade instalada e marcarão o início da estrutura do complexo de geração azulão, com investimentos totais estimados em R$ 5,8 bilhões.

Além da Eneva, a Global Participações em Energia (GPE) também venceu o evento de sexta-feira. O projeto GPE, De Manaus I, tem capacidade de 162,9 MW e investimentos estimados em R$ 783 milhões.

Ambas as corporações ganharam contratos sem fornecer um valor máximo de edital de R$ 444 consistente com megawatt-hora (MWh).

A soma dos poderes contratados, 753,8 MW, também foi inferior aos 1. 000 MW inicialmente estipulados pelo Governo.

Não houve negociação para projetos nos estados do Piauí e Maranhão, que também seriam adquiridos no leilão, com previsão de 1 GW.

LEILÃO CONTROVERSO

O edital desta sexta-feira é o primeiro a ser feito para cumprir o contrato obrigatório de usinas termelétricas prevista na Lei 14. 182, que legaliza a privatização da Eletrobras.

A inclusão de um “jabuti” na contratação de 8 GW de usinas térmicas na lei eletrobras tem sido fortemente criticada por agentes do setor de energia elétrica e agências de cobertura de clientes.

A lei estipula que essas usinas a combustível devem ser construídas em espaços distantes do abastecimento nacional de combustível, que está basicamente concentrado na costa. São também regiões onde não há muita demanda por energia elétrica, então a grande produção de usinas teria que ser direcionada para centros de admissão nas regiões sul e sudeste.

Na opinião de alguns especialistas, as disposições da lei violam a lógica econômica e de planejamento do setor, uma vez que os preços adicionais relacionados ao embarque de combustíveis – a estrutura de novos gasodutos, por exemplo – e o embarque de energia tornam os projetos mais caros e até inviáveis.

O leilão foi até contestado no âmbito da Aneel, que rejeitou dois pedidos de impugnação do edital. A ONG Arayara também entrou com uma ação civil pública para proibir o evento.

Apesar das críticas, funcionários do setor de energia elétrica disseram na sexta-feira que as termelétricas contribuirão para a segurança energética e foram contratadas a custos competitivos.

“Esse contrato em Manaus contribui para a segurança elétrica da região, é no final da nossa rede, traz um pouco mais de confiança para a fórmula nessa região. Vemos o leilão com olhos inteligentes”, disse Luiz Carlos Ciocchi, líder executivo da operadora ONS, em entrevista coletiva.

O presidente do conselho da CCEE, Rui Altieri, avaliou que a cobrança variável das novas usinas termelétricas é “extremamente atrativa”, bem abaixo dos preços de mais de 2. 000 reais das usinas que foram ativadas através do ONS no auge da última crise hídrica do ano.

“Uma planta com uma CVU de 98 reais e duas com uma CVU de 150 reais. . . é uma potência muito boa para o operador usar em períodos hidrológicos menos favoráveis”, disse Altieri.

PRÓXIMOS PASSOS

Diante da frustração da contratação nesta sexta-feira, o governo realizará uma investigação judicial para traçar os próximos passos do leilão obrigatório de usinas termelétricas.

“Estamos tomando medidas para cumprir a lei. Tecnicamente, fizemos o que podemos fazer, agora temos que repensar legalmente os próximos passos que serão dados”, Frederico de Araújo Teles, subsecretário do Ministério do Planejamento Energético. . e Desenvolvimento de Mineração de Energia.

Há dúvidas se, de acordo com o texto da Lei 14. 182, o governo terá que alugar os 8 GW de usinas termelétricas estabelecidas na lei de privatização da Eletrobras, ou se será suficiente para realizar os leilões, independentemente do que for. apresentado através do mercado.

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