Os discursos foram proferidos pelo pastor americano David Eldridge, no Congresso da Juventude das Assembleias de Deus em Brasília (UMADEB)
O deputado distrital Fábio Félix (PSol) anunciou na tarde desta terça-feira (21/02) que vai solicitar uma investigação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) contra um pastor evangélico que fez discursos de ódio contra homossexuais e outras pessoas da população LGBTQIA.
Os discursos foram proferidos pelo pastor americano David Eldridge, em plena realização do Congresso da Juventude das Assembleias de Deus em Brasília (UMADEB). Entre leituras passíveis e palavras de fé, Eldridge começou a julgar quem passaria ou não para o inferno.
“Você, jovem, que usa calças apertadas, que é o espírito alegre: foda-se!Você, menina, cuja saia é curta e apertada quando sai de casa, sabe o que faz?Reserve no inferno!” Ele disse em inglês, como um intérprete o acompanhava.
Em outra parte do discurso, ele chegou a afirmar que, quando desembarcou no Brasil, teria ouvido um chamado para salvar os brasileiros de irem para o inferno. Além da multidão ouvindo, o vídeo do discurso de ódio já tem mais de 56 mil. Perspectivas no YouTube.
O pastor americano David Eldridge declara no Congresso da Juventude das Assembleias de Deus em Brasília (UMADEB) que há um lugar reservado no inferno para #LGBTQIA. É por isso que eu não me vejo entrando em uma igreja evangélica#lgbt #Respeto pic. twitter. com/0WWhTBSjr9
O deputado da Câmara Legislativa do DF (CLDF) Fábio Félix deve registrar uma denúncia contra o pastor no Ministério Público. O MP informou ainda que vai fazer um boletim de ocorrência junto à Comissão Especial de Repressão a Crimes. Baseado na Orientação Racial, Religiosa, Sexual ou Oposta do Adulto ou Idoso ou Deficiente (Decrin).
“O discurso de ódio não é uma liberdade devota. [. . . ] O vídeo completo só exacerba o absurdo que foi dito. Além de condenar nossos afetos a uma posição maligna subordinada que terá que ser impedida de existir livremente nas ruas, o pastor também diz que os homens que usam calças apertadas têm um ‘espírito homossexual'”, escreveu o distrito.
Félix também menciona que o evento que possibilitou esse discurso de ódio foi frouxo e ocorreu em uma área administrada pelo GDF, com o apoio do governo local. “A LGBTfobia não pode ser relativizada ou promovida pelo poder público. “
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