Pimenta: o longo – e tortuoso – caminho que o PT e a esquerda do Acre terão que percorrer até 2024

POR THIAGO CABRAL, POR CONTILNET

Derrotas

Após mais de 20 anos de hegemonia, tanto no estado quanto na capital, o PT do Acre sofreu sucessivas derrotas nas últimas 3 eleições. O que você fará em 2024 para substituir essa imagem?

Cronologia

Em 2018 perdeu quase tudo: governo, Senado e Câmara Federal (Leão de Brito único deputado federal em outubro de 2020, após a demissão do deputado federal Manoel Marcos), mas elegeu dois deputados estaduais, Zen e Jonas Lima. Em 2020, cumpriu sua pior função na capital, sem eleger um único vereador e tendo apenas 4% dos votos como prefeito, com Daniel Zen. O que armazenou naquele ano foram os 3 prefeitos a sigla escolhidos na campanha: Fernanda Hassem em Brasileia, Jerry Correia em Assis Brasil e Isaac Lima em Mâncio Lima. Em 2022, sofreu sua pior derrota. Ele colocou seu maior líder no estado, Jorge Viana, concorrendo a governador e perdeu no 1º turno. Na briga pelo Senado, patinou e não conseguiu eleger sequer um deputado, nem federal nem estadual.

oxigenação

Em 2024, ano em que se realizam as eleições municipais, as discussões sobre sucessões já começaram em quase todos os partidos. Se o PT precisar entrar no jogo com chances, terá que se reinventar. E trata-se de dar preço e visibilidade aos novos nomes do partido, que terão de ser renovados para respirar.

Capital

Na capital, os apelos mais poderosos do partido para uma candidatura imaginável à prefeitura são os ex-prefeitos Raimundo Angelim e Marcus Alexandre. Angelim está prestes a se aposentar, não precisando mais concorrer ao cargo, pelo menos por enquanto. Marcus, apesar de ter sido prefeito duas vezes, é um convocador relativamente novo no partido e talvez o último quadro primário do PT apresentado aqui no estado. Precisa recuperar seu destaque. Não faltam apelos ao desafio dentro da legislatura municipal, basta que se contentar com o desafio de “descer um degrau” para optar por um assento na câmara municipal. “Realize a tarefa”, isto é, deixe o ego de lado e pense primeiro no projeto partidário, e não em projetos não públicos.

interior

Se na capital o cenário não é fácil, internamente é ainda pior. Os 3 prefeitos que escolheram a sigla nas últimas eleições não são mais tão vermelhos. O trio atua de forma independente e de acordo com interesses contrários aos do partido, o que levou mesmo à abertura de um procedimento para expulsar as iniciais dos chefes do executivo municipal. Para reorganizar as casas dessas comunas e liberar denominações competitivas, será necessário trabalhar.

Federação

Lembremos, no entanto, que nas próximas eleições, o PT se federará com o PV e o PCdoB, o que pode ajudar a desatar o nó, tanto no campo quanto na capital. O PCdoB, por exemplo, tem uma imagem da estatura da deputada federal Perpétua Almeida, que pode facilmente preencher uma vaga de candidato a prefeito por meio da organização em qualquer cidade do Acre, somando Rio Branco. O PCdoB e o PV podem, e têm condições, ser os protagonistas da federação em alguns municípios do interior, dividindo o peso com o PT.

PSB

Outra opção para o PT é tentar uma aliança com o PSB nas eleições municipais em Rio Branco. Entre os perdedores da última eleição, o único que possivelmente teria saído “vitorioso” é o deputado estadual e ex-candidato ao Senado Jenilson Leite. , sem aliança, ficou em 3º lugar com mais de 65 mil votos. No ninho socialista já se discute seriamente lançar a chamada para o médico como candidato para possivelmente em 2024. Resta ao PT, e ao próprio PSB, curar as feridas das duas últimas eleições ao melhor amigo de si mesmo na tentativa de voltar ao poder.

AntiPT

No entanto, por mais malabarismo político que seja feito, o maior adversário do PT aqui no Acre é o antipetismo. O eleitorado do Acre é cada vez mais conhecido pelo conservadorismo e pela extrema-direita. Teremos que pensar em métodos para evitar esse sentimento na população. O PSB de Jenilson sofre menos que o PT e o PCdoB com o mal do antipetismo. Pensando pragmaticamente, talvez a maneira mais produtiva para a esquerda seja apostar no PSB.

Fator lula

A maior esperança desse bloco de esquerda no Acre é a fortuna inteligente do governo Lula. Se o presidente eleito conseguir um governo inteligente nesses dois primeiros anos, ele pode enfraquecer a polarização e, consequentemente, a força da extrema direita nos níveis nacional e local. Além disso, há cargos que nomes-chave no PT do Acre, como Marcus Alexander, merecem ocupar dentro do governo federal e que podem dar visibilidade e força em uma disputa de longo prazo pela capital. Ainda é cedo, mas ouso dizer que essa próxima eleição municipal será a mais nacionalizada da história do Acre. E até lá, as probabilidades são inúmeras.

Ufac

Hoje, tudo o que foi dito foi o alívio orçamentário sofrido com a Ufac. Segundo a instituição, cerca de R$ cinco milhões foram bloqueados. O corte foi feito e pegou várias universidades públicas do país de surpresa. Compromete as atividades educativas planeadas através dos estabelecimentos durante o ano. O bloqueio da Ufac somou apenas cerca de cinco milhões de reais, que seriam usados para pagar despesas discricionárias, afetando a prestação de serviços”, diz um trecho da nota emitida pela Ufac no palco. O Instituto Federal do Acre (Ifac) também sofreu com a medida, tendo bloqueado cerca de R$ 2 milhões em recursos. Descontentamento.

azulado

Mais uma vez, a Câmara Municipal de Rio Branco se envolveu em uma polêmica sobre a cor azul. Desta vez, a “vítima” da construção da Câmara Municipal, que nasceu nesta terça-feira com parte de sua fachada pintada na cor favorita do prefeito Tião Bocalom (PP): azul.

PEC de transição

A proposta de reforma da Constituição (PEC) da transição, que foi apresentada (28), ultrapassou hoje o limite de 27 assinaturas obrigatórias para entrar no processo no Senado Federal. Até a tarde desta terça-feira, 32 parlamentares já haviam assinado o artigo, acrescentando dois do Acre: Mailza Gomes (PP) e Sérgio Petecão (PSD). O texto é considerado básico pelo governo Lula para garantir o pagamento do Bolsa Família de R$ 600,00 e outros R$ 150,00 para famílias com crianças de até 6 anos de idade.

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