O Brasil é candidato à liderança no mercado de crédito ao carbono e corre para conquistar a floresta na Amazônia, oportunidade em que algumas corporações italianas estão interessadas e uma oportunidade de salvar o pulmão verde do mundo, de acordo com o “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo” introduzido através do Protocolo de Quioto.
O mercado em desenvolvimento no Brasil, que pode valer até US$ 72 bilhões até 2030, segundo dados da ONG americana Environmental Defense Fund.
Para o embaixador italiano no Brasil, Francesco Azzarello, à espera que a gigante brasileira “aprove a lei que rege o mercado regulamentado de créditos de carbono no modelo europeu, as empresas ainda podem usar o mercado voluntário comprando terras para certificar a emissão de créditos de carbono de corporações estrangeiras e colocá-los no mercado”.
Segundo o diplomata, “o Brasil é candidato a se tornar um dos maiores exportadores mundiais de créditos vitais” neste mercado. “E já existe um interesse publicitário italiano concreto, tenho a impressão de que as oportunidades não são bem conhecidas. “todo mundo.
De acordo com o relatório “Estado e Tendências de Preços de Carbono 2022” do Banco Mundial, esse mercado global atingiu um preço recorde de US$ 84 bilhões em 2021, um acúmulo de 60% até 2020. Uma expansão exponencial que parece ainda mais evidente em relação ao Brasil. , onde o volume de créditos voluntários de carbono, gerados em 2021, aumentou para 236% em 2020 e para 779% em 2019.
Uma progressão que levou o gigante sul-americano a alcançar a quarta posição no mundo. Essa tendência continua a crescer à medida que o país avança para a adoção de legislação regulatória para estimular ainda mais o desenvolvimento.
Atualmente, o principal mercado regulatório de créditos de carbono é o realizado na União Europeia, Reino Unido, Islândia, Liechtenstein e Noruega, o “Sistema de Comércio de Emissões” (EU-Ets), para um volume de negócios – referente aos leilões realizados entre 2012 e junho de 2020 (último conhecimento disponível) – que ultrapassaram 57. 000 milhões de euros.
Em 2019, a receita global gerada ultrapassou US$ 14 bilhões, enquanto na primeira parte de 2020 atingiu US$ 7,9 bilhões. E, além do sistema europeu, já existem sistemas operacionais ou em andamento no Canadá, China, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Suíça e Estados Unidos.
“Intervenções regulatórias recentes são inovadoras. Estima-se que o Brasil possa ser o maior exportador mundial de créditos de carbono, e vários investidores institucionais e pessoais já estão investindo em terras e florestas com o único objetivo de preservá-los. Um conceito do preço desse mercado, um estudo da McKinsey estima que até 2030 a demanda por empréstimos voluntários pode aumentar de US$ 1,4 bilhão para US$ 2,3 bilhões, apenas 15%, em comparação com 5% para a China e a Rússia juntas”, disse Graziano Messana, presidente da Câmara De Comércio, Indústria e Agricultura Ítalo-Brasileira de São Paulo.
De acordo com os últimos dados disponíveis, o mercado brasileiro de crédito voluntário teve recentemente 159 projetos. Destes, 80% estão registrados e já geraram créditos. Entre as principais empresas do setor está a Carbon Next, que sozinha administra 2 milhões de hectares na Amazônia. – empresa na qual a Shell investiu recentemente US$ 40 milhões.