Por que as chuvas no Brasil se tornaram tão intensas após o frio de novembro

A mistura de climas aponta para fenômenos imprevistos para o mês de novembro, como tufões fortes, queda de neve e até um tufão de poeira no Brasil.

Tempestades que causam deslizamentos de terra, inundações, derrubam árvores, postes e perturbam a força de bairros inteiros. Tempestades de areia, neve e as temperaturas mais frias em décadas.

O mês de novembro de 2022 foi marcado por chuvas acima da média, fenômenos para a época e classificado como “excepcional” pela meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim.

“Foi um mês excepcional porque tivemos alguns eventos, a começar pelo estalo sem sangue que se espalhou por todo o país na primeira semana, quando quebramos recordes de baixas temperaturas por décadas. Na cidade de São Paulo, a temperatura mínima chegou a 9,4°C no dia 4 de novembro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Foi o menor para um dia de novembro desde 1974, quando atingiu 6°C no dia 1”, disse o meteorologista.

A Climampo prevê que em dezembro haverá fortes chuvas nos mesmos espaços que foram atingidos por tempestades em novembro.

Pegorim, que trabalha com clima, clima e rastreamento de conteúdo há mais de 30 anos, disse que novembro é um mês em todas as regiões do país.

“Tivemos chuvas incrivelmente fortes, somando a região nordeste, máximo norte, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, leste de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Em Rio Branco, por exemplo, a temperatura mínima variou entre 14°C e 16°C, enquanto a média do mês, segundo o Inmet, é de 22,6°C”, disse o meteorologista.

Ele conta que na primeira semana de novembro foi registrada a formação de neve nos trechos mais altos da serra catarinense, “o que é inédito”, segundo Josélia.

Crédito, EPA

Deslizamentos de terra varreram carros e bloquearam estradas no Paraná; Bombeiros procuram dezenas de desaparecidos

“O ano de 2022 já entrou no meu portfólio de situações climáticas inesquecíveis. O sangramento da primeira semana de novembro, a neve, não será esquecido. Os 40°C na Inglaterra e todo o calor na Europa em seu verão substituíram o clima. lá”, disse.

Mas o que é esse clima de “confusão” no Brasil em novembro?

O meteorologista da Climatempo explica que uma série de pontos causou esses imprevistos para novembro. Uma delas foi a chegada de uma frente muito forte e sem sangue da Antártida que trouxe um estalo sem sangue para o país de uma forma sem precedentes.

Crédito, Mycchel Legnaghi/ São Joaquim Online

Geada registrada no Vale do Caminhos da Neve, em São Joaquim, Santa Catarina

João Fellet procura como os brasileiros alcançaram o grau de divisão existente.

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Essa frente sem sangue é tão forte, ele explica, que você já pensaria que é muito forte mesmo no inverno. No entanto, foi registrado um mês antes do início do verão, que tomará posições em 21 de dezembro.

“Essa massa foi a culpada por fortes chuvas em todo o país. No final da primeira quinzena de novembro, houve episódios de granizo que devastaram plantações no sul de Minas, São Paulo e Goiás. Também tivemos tempestades de poeira no Morro Agudo, interior de São Paulo, no dia 11 de novembro. São Joaquim, em Santa Catarina, registrou geada no dia 25 de novembro”, disse o meteorologista.

Segundo ela, os ventos marinhos intensos e resilientes trazidos do oceano para o continente também contribuíram para fortes chuvas no litoral do Paraná, Santa Catarina e sul de SP, deslizamentos de terra e fechamento de estradas.

Um desses deslizamentos de terra arrastou vários carros e bloqueou a BR-347, na região de Guaratuba, no Paraná, na noite de segunda-feira (28/11). Na sexta-feira, os bombeiros ainda estavam correndo no domínio da reviravolta do destino e estimaram que outras 30 pessoas ainda podem estar sob a lama.

No mês passado, também no Paraná, as Cataratas do Iguaçu registraram um recorde de mais de 16,5 milhões de litros de água até o momento. Este é o maior registro da história desde 1997, quando a medição começou.

A cidade de Cabrobó, no interior de Pernambuco, por exemplo, acumulou cerca de 269 mililitros de chuva em novembro, segundo o Inmet. Isso é apenas cerca de seis vezes o geral para esta época do ano.

Outro fator determinante nos fenômenos meteorológicos, segundo Josélia, foi a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que se concentrou no estado de São Paulo. É uma fórmula de dominação da instabilidade que está paralisada há alguns dias. e afeta certas regiões do país.

“A influência dessa fórmula tem sido sentida em partes do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo no Norte e Nordeste. Ajudou a formar nuvens de tufões, tufões e mais granizo. O sul recebe muito sol porque estamos a algumas semanas do verão. Isso significa que o ambiente no Brasil está esquentando e facilitando essa formação de chuva”, diz o especialista.

Josélia também garante que o fenômeno La Niña também está influenciando o clima global pelo 3º ano consecutivo. Um de seus efeitos é colaborar na organização dos corredores de umidade com maior probabilidade de gerar espaços de convergência do Atlântico Sul, registrados no país em novembro.

Crédito, Mycchel Legnaghi/ São Joaquim Online

A geada registrada no dia 25 de novembro nas montanhas de Santa Catarina é inédita através de um meteorologista

“Facilita a concentração de ar úmido em determinadas áreas, o que contribui para a formação de muitas nuvens de chuva. Não há correlação imediata com a mudança climática. Mas o ano de 2022 é excepcional. Houve ocasiões excepcionais em muitas partes do mundo e muitas delas são exemplos de mudanças climáticas. O máximo vital é a onda de calor que a Europa experimentou neste verão”, disse o meteorologista.

Ainda em novembro, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) registrou 686 mm de chuva na cidade de Schroeder, no Vale do Itajaí. Esta é a maior quantidade de chuva registrada na região.

Para se ter uma ideia, essa quantidade de chuvas é maior do que a registrada no ano nos municípios do Nordeste. A pluviosidade média anual em Petrolina, Pernambuco, é de 419, de acordo com o Inmet.

A previsão do Cimpo para dezembro é que tempestades sejam registradas nos mesmos espaços onde choveu acima da média em novembro. “É quase uma repetição do que tivemos no mês passado, como o Espírito Santo, norte do Rio de Janeiro e leste de Minas Gerais. “diz a meteorologista Josélia Pegorim.

Chuvas acima da média ou acima da média são esperadas nas regiões Sudeste, Nordeste e praticamente todas as regiões Norte e Centro-Oeste. Chuvas abaixo da média são esperadas na região sul, com exceção do litoral do Paraná e do Vale do Itajaí.

– Este texto publicado em http://bbc. co. uk/portuguese/brasil-63840668

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