O governador de Roraima, Antônio Denarium, é o cônjuge do desmatamento na região Yanomami

O Frigo10, abatedouro do qual o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), é um dos sócios fundadores, é ligado a camponeses multados por desmatamento, crimes ambientais e invasões de terras indígenas Yanomami para a criação de animais de fazenda. Cinco dos sócios da empresa, a Denarium, conquistaram um total de 18 multas ambientais entre 2005 e 2019, totalizando R$ 20 milhões.

Inaugurado em 2017 como o primeiro matadouro pessoal da RoraimaAvant, os animais da fazenda de Roraima foram cuidados por meio do Frigorífico de Roraima (Mafir) e abatedouro industrial, o projeto da Frigo10 tem capacidade de abater até o dobro da demanda estadual existente. organização de 10 empresários do agronegócio, aos quais se soma Denarium, que presidiu a empresa até 2018, quando elegeu governador, e permaneceu como cônjuge da empresa até então.

A história da empresa Frigo10 mostra que parte dos dez agricultores ligados à empresa foram acusados de crimes ambientais. O próprio Denário foi multado em R$ 135 mil em 2018 pelo desmatamento não autorizado de 26,6 hectares de floresta amazônica no município de Iracema, onde possui fazendas.

Entre os parceiros falhos está Ermilo Paludo, que há mais de duas décadas mantém fazendas de animais de fazenda em terras indígenas Yanomami e acumula 3,7 milhões de reais em multas e embargos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em dezembro passado, ele ganhou uma doação do governo de Roraima, assinada por meio do Denarium, de 2. 300 hectares ao longo da fronteira para criar animais de fazenda e buscar ouro.

No total, os parceiros da Frigo10 comissionados por meio do Ibama afetaram coletivamente a preservação de 4. 500 hectares de floresta amazônica em outras regiões de Roraima.

Eleito em 2018 pelo PL, mesmo partido que elegeu Jair Bolsonaro naquele ano, o Denário venceu a eleição defendendo o agronegócio e a expansão agrícola em Roraima. Uma das promessas é anunciar a regularização fundiária.

Sob a liderança de Denarium, Roraima alcançou o maior rebanho de animais de fazenda da história, alcançando 1,1 milhão de cabeças de animais de fazenda em pastagens. Mesmo com o crescimento da produção, nos primeiros meses de 2019, o governo demitiu 88 trabalhadores da Mafir, operados por meio do governo estadual. , que finalmente fechou suas portas. Em 2018, a campanha Denarium disse que não fecharia o matadouro público. A Frigo10 por meio do Denarium e seus parceiros se tornou a única em Roraima qualificada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF).

Um dos sócios da Frigo10, junto com o governador Antonio Denarium, é bem conhecido do povo Yanomami. Ermilo Paludo, pecuarista que possui 746 hectares de espaços ocupados pelo Ibama em 2013 dentro da TI Yanomami, tem uma longa história de confronto com os povos indígenas.

Na década de 1990, Paludo liderou movimentos contrários à demarcação de terras indígenas e por apenas cerca de 20 anos (entre 1992 e 2008) impediu que grupos da Funai fizessem o levantamento do domínio onde possuía fazendas, o que dificultou a transparência do domínio.

Nesse período, o fabricante rural acusou de assediar os índios e impedir que os Yanomami acessassem seu território. Em 2007, líderes relataram que Paludo fez ameaças de morte contra Davi Kopenawa, dizendo que mataria o líder se ele fosse despejado das fazendas.

À medida que a floresta diminuía na área, os animais de fazenda de Paludo cresciam em terras indígenas. Em entrevista a um jornal em 2013, o ruralista mostrou que já foi dono de 3 mil cabeças de animais de fazenda no território Yanomami.

Nascido no município de Arroio do Meio (RS), o gaúcho Paludo chegou a Roraima no final da década de 1970, com a tarefa de colonizar a Amazônia no Plano de Integração Nacional (PIN), elaborado pelo general da ditadura militar Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Na época, mais de cem foram demarcadas e distribuídas com o objetivo de anunciar a colonização da região por meio da instalação de empresas agrícolas com a estrutura do anel viário norte (BR-210).

Em 1991, os bens de Paludo foram expropriados e compensados por meio da demarcação de terras indígenas Yanomami, ratificada em 1992. Ele perdeu todas as tentativas de permanecer no território perante os tribunais. Em 2004, a Câmara V do Tribunal Regional Federal identificou definitivamente que as terras da região de Ajarani, no município de Caracaraí (RR), no extremo leste da terra indígena Yanomami, pertencem aos Yawaripë, um subgrupo Yanomami.

Mas Paludo abandonou o território como os Yanomami esperavam.

