INPE informa que número de incêndios na Amazônia já está desde 2010
A fórmula de rastreamento de chaminés do Instituto Nacional de Pesquisas Especializadas (INPE) detectou 74,7 mil chaminés no bioma Amazônia entre 1º de janeiro e 17 de setembro deste ano (os dados estão atrasados em dois dias).
Em comparação com a mesma época do ano passado, o acúmulo é de 51%. Olhando para a série antiga, este é o maior número de incêndios na Amazônia nesta época desde 2010.
O cenário é tão terrível que, segundo o portal G1, os satélites do INPE registraram uma nuvem de fumaça que se espalhou por um domínio de cinco milhões de quilômetros quadrados, 58% do domínio total do Brasil, ou 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no início de setembro. .
Em termos de desmatamento, a situação também está aumentando. De acordo com o sistema Prodes, do INPE, que mede o desmatamento na Amazônia a cada ano, nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, a taxa de destruição florestal foi de mais de 10 mil quilômetros constantes. com ano
Entre agosto de 2020 e julho de 2021, o desmatamento acumulado atingiu 13 mil quilômetros quadrados, quase nove vezes a cidade de São Paulo.
Em 2022, o conhecimento mostra que a tendência continua subindo. De acordo com o Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), também controlado pelo INPE, em agosto deste ano foram desmatados 1. 600 quilômetros de floresta na Amazônia, um acúmulo de 81%. no mesmo mês de 2022. La maior taxa desde 2015.
Crédito, MICHAEL DANTAS/AFP Getty Images
O desmatamento também está na região.
Adaptação do premiado podcast da BBC “Things Fell Apart”, de Jon Ronson.
Episódios
Fim do podcast
Além da ampliação das queimadas e do desmatamento, o governo Bolsonaro também é marcado por atividades de garimpo e mineração em áreas agora protegidas (o executivo enviou nota fiscal ao Congresso Nacional para regulamentar a mineração em terras indígenas) e dificuldades na cobrança de multas ambientais.
Durante sua cruzada eleitoral em 2018, Bolsonaro prometeu acabar com o que chamou de “indústria da multa” no caixa ambiental.
Em 2019, promoveu ajustes nas normas de fiscalização ambiental, como a criação de centros de conciliação.
Portanto, os infratores ambientais tiveram a opção de aguardar uma audiência de conciliação com o IBAMA antes da ção das multas.
Ambientalistas têm criticado a medida sob a alegação de que ela pode atrasar a punição por crimes ambientais e levar ao estatuto de limitações para multas máximas, quando o Estado não deve mais recolher a multa ou punir o infrator.
O governo defendeu a medida dizendo que aceleraria o recebimento dos valores devidos e o longo processo burocrático.
Em agosto deste ano, a BBC News Brasil publicou um relatório indicando que 300 milhões de reais em multas ambientais poderiam expirar em 2022. Os especialistas consultados afirmam que a criação de centros de conciliação pode estar relacionada a esse número.
Na época, o IBAMA não comentou o assunto.
Na semana passada, a BBC News Brasil também perguntou ao Ibama, aos ministérios do Meio Ambiente, à Presidência e à Vice-Presidência da República sobre a política ambiental do país e o conhecimento apresentado pelo INPE, mas não houve resposta.
A história dos discursos de Bolsonaro na ONU de que a Amazônia tem sido um dos temas mais discutidos por ele ao longo dos anos.
No primeiro discurso, em 2019, o termo “Amazônia” deu a impressão seis vezes. O tom combinava a defesa da soberania nacional e a política ambiental do país.
Crédito, MICHAEL DANTAS/AFP Getty Images
INPE detectou 74,7 mil incêndios no bioma Amazônia este ano
Na época, o Brasil criticou, por meio da rede estrangeira, o acúmulo de chaminés na região. Em agosto do mesmo ano, o presidente francês Emmanuel Macron postou em seu perfil no Twitter uma foto de uma chaminé amazônica e disse: “Nosso espaço está queimando. A floresta amazônica”.
Em seu discurso, Bolsonaro reagiu e chegou a dizer, apresentando evidências, que parte dos incêndios seria realizada através de povos indígenas.
Bolsonaro também afirmou que o Brasil estava em apuros, mas criticou “ataques sensacionalistas” motivados por um “espírito colonialista”.
