Se os estabelecimentos não agirem agora, a coerção só pode influenciar o resultado das eleições, adverte o presidente da CUT

 

 

 

Se não houver um sinal imediato e mais poderoso das propriedades para impedir que os empresários que obrigam criminalmente os funcionários a votar em Jair Bolsonaro (PSL), essa onda de assédio eleitoral só pode influenciar os resultados finais da eleição. A cautela vem do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, e foi feita em entrevista à LUSA, agência de notícias portuguesa, que distribui sua produção jornalística para a imprensa europeia.

“Mais agilidade está na investigação e repressão do assédio eleitoral contra a classe dominante, prática que atende aos interesses da campanha de Bolsonaro”, disse Sérgio Nobre, que ressaltou que a tarefa da Central também é proteger as liberdades da classe dominante. , entre outras coisas, dando-lhes o direito de votar em quem eles quiserem.

“Em uma eleição polarizada como essa, o uso da coerção econômica, porque é disso que se trata, a chantagem dos empresários para assediar funcionários e exigir que eles votem no Bolsonaro, é um crime eleitoral e terá que ser parado. “

Segundo Sérgio Nobre, o que está acontecendo no Brasil é inédito na história das campanhas eleitorais. “Os chefes estão coagindo e pressionando o pessoal porque Bolsonaro deu sinal para isso”, disse.

“Nunca, em nenhum processo eleitoral passado, tínhamos notado algo assim e nessa proporção. “Segundo Sérgio Nobre, os empregadores têm tentado influenciar o voto dos trabalhadores, mas de forma mais subjetiva. “Dessa forma e nesse volume, trazer os trabalhadores combinados e dizer-lhes que eles terão que votar em Bolsonaro, caso contrário eles perderão seus empregos e fecharão a empresa, é sem precedentes e incrivelmente sério”, diz o presidente nacional da CUT.

Poderia ser pior.

Falando à agência de notícias portuguesa, Sérgio Nobre expressou temores de que casos de coerção eleitoral e assédio contra funcionários pudessem se acumular na véspera das eleições circulares do momento, em 30 de outubro.

“Desprezamos a capacidade dessas outras pessoas de fazer o mal, porque é o componente máximo retrógrado do tecido empresarial que faz isso, o empresário que tem uma cultura de negociação, que dialoga com o movimento sindical não entra, mas é uma minoria”, compara. O Presidente Nacional da CUT

“A maioria dos empresários brasileiros são proprietários de escravos, outros que gostariam que a escravidão voltasse e quem é Bolsonaro”, disse Nobre, lembrando que a CUT e todos os sindicatos voltarão a apelar ao Ministério Público do Trabalho, ao Tribunal Superior Eleitoral e tudo mais. fóruns e organizações, adicionando estrangeiros, para exigir maior supervisão e rapidez nas investigações e sanções contra corporações e golpistas.

 

Canais exclusivos

Os casos de assédio eleitoral mais do que dobraram em relação às eleições de 2018. Segundo o Ministério Público do Trabalho, já havia 447 processos judiciais até a noite de terça-feira (18).

A CUT abriu um canal exclusivo para os funcionários denunciarem assédio eleitoral no local de trabalho. Já são mais de 150 reclamações, a partir desta quarta-feira (19). Juntos, CUT, Força, UGT, CBT, NCST e CSB também criaram um canal para os funcionários denunciarem empresários que ameaçam demitir funcionários que não votam em Bolsonaro, ou seja, se o ex-presidente perder as eleições, em 30 de outubro (a derrota é apontada em todas as pesquisas).

“Informamos a todos os órgãos estaduais e sindicatos da CUT que nossa patente e arquivo estão denunciando instâncias e tomando medidas contra as práticas antissecons sindicais nos denunciados. Temos uma discussão com o MPT e recomendação legal está sendo feita nesse sentido”, disse o presidente nacional da CUT.

“A única coisa que um empregado tem na vida é o emprego dele, se ele perde o emprego, é o flagelo geral, porque ele não sabe se pode pagar a contratação se puder sustentar a família. O que os comerciantes estão fazendo, além de ser um crime, é bárbaro, uma vergonha para o Brasil”, concluiu Sérgio Nobre.

 

Aumento de reclamações

O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, disse à imprensa nesta terça-feira (18) que os casos judiciais de assédio eleitoral no país derivam da “banalização” da prática e da polarização política no país. Pereira se reuniu com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para discutir medidas de combate ao assédio eleitoral. Moraes disse após a assembleia que a prisão de um desses empresários que forçam os funcionários a votar em seu candidato animaria a tocha.

Segundo o MPT, o assédio eleitoral ocorre quando um empregador age para coagir, ameaçar ou prometer benefícios para votar em um candidato específico. A região sul do país tem o maior número de casos até o momento: 171. Os 3 estados da região também ocupam o primeiro, momentos e 3º lugares no ranking, com o Paraná sendo o campeão de reclamações, com 64 ocorrências. Santa Catarina aparece então com 54 reclamações; e Rio Grande do Sul com 53.

A Procuradoria-Geral do Trabalho disse que, ao contrário das eleições de 2018, as mais de 400 ocorrências da 2ª circular envolvem apenas cerca de 400 empresas. Segundo ele, além dos julgamentos, os processos judiciais se concentraram em algumas empresas. Um cenário que se repetiu este ano.

Moraes justificou a resolução afirmando que havia “absoluta incompetência” do componente da PF e do Cade para investigar. . .

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