Outros indígenas têm que pagar um “pedágio” para ter sucesso no município de Roraima

Os demais índios Yanomami em Roraima são obrigados a pagar uma taxa de acesso de pelo menos R$ 200 cobrada pelos proprietários na sede do município de Alto Alegre, na região oeste do estado. A denúncia consta de relatório publicado pelo Estado. Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima (Cedcar), que parou na cidade nesta semana, acompanhando uma delegação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A organização apresentou um documento resumido da escala em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (3), em Boa Vista.

“Por causa desse problema total da mineração, eles têm que ir até a capital municipal comprar alimentos. E a imposição ilegal e arbitrária de R$ 200 para a organização de outros povos indígenas que possam atravessar as terras dos pastores. Rejeitamos isso”, disse Paulo. Thadeu, secretário-geral da Cedcar.

A informação também apareceu na Agência Brasil por meio do líder indígena Júnior Yanomami. Segundo ele, o “pedágio” cobrado pelos agricultores pode chegar a trezentos reais por viagem.

“[Eles cobram] como R$ 300 de pedágio. Contamos que seja para nos mudarmos para Alto Alegre”, disse. O município faz divisa com a Terra Indígena Yanomami (TIY) e é muito acessível, por terra, através dos indígenas que vivem mais próximos. Eles têm que ir à aldeia para comprar comida, comida, arrecadar benefícios sociais, como o Bolsa Família, receber tratamento, entre outros serviços. No entanto, nem todos os povos indígenas Yanomami têm acesso rodoviário. Maior Terra Indígena (TI) do país, a Reserva Yanomami é enorme e, em alguns lugares, só pode ser alcançada por via aérea.

O relatório apresentado através da Cedcar resume os 4 municípios limítrofes da TI Yanomami. Além de Alto Alegre, houve reuniões com autoridades municipais de Mucajaí, Iracema e Caracaraí.

Na aldeia de Vila de Campos Novos, pertencente ao município de Iracema, a denúncia considera os modos de vida das pistas de pouso que atendem à mineração ilegal. Uma base logística para atividades de prospecção, pois fica bem na fronteira de terras indígenas. As pistas de pouso também estão perto desta aldeia e não são controladas pelas autoridades. O município não tem registro expresso sobre o cuidado dos povos indígenas. O Estado brasileiro deve tomar medidas urgentes na situação sanitária, social e previdenciária nesta região. “

Perto da sede do município de Alto Alegre, também foram relatados os estilos de vida de um projeto de pouso e decolagem de helicóptero. De acordo com o relatório da Cedcar, os mecanismos de busca cobram até R$ 8 mil para enviar os buscadores para terras locais. Esse valor é pago por meio da empreiteira que será levada após o descobridor de suas pinturas na bacia de mineração”, diz trecho do documento.

Em Sumjajaí, autoridades municipais denunciaram a falta de vontade do hospital da cidade em cuidar dos povos indígenas. Eles também apresentaram um sobre a poluição das águas do município, que afeta a ingestão da população local e a pesca.

Em Caracaraí, mais ao sul, às margens do Rio Branco, vereadores e autoridades municipais informaram que pelo menos 30 indígenas estão acampando na cidade e que não há assistência pública para esses outros. De acordo com a denúncia, até 3 jovens Yanomami foram colocados aos cuidados do Conselho Tutelar e depois devolvidos às suas famílias, no entanto, outros seis jovens continuam institucionalizados na unidade de acolhimento da rede pública.

“O controle disse que hoje a etnia Catrimani já mora na aldeia e que há relações entre indígenas e não indígenas, o que motiva a gravidez dessas mulheres indígenas e acaba causando o abandono das crianças, já que dificilmente será aceito na comunidade. “

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