No total, 121 municípios gaúchos relataram ao Correio do Povo prejuízo de mais de R$ 6,2 bilhões em prejuízos econômicos em todos os segmentos com a seca da safra 2022/2023. A informação foi transmitida através das próprias entidades públicas, através das respostas. a um formulário enviado através do veículo para prefeitos, secretarias municipais, escritórios da Emite, assessores de comunicação, entre outros. São localidades cujos habitantes, em geral, estão diretamente enfrentando a seca e, portanto, estão mais conscientes das realidades locais.
Os dados disponíveis foram coletados em um mapa e estratificados em vários levantamentos estatísticos. As localidades em questão, além de responderem a perguntas diretas, também tinham a liberdade de informar condições expressas de seu município que considerassem adequadas ou importantes. O resultado permite uma variedade de um componente significativo do estado, que inclui os 4 municípios com maior população, Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Pelotas, além de 86. 800 quilômetros quadrados de área geográfica, o que equivale a um máximo de um terço do gaúcho geral, e apenas cerca de 5,7 milhões de habitantes. ou 52% da população gaúcha.
O Correio do Povo enviou e-mails aos 497 municípios do RS convidando-os a preencher o formulário, mantendo a pesquisa aberta por pouco mais de um mês, de janeiro passado a início de março. Os municípios que responderam ao convite são oriundos de todas as regiões do Rio Grande do Sul e máximo dos Conselhos de Desenvolvimento Regional (Coredes), com foco no domínio metropolitano de Porto Alegre, que registrou mais respostas que os demais.
A investigação começou poucas semanas antes de o governo estadual lançar, ou mesmo anunciar, em um rito no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na presença do governador Eduardo Leite, o chamado Monitor de Secas, uma ferramenta interativa que agora está disponível online. com dados mais amplos sobre a seca. De qualquer forma, embora o Monitor também forneça dados desagregados por municípios, verificados por meio da Defesa Civil do Estado, os relatórios dos municípios são o diferencial da ferramenta desenvolvida por meio do Correio do Povo.
As respostas ao formulário permitem uma desagregação por região do Rio Grande do Sul, bem como uma multiplicidade de relatos que agrupam uma radiografia dos efeitos chocantes sobre as perdas existentes em outros locais. Os municípios rurais, Fronteira-Oeste e Missões responderam com montantes gigantescos. Hulha Negra, por exemplo, moradora de Bagé, disse que estimou os danos em R$ 90 milhões.
No dia 23 de fevereiro, os ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, e a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, além do governador Eduardo Leite. Na ocasião, os ministros anunciaram a mobilização de 430 milhões de reais para amenizar os efeitos da seca nas localidades afetadas do Rio Grande do Sul.
O governo federal também estabeleceu recentemente uma força-tarefa interdepartamental para avaliar os danos causados pela seca e propor medidas para mitigar seus impactos. Enquanto isso, o governo estadual informou, na mesma apresentação em que apresentou pela primeira vez o Monitor de Secas, que em 2022 o preço agregado bruto (VAB) da agricultura caiu 50Matriz5% em RS, o que impactou o PIB do estado, que registrou queda de 6,6%, enquanto a economia nacional cresceu 3,2%.
Um dos principais objetivos do formulário foi perceber como os municípios estão lidando com algum outro ano de seca, que vem sendo recorrente desde o final do ano passado. Outra foi descobrir o volume de perdas econômicas de um município para outro. outro e o que está sendo feito para diminuir os danos resultantes. Para diminuir a ameaça de deformação substituída, perguntamos às cidades, por exemplo, quanto dano haviam calculado até o momento da reação e o preço estimado até o final da seca existente.
Foram 124 respostas, com pelo menos 3 municípios respondendo às perguntas duas vezes. Por conseguinte, apenas os valores máximos recentes foram tidos em conta. Enquanto um usuário culpado é designado para completar o município envolvido, os números e conhecimentos fornecidos são usados. neste relatório de forma imusória, refletindo apenas a veracidade da própria localidade de acordo com os dados fornecidos espontaneamente e de acordo com as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Todos os municípios respondentes concordaram em utilizar os números e reportagens fornecidos apenas para fins jornalísticos, conforme consta no formulário, podendo ser contatados a qualquer momento para esclarecimentos. O número de respostas é significativamente inferior aos 356 municípios gaúchos com decretos emergenciais ativos, bem como aos 362 que enviaram solicitações ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), do Sistema Nacional de Defesa e Proteção Civil, números referentes à manhã do último dia 13.
Nas respostas dadas ao Correio do Povo, 47,9% dos municípios disseram nunca ter notado uma seca com tantos prejuízos à economia local e 57% do total disseram não ter pensado em nenhum incentivo estadual ou federal devido à seca. Os recursos dos programas de seca do governo, basicamente do governo estadual, como o Avançar, não chegam aos municípios no prazo obrigatório para que medidas urgentes sejam tomadas”, diz Regina Santarém Hernandes, secretária municipal de Agricultura de São Pedro do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. O município, incluído nos 17,3% que disseram ter ganhado valores apenas do governo estadual, também reportou perdas projetadas de mais de 95 milhões de reais até o fim da seca.
Do final de 2022 até o momento, Regina diz que 750 mil litros de água potável foram levados para famílias carentes no interior da comuna e mais de 1,4 milhão de litros para regar animais. de 2020, que causaram sérios transtornos nas lavouras, pecuária e produção de alimentos da agricultura familiar, basicamente pequenos pomares e pomares”, observa o secretário.
