A comissão de transição do governo de Pernambuco sabia que 750 milhões de reais foram comprometidos pelo governador Paulo Câmara (PSB) ao final de seu mandato. Entre os escritórios mapeados estão a contratação de funcionários, recursos para novas pinturas a serem concluídas no próximo ano e a destinação de terras públicas.
Uma das instâncias contempla a contratação de 150 trabalhadores temporários por meio da área financeira, já após a mudança de momento. Outra é a desapropriação de terras no valor de R$ 190 milhões, segundo a vice-governadora eleita Priscila Krause (Cidadania).
A apresentação à Assembleia Legislativa de Pernambuco de 15 projetos em 4 dias, cedendo terras estaduais a terceiros, também chamou a atenção da gestão de longo prazo.
Mas uma das questões que causou o maior temor na direção de Raquel Lyra (PSDB) é a autorização para a construção de um novo presídio no Complexo do Curado, no valor de R$ 84 milhões, com isenção de licitação, devido ao método de estrutura. O planejamento prevê que 10% do contrato seja concluído este ano, mas o restante deve ser pago em 2023, sem orçamento estimado.
“Nem sequer questionamos a inexigibilidade das licitações. Mas isso nos preocupa, porque a dotação orçamentária, R$ 20 milhões, é o que é necessário”, diz Krause.
Além disso, o governo de longo prazo soube da alocação de 8. 000 metros quadrados a um consórcio de corporações para instalar cabos submarinos para a Internet no Espaço Ciência, um museu comprometido com a inovação clínica. Ele também questionou a conclusão de um acordo para a dragagem do porto de Suape no valor de R$ 480 milhões, sendo que mais de R$ duzentos milhões já foram transferidos em 2022.
“A liderança existente continua a praticar seus atos administrativos e tem legitimidade para fazê-lo. Só estamos pensando se eles estão servindo aos interesses dos demais pernambucanos neste momento, à frente de uma nova administração. Estamos envolvidos do ponto de vista político e, acima de tudo, do ponto de vista administrativo e de planejamento de um novo governo”, critica Krause.
Contactado, Paulo Câmara disse através do seu assessor que lamentava que, um mês após a eleição, o vice-governador eleito “descesse da tribuna”.
“Cerca de 10 mil páginas já foram enviadas em reação às cartas recebidas. Infelizmente, o vice-governador eleito encontrou tempo para ter uma assembleia presencial com a equipe do governo e nenhuma com uma secretaria expressa”, disse em nota. Nota.
No que diz respeito às contratações no Ministério das Finanças, o atual governo diz que elas constituem um backlog, mas apenas a substituição de um contrato finalizado por um novo.
A direção existente também nega que haja desapropriações de R$ 190 milhões e afirma que a destinação de terras é contrapartida estatal ao programa do Governo da Cidade do Recife para a construção de creches, cujo máximo é adjacente a escolas públicas.
Quanto aos cabos submarinos, ele diz que a alocação de terra é de 6% da área de 120 mil e posicionará Pernambuco em um ponto muito mais alto de transmissão de conhecimento com internet de classe mundial.
Quanto à prisão, ele promete que a origem dos recursos será explicada até o final da sentença. Em relação ao porto de Suape, ele disse ter chegado à conclusão de uma disputa que se arrasta há mais de uma década em um acordo. com 45% a favor de Pernambuco.
Juliana Braga/Folhapress