Líderes falam sobre reconversão do cronograma de plantio de soja em Mato Grosso

Ontem, a assembleia legislativa realizou uma audiência pública para discutir a era do plantio de soja do Estado e a liminar expedida no mês passado pelo Tribunal de Justiça que suspendeu uma norma da Secretaria de Agricultura que prorrogou o cronograma de plantio de grãos até 3 de fevereiro. Como resultado, a era de 16 de setembro a 31 de dezembro voltou a ser válida para o plantio de soja em Mato Grosso.

A ação direta de inconstitucionalidade com recurso de medidas cautelares foi proposta por meio da Diretoria Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso, que argumentou que a resolução que estabeleceu o novo prazo não levou em conta “os estudos técnicos realizados para a ferrugem da soja, colocando a população e a atividade agrícola de Mato Grosso e do Brasil em grave ameaça de danos irreversíveis, com a opção de apresentar resistência fúngica em comparação com fungicidas existentes. “

A promotora Ana Luiza Peterlini participou da audiência e sob pressão o temor do Ministério Público pela disseminação da ferrugem asiática e pelos danos imagináveis que pode causar ao meio ambiente e ao Estado. Essa posição, segundo ele, é baseada em dados acumulados de estabelecimentos como a Sociedade Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), a Fundação Mato Grosso e o Consórcio Anti-Roya. os perigos que implica para a produção e também para os problemas ambientais e econômicos. Alguns números nos mostram que pode haver uma queda de 10% na safra mato-grossense”, disse.

Fernando Cadore, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), e produtores rurais se ofereceram na audiência oposição à resolução que modifica o cronograma de plantio e apontou os estilos de um estudo clínico que corrobora a viabilidade do plantio de soja em fevereiro. Os produtores de soja contam com a soja para o seu sustento, então a Aprosoja nunca protegeria um programa que não é sanitário e representa uma ameaça à produção”, disse Cadole.

Pesquisadores da Universidade de Viçosa (MG), Erlei Melo Reis e Laércio Zambolim, apresentaram os principais pontos de um estudo no qual participaram e demonstraram que o desenvolvimento da soja em fevereiro é tecnicamente viável, bem como economicamente e ecologicamente sustentável. O estudo foi realizado em três culturas de oito regiões de Mato Grosso e, segundo elas, mostrou dois grandes benefícios do desenvolvimento da soja em fevereiro: menor intensidade de ferrugem e menos aplicações de fungicidas. As razões para isso, segundo os pesquisadores, são que em fevereiro há menos chuvas, diminuição da temperatura, menos tempo no campo, menor tempo de garagem e maior qualidade das sementes.

O deputado Gilberto Cattani (PL) reforçou a posição apresentada pelos pesquisadores e pela Aprosoja e informou que apresentou nota fiscal (835/2022) com o objetivo de construir a era do plantio de soja em Mato Grosso entre 16 de setembro e 3 de fevereiro de cada ano. . . ” Estudos científicos mostram que o plantio em fevereiro é muito melhor, até para a aptidão das plantas e para o meio ambiente, pois usamos menos inseticidas e, para o pequeno fabricante, significa muito, pois a única maneira de ele ter a semente dele, que chamamos de semente crioula, é que ele semeia em fevereiro. Portanto, esta resolução prejudicará diretamente o pequeno fabricante e aproveitará os fabricantes gigantes que vendem a semente para os pequenos. É um monopólio que não precisamos no estado de Mato Grosso”, disse Cattani sobre o pedido de audiência pública.

A deputada Janaina Riva (MDB) também se manifestou contra a decisão da Corte, ressaltando que “favorece conglomerados gigantes e prejudica pequenos e médios fabricantes”. “Protegemos o direito do fabricante de salvar sua semente em fevereiro, conhecendo a segurança, o que tem sido demonstrado por meio disso muito bem feito através de professores e pesquisadores da Universidade de Viçosa. Eu já tinha conversado com o presidente Botelho e ele nos deu a garantia de que a Assembleia vai usar seus equipamentos legais para proteger o interesse do Estado e o interesse do Estado é que, como em outros estados brasileiros, o fabricante possa manter sua própria semente como segurança econômica para ela, como segurança da produção”, disse.

Os dados decorrem da recomendação da Assembleia Legislativa. O plantio da safra em Mato Grosso começou no mês passado e atingiu 41% do total de domínio, segundo estimativa divulgada pelo IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

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