“É preciso perceber porque é que alguns municípios ganharam recursos e outros não, mas são problemas técnicos e burocráticos”, diz o presidente da Comissão Municipal de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa, deputado Joel Guilherme (PP). Outros 6,6% dos municípios relataram receber recursos monetários apenas do governo federal, enquanto apenas 5,7% obtiveram recursos monetários de ambos. Quase 10% dos municípios não responderam a essa consulta no formulário.
Segundo Guilherme, “a questão é tão sensível e importante” que a Assembleia criou uma comissão representativa externa para lidar, em particular, com a seca. a assistência terá de ser mais ágil”, sublinhou, acrescentando que “o CAM participará ativamente na Comissão de Representação Externa” e que o trabalho conjunto “terá de localizar respostas definitivas” para que o desafio não se repita em tempos de seca. .
Um total de 15 cidades relataram ter sido atendidas por meio de empresas estatais municipais, sete das quais não relataram violações e outras 8 relataram que o fizeram. Sem falta recorrente de água. Outros 36, ou 45%, relataram problemas na fonte. Contactada, a empresa disse manter “a fonte completa em todas as aldeias que serve”, para “problemas específicos”, citando como exemplo o município da Restinga Sêca.
No local, “foi feita uma transposição e hoje a barragem já regista um ponto que elimina riscos”. Segundo a empresa, apenas os municípios de Santiago, Itaara e Canguçu, que não responderam ao formulário, são monitorados. “Para cada um deles, a Corsan está tomando todas as medidas obrigatórias para minimizar os efeitos da seca e de um suprimento geral. “, vai se deleitar com um aumento no racionamento de 15 horas por dia, devido à falta de chuvas significativas desde setembro de 2022.
A maior estimativa prejudicada até o final da estação seca relatada por Joia na região Noroeste. Com uma população de 7. 100 habitantes, o município projetou R$ 800 milhões em perdas por seca, apesar de um PIB de R$ 430 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou mesmo R$ 112 mil compatíveis com capita. inhabitante, também o mais sensível desse índice. Além disso, Caibaté, Campos Borges e Itacurubi estimaram mais perdas do que o preço da economia local.
No rating de consistente com perdas de capital, o momento entre os municípios que responderam ao questionário Espumante, no Alto da Serra do Botucaraí, com R$ 77,5 mil, seguido por Lagoa Vermelha, com R$ 57,9 mil, e Caibaté, com R$ 53. 1. mil. O destaque de Joia é a agricultura e a pecuária. Em 2021, segundo o IBGE, os industriais do município plantaram 122,4 mil hectares, basicamente soja, totalizando 81 mil hectares. Naquele ano, o município produziu 295,2 mil toneladas de grãos. O município declarou emergência em 29 de dezembro de 2022 e até o final de fevereiro havia arrecadado R$ 542,2 mil com recursos federais.
O prefeito de Joia, Adriano Marangon, diz que não tem outra seca com danos tão extensos. “Este tem sido um grande sucesso no desenvolvimento da soja, e outras pessoas têm investido pesadamente nesta planta. Aqui, outras pessoas colocam tudo o que podiam. ” Queremos que a semente produza ao máximo. E acabou ficando sem chuva nos maiores momentos de expansão e formação do grão. Este ano a expectativa era muito alta, porque o ano passado foi muito difícil”, diz. Segundo Marangon, “a frustração foi enorme”. Esperava-se que tivéssemos 50, 60 sacas consistentes por hectare, que agora é reduzido para 10 a 15″, disse ele. Em fevereiro, esteve em Porto Alegre, onde se reuniu com o tenente-coronel Santiago Soares Dias de Castro, representante da Casa Militar, para discutir o assunto.
De acordo com Marangon, a administração está fazendo um investimento em redes de água, novas caixas d’água e fontes de água para a pecuária. “No entanto, com a longa era sem chuvas significativas, as fontes abertas não coletam água”, disse o prefeito. Por esse motivo, os caminhões-pipa circulam no interior para consumo humano e, em algumas propriedades, também para animais. O município indica na forma que não é servido através da rede de água da Córsega ou de uma autarquia rápida, mas através do próprio corredor da cidade.
Dentro de Joia, um dos fabricantes mais atingidos é a Jailson Pillat, que cultiva soja em sua propriedade de 700 hectares. Ele estima que 85% da colheita está perdida. A seca nos atingiu duramente. Mas o pior é que os animais estão com sede, não há mais pasto para alimentar o gado. Quase não há mais cultura. Há muitas outras pessoas procurando água em rios próximos, comprando caixas d’água, caçando para diminuir os efeitos”, disse ele.
Jailson relata que investiu em irrigação porque adquiriu recentemente uma nova propriedade. “O que ele teria em lucro acabou se comprometendo a pagar os depósitos. “Também afirma que as duas últimas secas causaram danos incalculáveis às culturas de cereais.
Então, no relatório de perda de preços, Júlio de Castilhos, na região central, aparece com prejuízos de mais de 380 milhões de reais até o momento do preenchimento das informações. A cidade de mais 18. 100 pessoas enviou um decreto de emergência em 14 de dezembro de 2022 e faturou R$ 511. 800 do governo federal, por meio do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, em fevereiro. A comuna é servida por Corsan e o corredor da cidade disse que não tinha estimativa de perdas até o final da seca existente.