Como sair da tristeza, raiva e preocupação após a eleição.

Construir consenso e avaliar comportamentos são táticas para conflitos políticos

Esta história foi originalmente publicada em 3 de outubro de 2022 e atualizada em 31 de outubro de 2022.

Debates acalorados, humores acalorados, opiniões divergentes. . . A eleição presidencial tem sido uma primária de tensão para muitos, o que, por sua vez, é um dos pontos de ameaça para transtornos mais graves, como ansiedade e depressão.

Segundo os psiquiatras, a probabilidade de tal símbolo emergir é ainda maior quando a disputa se torna muito polarizada e outras pessoas do outro lado do espectro político são percebidas como inimigos que terão que ser derrotados a todo custo.

Além de prejudicar a democracia, esse tipo de pensamento coloca em risco a aptidão intelectual de outros que abrigam sentimentos tão intensos, dizem os médicos.

A boa notícia é que existem métodos que ajudam a evitar o agravamento da situação e evitar danos à saúde, como comportamento autorremindito, desconexão das redes sociais e avaliação com profissionais de fitness.

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A Associação Americana de Psicologia (APA) realizou uma pesquisa em 2020 para perceber o efeito da eleição presidencial no cotidiano das pessoas.

Eles descobriram que 68% dos entrevistados viram a disputa política entre o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump como uma fonte significativa de estresse.

João Fellet analisa como os brasileiros atingiram o grau de divisão existente.

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“O ano de 2020 é diferente de qualquer coisa experimentada. Não só lidamos com uma pandemia que matou milhares de americanos, mas também vimos um aumento no departamento e na hostilidade”, disse o psicólogo da APA Arthur Evans Jr. na época.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA. A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA descobriu que estar no aspecto desperdiçador das eleições tem um efeito sobre a saúde mental.

Analisando o conhecimento de um milhão de americanos, ele descobriu que cidadãos de estados onde a maioria votou na democrata Hillary Clinton, que perdeu a corrida, disseram estar mais decepcionados um mês após a eleição de 2016.

Isso se traduziu em cerca de 54,6 milhões de dias a mais de estresse e depressão para os 109,2 milhões de adultos que vivem nos estados de Clinton.

“Os profissionais médicos merecem que as escolhas possam ter um efeito, pelo menos temporariamente, na deterioração da saúde intelectual”, disse o Dr. Brown. Renee Hsia, uma das líderes do trabalho.

A questão teve um impacto tão grande em solo americano que alguns profissionais de fitness até desenvolveram um termo para descrevê-lo: transtorno de estresse eleitoral.

Embora seja uma condição oficialmente aceita em livros de psiquiatria, alguns estudiosos a descrevem como “ansiedade generalizada que se concentra na escolha, mas é causada apenas por ela”.

Um dos criadores do conceito é o terapeuta Steven Stosny. Ele afirma que os principais sintomas são distúrbios do sono, dores de cabeça, problemas e aumento da irritabilidade ou ansiedade.

No final, o que esta lista de americanos relata é o papel preponderante da tensão no hábito e nas emoções.

O Dr. Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que a tensão é um conjunto de reações do nosso corpo quando enfrentamos novas situações, que requerem alguma forma de adaptação e adaptação.

“Esses ajustes geram uma série de reações em nossos corpos para que nossa atenção seja nítida, nosso raciocínio rápido, nossos músculos tensos e nosso centro acelerado”, diz ele.

Em princípio, esse conjunto de configurações é bem-vindo. É esse mecanismo que permitiu que nossa espécie identificasse perigos e reagisse rapidamente, fugindo ou lutando.

“É quando essa tensão se torna crônica”, diferencia o psiquiatra.

“Um pedido constante de ajustes e adaptações leva ao desgaste do quadro e aumenta a ameaça de problemas como ansiedade e depressão surgindo”, acrescenta.

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O estresse é uma reação natural e esperada às situações de conversão. É quando dura muito tempo.

Não é segredo que as eleições do país estavam polarizadas – a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno sobre Jair Bolsonaro, de 50,9% a 49,1%, foi a mais próxima desde a redemocratização do país – e gerou protestos muito intensos. . . Mas é imaginável medir a tensão da população neste momento?

Embora existam muitos estudos publicados sobre o tema no Brasil, Barros ressalta que a corrida presidencial de 2022 é diferente do que aconteceu há 4 anos.

“Acho que a maioria das pessoas aprendeu a lição em 2018 e criou mecanismos para entrar em conflitos ou brigas. Entre amigos e familiares com opiniões opostas, há uma espécie de pacto de silêncio sobre o assunto. “, disse ele.

“Mas é claro que esquecemos os episódios de violência entre partidos políticos conflitantes nas últimas semanas”, acrescentou.

O psiquiatra Lucas Spanemberg, do Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, entende que a participação política pode ter duas faces.

“É algo paradoxal, mas fazer uma cruzada é inteligente para trazer um senso de pertencimento, participação cidadã, protagonismo, influência positiva no longo prazo do país”, disse.

“O desafio é quando ele vai longe demais e gera uma tentação autoritária, na qual a discussão é apenas atacar o adversário através da raiva, ódio e rejeição”, disse ele.

“Do ponto de vista do condicionamento físico intelectual, é negativo e pode causar ansiedade. “

Médicos entrevistados pela BBC News Brasil que o aumento da raiva se deve, em parte, às redes sociais.

Barros ressalta que temos uma tendência natural de favorecer outros que reconhecemos como semelhantes, e somos mais críticos e duros com os de nossa comunidade.

“Lutamos contra isso com mecanismos civilizacionais, como justiça social e transparência. “

“O conceito de proteger um ponto de vista e criar desacordos é a natureza humana. Mas os algoritmos das redes sociais anunciam o que chamamos de viés de confirmação”, diz Spanemberg, que também trabalha no Hospital das Clínicas de Porto Alegre.

Especificamente, essas plataformas são configurais para exibir conteúdo que corresponde ao que acreditamos.

A longo prazo, isso cria a falsa sensação de que todos pensam a mesma coisa: a crítica dissidente é tão rara nessas redes que acaba sendo ignorada ou atacada de frente.

“Estamos, ao mesmo tempo, com a sensação de ser validado o tempo todo, e com dificuldade em lidar com o outro e com o contraditório”, resume o psiquiatra.

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As mídias sociais reforçam o conceito de que nossos conceitos estão corretos

O psicanalista Christian Dunker, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, argumenta que a atitude após uma vitória ou derrota também influencia apenas a trajetória política do país, mas também a intensificação da raiva nas relações privadas.

“Na história brasileira, o aspecto vitorioso usa sarcasmo e humilhação como equipe contra os derrotados. “

E isso, por sua vez, gera uma reação de vingança, raiva e ressentimento naqueles que perderam.

“Acho que ainda temos que ser informados para ganhar ou perder na disputa política”, disse ele.

“Outra falha que temos é a percepção de que os líderes são infalíveis, não podem cometer erros ou recuar. Isso cria figuras rígidas de autoridade, o que se reflete no hábito da sociedade”, acrescenta.

Mas existe alguma maneira de enfrentar um desafio dessa magnitude e escapar das emoções de raiva, tristeza ou preocupação e depois da eleição?

Existem pelo menos sete recomendações intelectuais fundamentais que ajudam a refletir sobre sentimentos e hábitos, e têm um efeito sobre a saúde mental.

Tudo começa com um processo de autoavaliação. Como você reage quando ele diz algo que vai contra o que você acredita?Uma troca verbal sobre política gera desconforto ou emoções ruins em você ou em outros participantes?

“Tudo bem quando suas posições políticas restringem conversas dentro de sua própria família, ou as equipes do WhatsApp não são mais uma posição de confraternizar uma disputa política”, disse Spanemberg.

É também verificar se esse hábito o impede de fazer pinturas e atividades recreativas ou prejudica os relacionamentos.

Em segundo lugar, os médicos aconselham ser consciente se você acha que está certo sobre tudo.

“Ninguém está 100% certo”, lembra Barros.

“Pense se você já discordou mais da organização com a qual mais interage. Se isso nunca aconteceu, é possível que eles apenas manipulem isso”, acrescenta.

O terceiro ponto é treinar consenso. Ao falar com outros que têm opiniões opostas, procure um piso comum em que todos possam concordar.

Isso está ajudando a construir conexões e mostrar que mesmo aqueles com outras perspectivas sobre questões podem concordar com certos pontos, observam os pesquisadores.

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Estabelecer a discussão e respeitar posições opostas são métodos para escapar do conflito

A dica número 4 é revisar para antecipar quais serão as políticas governamentais a partir de 2023.

Uma pesquisa realizada pela North Carolina State University, EUA. Nos EUA, ele descobriu que outras pessoas que antecipam cenários sociais e econômicos e acham que estarão sob pressão através das políticas do próximo líder estão certas.

Na verdade, eles tendem a sofrer mais estresse, mesmo antes das coisas acontecerem.

Os psiquiatras também recomendam que outras pessoas tirem pausas das mídias sociais e das notícias. Isso ajuda a distraí-lo do confronto eleitoral e leva a outras atividades mais relaxantes, como se exercitar ou caminhar em um parque.

A sexta regra é que outras pessoas busquem ajuda profissional se sentirem que não estão melhorando. Passar por pesquisas com um psicólogo ou psiquiatra ajuda a localizar fontes de estresse, ansiedade ou depressão, e permite que você decida sobre as táticas mais produtivas. para tratar e a desordem.

Por fim, Barros acredita que outros esqueceram uma faceta da eleição. “O processo democrático passa pela continuidade ou substituição dos governos, de acordo com a vontade da maioria dos cidadãos”, disse ele.

O estilo de vida desses processos é algo saudável e básico apenas para o funcionamento da democracia, mas também para o equilíbrio da nossa própria saúde intelectual, ressalta.

Ele enfatiza que teremos que ver a oposição ao governo da época como um componente do procedimento democrático, não como inimigo a ser eliminado.

De acordo com o psiquiatra, lidar com outras pessoas que você não gosta faz parte da vida na sociedade. E entender isso pode até ajudar a aliviar a tensão e a carga emocional que acompanha debates e propostas sobre o futuro do país.

– Este texto foi originalmente publicado em https://www. bbc. com/portuguese/brasil-63080203.

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