As obras da linha de transmissão de energia Manaus – Boa Vista (Linhão de Tucuruí), que ligará Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), já estão em andamento, com prazo de conclusão de setembro de 2025.
A linha terá um comprimento de 721 quilômetros, operando a 500 kV, circuito duplo, da subestação boa vista, na capital rural de Roraima, até o Eng. Além dessas duas subestações, uma subestação de desconexão (SE Equador) também será implantada no município de Rorainópolis.
Dentre os indicados por meio do consórcio Transnorte Energia S. A. , concessionária pública de transmissão de energia elétrica cujos acionistas são a Alupar Investimento S. A. e Eletrobras Eletronorte, são: interconexão de fibra óptica de Roraima, maior confiabilidade, maior qualidade, maior segurança energética, menor consumo de diesel, redução de emissões de CO2, estímulo à atividade econômica, geração de emprego e renda, comercialização de energia no mercado livre, isenção de a conta de consumo de combustível (CCC) e opção de transporte de 700 MW de usinas hidrelétricas inventariadas no estado de Roraima para o restante do SIN.
Para o analista socioambiental do Instituto Socioambiental e membro do Fórum de Energias Renováveis, Ciro Campos, a estruturação da linha de transmissão é uma ação positiva, que contribuirá para a segurança elétrica e permitirá a exportação de energia, mas que geram impactos. Por exemplo, para a instalação de torres, estruturas e estradas, haverá desmatamento, além de escavação e terraplenagem, e a movimentação de cargas de outras pessoas e veículos pesados.
“Além disso, a linha não quer ser acompanhada pela usina hidrelétrica Bem Querer. Roraima pode exportar a energia gerada através do sol, eólica e biomassa, criando riqueza e emprego aqui, em vez de exportar a energia gerada para o Bem Querer para assistência de Manaus e o sistema interligado. Essa usina hidrelétrica não foi projetada para garantir a segurança energética de Roraima, e ainda deixaria nosso estado com um legado dos danos colossais causados pelo represamento do nosso principal rio”, disse.
Durante uma escala para o estado no local da estrutura do Linhão de Tucuruí, o ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida disse que o alívio do CCC levará a uma redução na conta de luz de Roraima. “É uma conta compartilhada por todos os brasileiros. Quando o CCC termina, essa sobretaxa que é cobrada na sua conta também cai, torna-se maior para todos”, disse.
No entanto, para o representante do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Ricardo Lima, ainda é muito cedo para dizer se a conta de luz paga por Roraima se acumulará ou será minimizada com a interligação do Estado ao SIN. hoje a Roraima Energia recebe um subsídio do CCC pela diferença com a produção de energia [por meio de usinas termelétricas] para baixar a tarifa. no entanto, o efeito sobre o cliente de Roraima pode ser negativo, do ponto de vista de que pode ter um aumento na taxa”, disse, acrescentando que, segundo ele, os clientes de Roraima ultimamente não pagam pelo CCC porque não estão conectados ao SIN.
Com a interligação, a conta de entrada de combustível devida à Roraima Energia será minimizada na medida em que evitará o consumo de diesel nos motores das turbinas que operam nos parques estaduais, e a distribuidora pagará a taxa pela transmissão da energia, que será transmitida ao consumidor.