Enquanto isso, o fazendeiro descobriu a primeira cooperativa agrícola de Roraima, a Coopercarne, com o empresário José Lopes Primo e trouxe milhares de animais de fazenda para o território Yanomami, um dos maiores criadores de animais de fazenda do estado. Os dois posteriormente se juntaram ao Denarium para descobrir o Frigo10.

A Funai só conseguiu entrar e inspecionar o domínio indígena de Paludo em 2008. Mas o agricultor discordou dos valores do reembolso e permaneceu na terra por mais seis anos.

O próprio Davi Kopenawa, que havia sido ameaçado anos antes, voltou a denunciar a anormalidade das fazendas em carta enviada à Funai em 2013.

A líder indígena destacou que os pastores ampliaram os espaços das fazendas internas da Terra Yanomami com o objetivo de ampliar também os valores de reembolso que mereceram ter sido aceitos em 1991, quando a justiça federal de Roraima já tinha sobre a desapropriação.

Em 2013 vieram as multas e embargos às fazendas de Paludo e seus parentes através do Ibama. Havia 12 espaços embargados, dentro da TI, na área de Ajarani, e 19 autos de infração foram emitidos contra Paludo e outras seis pessoas, além de sua irmã, cunhado e outros relacionados ao pastor. A organização multou R$ 14,6 milhões.

A Associação Hutukara Yanomami (HAY), que denunciou os crimes, informou ao jornalista que, após mais de 20 anos de ocupação ilegal, os pastores abandonaram as terras indígenas.

Em 2014, após assinar um convênio com o Ministério Público Federal (MPF), Paludo deixou a terra indígena e compensou o cargo identificado pela Funai como uma pré-demarcação. De acordo com a agência, 12 fazendas ilícitas de TI foram despejadas naquele ano.

Nos primeiros meses de seu primeiro mandato, em 2019, Antonio Denarium controlou a transferência de 400 mil hectares de espaços federais para o estado de Roraima. Esse movimento tornou imaginável a realização de uma de suas grandes promessas de cruzada aos produtores rurais, que ele chamou de “regularização fundiária”.

Ermilo Paludo, marido de Denário e considerado um dos maiores fabricantes de Roraima, um dos vencedores do programa com 2. 390 hectares de um domínio completamente coberto de mata preservada no município de Amajari, a apenas sete quilômetros da terra indígena Santa Inez, do povo Macuxi. A propriedade está registrada sob o nome Finca Santa María e está localizada na fronteira com a Venezuela, em um domínio de floresta pública não destinado ao uso. Essa categoria de solo é a máxima desmatada e também a máxima ilegal na Amazônia.

Em novembro de 2022, a fazenda Santa María passou para o pecuarista como “doação”, e livre de carga. Antonio Denarium assinou o título definitivo, que em sua cláusula para o momento diz que o imóvel tem “o objetivo de garantir a subsistência e o progresso social e econômico dos ocupantes”.

Na floresta doada pelo governador de Roraima, Paludo pretende criar mais gado. Em janeiro deste ano, o pastor solicitou permissão para usar os recursos hídricos da região para a criação de animais de fazenda. No pedido, informa a chegada de 10 cabeças como plano inicial para os 2. 300 hectares.

Fotografias de satélite de janeiro de 2023 mostram que o domínio está coberto de floresta, sem sintomas de ocupação passada.

De acordo com a Lei Estadual 976/2014, a regularização fundiária será realizada para “qualquer pessoa que comprove ocupação não violenta e não violenta”.

Paludo possui sete casas rurais registradas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a fazenda Santa María, totalizando 8. 500 hectares de terra.

Como se não bastasse, em parte das terras doadas pelo Estado em Paludo e arredores, desde maio de 2020 há uma autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM) para a extração de ouro.

Os 4 programas de mineração foram legalizados por meio do general Augusto Heleno, então ministro da Secretaria de Segurança Institucional da Presidência da República, em dezembro de 2019, em nome de Jairo Mesquita de Lima, que é advogado de Paludo nos processos de regularização fundiária no município de Santa Maria. Região da Tesouraria. A exploração legal geral de 38. 500 hectares em uma das florestas tropicais amazônicas.

A InfoAmazonia enviou perguntas ao governador Antonio Denarium, mas ele não respondeu até que o relatório fosse publicado. Também enviamos perguntas para Ermilo Paludo, em um e-mail indicado por ele, mas o criador alegou estar viajando e não respondeu aos pedidos de denúncia. Também enviamos consultas ao Frigo10 através do canal de toque do site, já que os números de telefone indexados não funcionam, mas a empresa não respondeu. Jairo Mesquita de Lima, advogado de Paludo, não respondeu. às nossas perguntas. (Fábio Bispo – InfoAmazônia)

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