Com Bolsonaro em silêncio, bloqueios de caminhoneiros estão se tornando mais poderosos e se espalhando pelo país

Por André Romaní

SÃO PAULO (Reuters) – Os protestos dos caminhoneiros em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) paralisaram uma série de estradas primárias em pelo menos 16 estados do país, reforçando na tarde desta segunda-feira, em um movimento que exige situações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencendo a eleição presidencial.

Os protestos não têm um curso transparente e conta com a participação de toda a categoria de caminhoneiros, sendo em diversos casos equipes suficientes de motoristas para causar transtornos ou paradas de alguns dos principais canais logísticos do país, como a BR 163 e 116.

Os participantes do protesto estão se perguntando sobre a derrota de Bolsonaro e pedindo a intervenção do exército, já que o presidente permanece em absoluto silêncio e ainda não reconhece o resultado da votação, quase 24 horas após o encerramento das urnas para a votação de domingo.

Para aumentar a tensão, o senador Flávio Bolsonaro postou uma mensagem no Twitter por volta das 17h30. que foi contra o tom conciliador que ele havia mostrado antes: “Pai, estou com você em tudo o que vem e vai!”

À Reuters, o presidente interino do PP, deputado federal Cláudio Cajado (BA), falaria na segunda-feira de Bolsonaro.

Mas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que Bolsonaro deve falar até terça-feira.

Se no passado os movimentos dos caminhoneiros estavam basicamente concentrados em Mato Grosso e Santa Catarina, até o final da tarde chegaram a outros estados, somando Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Nos últimos anos, equipes mais próximas ao governo Bolsonaro têm rejeitado tentativas de greve de motoristas insatisfeitos com sucessivos aumentos de combustível promovidos pela Petrobras. Hoje, essas equipes próximas ao presidente buscam galvanizar uma greve nacional.

As manobras começaram na noite de domingo, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formalizar a vitória de Lula. , não desista”, disse ele.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que os bloqueios são eminentemente políticos e têm demandas econômicas, e causariam prejuízos ao Brasil.

“Quem está presidindo o Brasil neste momento é Jair Messias Bolsonaro. O dever é seu e dos órgãos que você governa, então você terá que fazer isso para não prejudicar a população”, disse o deputado em uma coletiva de imprensa.

CORTES INCLUEM SP E PARANAGUÁ

Mais tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que houve protestos nos estados. Pela manhã, a corporação citou 12 estados e 70 pontos vetados.

Mas o diretor executivo da Polícia Rodoviária Federal, Marco Antônio Territo de Barros, disse em entrevista à TV Bandeirantes às 18h que os protestos haviam sido registrados em duzentos pontos do país, sendo São Paulo o máximo em dificuldade. Paraná. , Mato Grosso e Mato Grosso.

“Estamos reforçando e convocando policiais de folga para liberar esses pontos”, disse Barros ao Bandeirantes. Questionado se o uso da força está sendo cogitado, ele respondeu que “não pode ser governado, mas preferimos o diálogo”. Em algumas proibições, há outras pessoas com crianças nos braços, com mais outras pessoas. Vamos tentar negociar primeiro para liberar esses pontos.

Segundo ele, a FRP aguarda medidas legais para ações de desobstrução de estradas, além de negociar com caminhoneiros.

Nas proximidades da região metropolitana de São Paulo, protestos também interromperam estradas como Regis Bittencourt, Raposo Tavares e a capital paulista, na Marginal Tietê, segundo relatos da mídia e corredores.

Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os anúncios de prestígio da PRF até o final da tarde mostraram dezenas de fechamentos na BR-163, sentido de transporte de produtos agroalimentares de Mato Grosso até os portos do Arco Norte, como Miritituba, em Itaituba, no Pará.

Uma das principais vias de acesso ao porto de Paranaguá (PR), a BR-277, também foi bloqueada na tarde de segunda-feira pelos caminhoneiros, disse o administrador Portos do Paraná, lembrando que não houve danos à unidade. depois.

Na Via Dutra, os protestos dificultaram o trânsito em alguns trechos da via, dois deles bloqueando os dois sentidos, próximos a Barra Mansa (RJ) e Nova Iguaçu (RJ), segundo boletim do meio da tarde da concessionária, CCR RioSP. , o CCC.

No estado de São Paulo, a PRF registrou 3 bolsões de protestos. A unidade estadual relatou manifestações, por exemplo, em Régis Bittencourt, no km 280, no município de Embu das Artes. A mídia também mostrou manifestantes bloqueando a Marginal Tietê, uma das principais vias da capital paulista, no interior.

Logo foi esclarecido se todos os protestos de alto nível foram organizados através de caminhoneiros independentes.

NENHUMA LIDERANÇA CLARA

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), os protestos são espontâneos e são organizados por entidades agrícolas.

A Frente Parlamentar Agropecuária, por sua vez, pediu que “as estradas sejam liberadas para carga viva, ração animal, ambulâncias e outros e/ou produtos perecíveis”.

No entanto, a entidade também disse que “entende que o momento é delicado e respeita o direito constitucional de protestar”. Para a frente parlamentar, “a trajetória de paralisações em nossas estradas afeta diretamente os consumidores brasileiros, na imaginável escassez e em toda a cadeia produtiva rural do país”.

O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, disse anteriormente que se trata de uma “ação antidemocrática por meio de alguns segmentos que não constituem a categoria de caminhoneiros autônomos de não aceitação dos efeitos das urnas”. A entidade havia promovido no passado pedidos de greves contrárias ao preço dos combustíveis.

Segundo Dahmer, “o cronograma permanente dos caminhoneiros é político, mas econômico”, o que inclui demandas como a consolidação do terreno mínimo de carga e a redução dos preços dos combustíveis.

Quando contatada, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que tem uma discussão mais próxima com o governo Bolsonaro, disse mais cedo que se reuniria para avaliar a situação, mas respondeu ainda mais e especificou se apoiava os protestos.

O Ministério Público Federal enviou um pedido de dados à PRF sobre as medidas adotadas para manter o trânsito nas estradas federais.

(Reportagem adicional de Roberto Samora, Maria Carolina Marcello, Rodrigo Viga Gaier e Lisandra ParaguassuEdition através de Alberto Alerigi Jr. e Pedro Fonseca)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *