Demitido por quase um mês do cargo de assessor do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), pelo prazo de seis meses, por um suposto esquema de peculato por meio de ofertas ilegítimas, Waldir Neves teve sua irmã Sidônia Neves Barbosa, renomeada pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, de Patriota, para ocupar o cargo de chefia na Secretaria Municipal de Gestão.
A convocação de Sidônia Neves é uma das 160 convocadas em uma nova edição do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) nesta quarta-feira (4).
De acordo com a oficialização, Sidônia Neves ocupará o cargo de Diretora Executiva II, DCA-3, cujo salário mensal, segundo o portal de transparência da Câmara Municipal, é de aproximadamente R$ 9. 567,09 mensais.
Refira-se que o funcionário já compôs, em 2021, os quadros da Câmara Municipal, juntando-se com o mesmo cargo.
Além disso, de acordo com o portal de transparência do gabinete do prefeito, Sidonia foi contratada através do município desde pelo menos agosto de 2003.
Além de Waldir, os conselheiros Iran Coelho e Ronaldo Chadid ficaram afastados por seis meses. O Irã presidiu o ECT-MS na data de retirada, 8 de dezembro.
Após ser afastado do cargo, renunciou. Foi o Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decidiu a retirada do trio.
O tribunal também decidiu que os administradores em questão eram monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas. Iran Coelho recorreu contra a deportação, mas o tribunal ainda não se pronunciou.
Waldir teve seu rastreamento eletrônico suspenso há duas semanas por dizer que precisava passar por exames médicos em São Paulo.
No recurso, ele argumentou que se trata de câncer de próstata e que o dispositivo inviabilizaria o procedimento médico.
Os 3 assessores foram investigados por meio da Polícia Federal, que apresentou no dia 8 de dezembro a Terceirização de Ouro, operação que investiga supostas fraudes em licitações.
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Os vereadores de Maracaju Ilson Portela (PSDB), mais conhecido como Catito, e Jeferson Lopes (Patriota), retomarão seus cargos na Câmara Municipal. Os dois estão entre os 8 parlamentares investigados na atual fase da Operação Dark Money, apresentada em dezembro de 2022, que teve como alvo um esquema de corrupção que tomou posição dentro da Casa de Direito.
De acordo com a resolução judicial que dispensou os parlamentares, a suspensão seria válida por 30 dias, ou seja, no dia 5 de janeiro o despacho caduca. Ambos pretendem retornar no dia 9 de janeiro, quando a Câmara retorna do recesso.
No Correio do Estado, Jefferson Lopes disse que voltaria porque, segundo ele, ficou comprovado que nenhum dos parlamentares estava envolvido no esquema para receber propina.
“Já fizemos declarações e estou ciente da minha inocência. Temos todas as provas em mãos. Não é culpa minha, é uma calúnia contra nós”, disse Lopes.
Além de recuperar seus cargos, segundo Ilson, os bens apreendidos foram desbloqueados por meio de vias judiciais.
Os presidentes da Câmara de Direito, Robert Ziemann (PSDB), Hélio Albarello (MCB), Laudo Sorrilha (PSDB), Ludimar Portela, conhecido como Nego do Povo (MDB), Joãozinho Rosa (MDB) e Antônio João Marçal de Souza, conhecido como Nenê da Vista Alegre (MDB) foram suprimidos.
Ainda não há confirmação de que os demais vereadores retomarão suas funções ao final do recesso parlamentar. O relatório tentou tocar outros parlamentares, mas não obteve resposta.
No entanto, se não houver impedimento judicial, possivelmente todos retomarão agora suas funções, que ultimamente são exercidas por meio de suplentes.
A operação, apresentada em dezembro de 2022, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) investiga se parlamentares obtêm propina para fiscalizar o Poder Executivo, bem como para facilitar despesas com juros da prefeitura, entre 2019 e 2020.
Há indícios de que o esquema causou um prejuízo total de R$ 23 milhões aos cofres do município. O dinheiro desviado foi transferido para uma conta bancária aberta clandestinamente, ou seja, sem que a prefeitura soubesse de sua existência.
Esta é a terceira fase da operação. No primeiro caso, o desvio de notas comuns foi encontrado por meio de trabalhadores no corredor da cidade, enquanto outras pessoas foram detidas temporariamente.
O momento chegou a altos funcionários, como ex-secretários, que também ganhavam quantias em dinheiro da folha de pagamento. Naquela época, as prisões foram transformadas em prisões preventivas.
No entanto, dois vereadores e outras duas pessoas que não tinham mandato público foram presos no local, um dos quais é conhecido como “laranja” por um dos parlamentares e o outro é filho do vereador.