O que esperar da economia alagoana com o retorno do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)?Haverá ajustes significativos em questões como Auxílio Brasil, salário mínimo e combustível?o economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cícero Péricles, explica como é a situação em 2023.
Segundo o professor da Ufal, a aproximação política entre o governo de Paulo Dantas e a equipe do novo governo Lula gera muitos efeitos positivos para Alagoas.
Paisagens em Alagoas
Ele argumenta que há duas razões possíveis para essa opinião positiva. O primeiro -interno- é o cenário monetário do Estado, com situações de enfrentar despesas com pessoal, cobrir despesas existentes e fazer alguns investimentos, seja no quadro de infraestrutura ou em alguns programas sociais”, explica.
Segundo ele, a sociedade e as situações monetárias do aparato estatal garantem espaço para manobras para a liderança de Paulo Dantas. “Um sinal desse cenário monetário é a manutenção dos grupos de controle dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento. “
Além disso, o economista cita como motivo para o momento, o resultado direto da harmonia política entre os eleitos em Alagoas e a nova Résia Federal
“Os dois líderes são aliados políticos e isso abre possibilidades maiores do que no governo passado, quando o MDB de Alagoas, liderado pelo senador Renan Calheiros e pelo governador Renan Filho, em oposição ao governo federal”, disse.
“Na prática, essa aliança pode constituir mais recursos para programas sociais, mais créditos públicos para financiar programas de progressão econômica e mais investimentos em infraestrutura voltada para o crescimento econômico”, acrescentou.
Quanto aos ajustes econômicos que só podem ocorrer em decorrência da entrada de Lula, Péricles acredita que o 3º mandato do presidente eleito, dado o deleite das administrações passadas e o discurso da cruzada, “fará sentido no trato com problemas como Auxílio Brasil, salário mínimo e gasolina, que são vitais para o máximo brasileiro”.
Abaixo está uma investigação de alguns temas da economia para 2023:
Ajuda ao Brasil
O economista diz que o conceito é crescer a economia, aumentar a renda dos segmentos mais pobres, manter a inflação sob controle.
Nessa lógica, o Auxílio Brasil retorna ao programa Bolsa Família, mantendo o ponto de cobertura existente, mas com invenções semelhantes à atenção dos grupos sociais mais vulneráveis. “
Salário mínimo
Para Cícero, o salário mínimo voltará à fórmula bem sucedida de recomposição, que governou entre 2006 e 2015, por reajuste acima da inflação, permitindo ganhos reais ligados à acumulação do PIB.
Combustíveis
Enquanto o setor de combustíveis pode passar por uma nova política, explicada pelo controle da Petrobras. “A empresa revisará a política de paridade de importação, seguida em 2016 pelo governo Temer, e dará opção para valorizar ajustes relacionados aos valores de produção de um barril de petróleo no próprio país. “
“A situação pode ser revertida”
Segundo o economista, a economia brasileira, após a experiência liberal, sem muitas preocupações sociais, mais interessada em privatização e exportação de matérias-primas, será afetada pela nova lógica a ser seguida por um governo de centro-esquerda.
“O mercado interno voltou a ser o centro de expansão e isso requer concentração na produção nacional e aumento da renda dos trabalhadores. A reativação do parque comercial brasileiro, bem como a agricultura de subsistência, é anunciada para atender à demanda nacional e construir exportações de maior valor agregado”, disse.
Péricles também menciona ajustes na política externa, que deverá ser mais ativa, ampliando os laços industriais, diversificando novas sociedades e mercados para o país.
“Isso exige o fortalecimento do sistema monetário federal, dos bancos estaduais e das agências do progresso. Esse estilo funcionou bem nos dois mandatos de Lula e nos primeiros anos do governo Dilma”, disse.
Segundo o professor, as situações políticas são favoráveis, na medida em que o atual governo deixa o país com uma economia com baixas taxas de expansão, uma taxa de desemprego ainda muito alta, com inflação no topo, especialmente a que afeta a captura fundamental da população.
“Essa combinação de desemprego, informalidade e inflação reduziu a fonte média de renda dos brasileiros, o que, por sua vez, é o culpado pelo endividamento e inadimplência recordes do país. Esse é um cenário complicado, mas que pode ser revertido através de uma nova política de crescimento econômico, com inovações sociais e responsabilidade fiscal”, conclui.
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