“É um erro dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um erro, como atestam os cientistas, dizer que nossa floresta é o pulmão do mundo. Com esses erros, um ou outro país, para ajudar, rendeu-se à mentira da mídia e se comportou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”, disse Bolsonaro na ocasião.
Em 2020, mesmo em meio à pandemia covid-19, o tempo ambiental tem ocupado mais no discurso de Bolsonaro do que na agenda de fitness.
O extrato totalmente fiel a covid-19 418 palavras. O segmento circundante tinha 518.
Naquele ano, Bolsonaro voltou a atribuir alguns dos incêndios aos povos indígenas e refutou a denúncia dos países sobre a política ambiental brasileira.
“Somos vítimas de uma das campanhas de desinformação mais brutais sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é conhecida por ser muito rica. Isso explica a ajuda de estabelecimentos estrangeiros para esta campanha, auxiliados por interesses ocultos que se registram junto a associações brasileiras. , especulativo e antipatriótico, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”, disse.
Em 2021, o cronograma também está previsto no discurso de Bolsonaro, mas em recuo. Houve apenas duas menções ao termo “Amazônia”.
Além de proteger a política ambiental do governo, Bolsonaro observou que 83% da matriz elétrica do país vem de fontes renováveis.
Recursos do Itamaraty com quem a BBC News Brasil falou que o desmatamento na Amazônia é, de fato, o “calcanhar de Aquiles” da gestão ambiental do governo brasileiro.
Para contrariar e criar uma espécie de “antídoto” discursivo, os diplomatas a quem o presidente vai em seu discurso deste ano são as conquistas ambientais de sua administração. Entre elas, a apresentação da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil (NDC) na Conferência do Clima das Nações Unidas de 2021. , COP26.
O governo prometeu reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 37% até 2025 (com base em dados de 2005), alívio de 43% até 2030 e neutralidade de emissões até 2050. Diplomatas chamam o propósito do Brasil mais ousado do que o de alguns países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Apesar disso, no Brasil, é alvo de denúncia por parte dos ambientalistas.
Eles dizem que antes de pronunciar o novo NDC, o governo fez uma revisão técnica das emissões totais do país em 2005. Essa revisão permitiria ao Brasil emitir entre 200 e 400 milhões de toneladas a mais de dióxido de carbono até 2030.
A ex-presidente do Ibama e atual especialista pública sênior da organização não governamental Observatório do Clima, Suely Araújo, diz que Bolsonaro chegará a Nova York com um legado de “implosão total do meio ambiente” no Brasil.
“O governo Bolsonaro está deixando um legado de toda a implosão da política ambiental, desconstruindo quase 40 dos 4 anos nesse domínio da política pública. Além de desperdiçar o desmatamento na Amazônia e em outros biomas, estimularam a invasão de terras indígenas, apoiaram a mineração ilegal, deslegitimaram órgãos ambientais e seus agentes”, disse.
De acordo com o histórico de Suely Araújo, Bolsonaro lutará para convencer a rede externa da boa sorte de sua política ambiental.
“É para convencer qualquer um de que o governo existente tem prestado atenção à Amazônia ou outros biomas . . . A verdade é muita destruição. As falsas narrativas e movimentos burocráticos do governo não têm chance de serem apoiados pela comunidade estrangeira, disse o especialista.
A coordenadora de política e direito do Instituto Socioambiental, Adriana Ramos, disse que Bolsonaro teria sido “consistente” em seu controle ambiental com o que prometeu à campanha.
“Estamos chegando ao fim do primeiro mandato de Bolsonaro com uma política para a Amazônia que é coerente com tudo o que ele tem defendido. Uma política que tem lutado contra o crime, que tem negado desmatamento, incêndios e que definiu atividades ilícitas como a mineração. “Ramos disse.
Assim como Suely Araújo, Adriana Ramos diz que seria convencer a rede estrangeira dado o conhecimento existente sobre a Amazônia.
“Não há como proteger o controle da Amazônia contra tudo o que ele disse e o conhecimento que temos. Ele nunca estará lá para convencer a rede estrangeira de que cuidou inteligentemente da Amazônia”, disse ele.
A BBC News Brasil enviou perguntas sobre o assunto aos Ministérios do Meio Ambiente, Relações Internacionais, Presidência e Vice-Presidência da República, nenhum respondeu.
– Este texto foi originalmente publicado em https://www. bbc. com/portuguese/brasil-62953129
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