O jornalista Eduardo Carvalho, dono da página online “Última Hora News” e que desde o ano passado ganhou ameaças de morte pelas denúncias que publicou, foi morto a tiros na noite de ontem, quarta-feira, na cidade de Campo Grande (MS), informou a Polícia Civil ao “G1” nesta quinta-feira.
Carvalho, um policial aposentado de 52 anos que também atuou como editor-chefe da publicação online, foi morto a tiros ontem à noite por dois homens armados que o esperavam em uma motocicleta fora de sua casa na comunidade Giocondo Orsi, em Campo Grande.
O comunicador, que chegou em casa com a esposa, andou de moto enquanto estacionava o carro na garagem e morreu com 3 ferimentos de bala em outras partes do corpo.
O empresário, que já havia sofrido um ataque, dirigiu o jornal virtual que se caracterizava pela publicação de fortes denúncias contra diversos políticos e policiais de Mato Grosso do Sul.
Os dados publicados através do portal “UH News” foram baseados em revelações de recursos de estabelecimentos que não gostavam de ser identificados.
Como o jornalista já havia denunciado em vários eventos que ameaçava e temia por sua vida, ele permitiu que ele trouxesse uma pistola e usasse um colete à prova de balas para uso exclusivo das forças armadas, que ele não estava usando naquele momento.
A polícia disse que, apesar das ameaças e de uma longa lista de outros relatados através do jornal eletrônico, eles ainda não têm pistas sobre os suspeitos ou motivos para o crime.
Os investigados admitem, no entanto, que o crime tem as características de uma execução por ordens.
O jornalista assassinado havia publicado na última terça-feira em sua página no Facebook um comentário no qual disse estar “preparado para tudo o que pode acontecer” porque está em posição de comunicar “muitas coisas este ano”.
No mesmo post ele disse: “o baú está cheio de ‘notícias’, tudo mais macabro que os outros” (sic).
O assassinato de Carvalho é o terceiro de um jornalista este ano em Mato Grosso do Sul.
Em fevereiro, o jornalista Paulo Rocaro, do “Jornal da Praça”, de Ponta Porã, se destacou por suas denúncias de traficantes assassinados, e em outubro a vítima era o dono do mesmo jornal, Luis Henrique Georges.
Segundo estatísticas da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), esse novo assassinato eleva para nove o número de veículos de comunicação mortos no Brasil desde o início do ano.
A organização civil “Campanha Emblema de Imprensa” (PEC) considera o Brasil o quarto país com maior prejuízo mundial para cães de caça, apenas síria (33 cães de caça mortos este ano), Somália (16) e México (10).
Em outubro, na Assembleia de São Paulo, a Associação Interamericana de Imprensa (IAPA) expressou seu temor sobre o aumento do número de cães farejadores mortos no país. EFE
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