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Aldenor Ferreira*
A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva tingiu o mapa da Amazônia de vermelho. O ex-presidente venceu o primeiro turno das eleições no estado, recebendo 49,58% dos votos válidos. Dos 62 municípios, Lula ganhou quatro: Apuí, Boca do Acre, Guajará e na capital, Manaus.
Vale ressaltar que nas eleições presidenciais de 2018, o PT, com Fernando Haddad, foi derrotado nesses mesmos municípios, com exceção da Boca do Acre. Nesta eleição, embora Bolsonaro tenha perdido em 59 dos 62 municípios, saiu vitorioso do resultado estadual, obtendo 50,28% dos votos válidos. Sua vitória ficou por conta da votação recebida na capital, que foi de 65,72%.
No texto da semana passada, discuti a votação recebida por Bolsonaro em Manaus, que, em relação a 2018, ainda era de 53,55%. No entanto, esta cidade abriga mais de 60% da população do Amazonas, seu hábito eleitoral não pode ser tomado de forma generalizada, como se fosse a expressão da vontade do resto dos povos amazônicos como um todo.
Ao contrário de parte do eleitorado de Manaus, as outras pessoas do interior do Amazonas identificaram, quase por unanimidade, as pinturas de Lula em suas respectivas cidades. Como indica o texto desta coluna, ele é o defensor da criação e execução de políticas públicas e, no que diz respeito ao Amazonas, nenhum presidente fez mais quadros do que Lula.
O que eu trago aqui não é sentimentalismo, mas dados genuínos, fatos antigos que se materializam na vida das pessoas.
Exemplos das pinturas de Lula vêm com a expansão da Universidade Federal do Amazonas por meio do Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), a expansão do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), com a criação do campus parintins, a estrutura da ponte sobre o Rio Negro, entre outros.
É fundamental mencionar que sob o governo de Dilma, também do PT, a zona solta de Manaus durou 50 anos, o que é inédito na história do Brasil. No entanto, de todas as obras de Lula na Amazônia, a que tem o máximo marcado a vida da população do interior, especialmente nas áreas rurais, é o programa Luz para Todos.
Este programa é muito mais do que a eletrificação rural. Isso significava, para os colonos, o juteiro, o pescador, o moinho de farinha, o gomero, o coletor, o agricultor e o criador, o acesso à civilização. É como se, diante da aplicação dessa política, os outros vivessem, no século XXI, na Idade Média, vivendo à luz de uma lâmpada e tendo que salgar os alimentos que compõem sua dieta proteica.
Talvez para quem vivia sozinho nos gigantescos centros urbanos do país, que viviam com todos os confortos da infraestrutura – água, energia, transporte, telefonia, etc. – que isso coloca, é difícil perceber a importância do Programa Luz para Todos para a população do Brasil profundo. Talvez seja por isso que todos os tipos de preconceitos raciais e geográficos são derramados contra os brasileiros do Norte e nordeste, especialmente na época da eleição.
Também é fundamental dizer que a história da eletrificação rural no Brasil nunca se baseou em princípios de inclusão social, sendo realizada com moderação e favorecendo algumas regiões. É no governo Lula que essa lógica será quebrada, uma vez que a eletrificação rural começou a ser tratada como política pública. Assim, o objetivo foi, acima de tudo, aproximar a cidadania dos brasileiros de todas as regiões do nosso território.
Como lembrete, o Programa Nacional de Eletrificação Rural foi instituído pelo Decreto nº 4. 873, de 11 de novembro de 2003 – portanto, através do próprio Presidente. Em seguida, foi prorrogado até 2014 pelo Decreto nº 7. 520, de 8 de julho de 2011 e, finalmente, até 2018, pelo Decreto nº 8. 387, de 30 de dezembro de 2014. Vale ressaltar que as duas últimas prorrogações foram dadas no governo de Dilma.
Segundo a Amazonas Energia, de 2004 a 2022, 142. 084 famílias foram atendidas por meio de eletrificação rural no estado. Nesse sentido, o programa Luz para Todos dos governos do PT, como mencionado, significava algo além da inegável eletrificação rural. O acesso à eletricidade trouxe qualidade de vida à população do interior. Com isso, como eu disse, eles receberam o que nunca tiveram: cidadania.
A partir daquele momento, a população dos cantos da Amazônia tornou-se, de fato, um componente integral da sociedade nacional. Eles começaram a ter a oportunidade de adquirir bens eletrônicos. Como resultado, essa população acessou TVs de dados. Conectados a placas via satélite, eles tiveram maior acesso à escolaridade graças à TV Escola. Além disso, reduziu o consumo de sal na dieta. Afinal, com o frigorífico não é mais obrigatório usar sal para manter alimentos, entre outras melhorias.
Além disso, com o poder nas comunidades rurais, os amazonenses têm conseguido acessar água potável através de poços artesianos. Eles também foram capazes de expandir um pequeno negócio e conectar, através da Internet, com o mundo. Para o interior do Amazonas, o Projeto Luz para Todos programa quase uma revolução neolítica. Eu testemunho disso porque eu morava lá antes do show, e quando voltei aqui, eu vi os efeitos: a vida foi completamente substituída.
Então, quando olho para o mapa eleitoral de 2022 pelos municípios, fico surpreso. Em alguns, como Nhamundá, por exemplo, Lula ganhou 83,94% dos votos. Na comuna de Maués, por sua vez, obteve 82,97%. Em Parintins, a maior escola eleitoral do momento no Amazonas, Lula atingiu 79,54% dos eleitores.
O esplêndido voto de Lula no interior do Amazonas mostra que o eleitorado identificou suas obras, entre as quais o programa Luz Para Todos é um dos maiores. Os presos do Amazonas e os 37,02% que votaram em Lula nas urnas da capital são testemunhas oculares das conquistas do PT no estado e, com dignidade, o identificaram.
Foto: Divulgação
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