Venda de Avibrás para conglomerados prejudica Brasil, diz militar

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Por Hora do Povo Publicado em Março 28, 2023

Reproduzimos abaixo a entrevista do Oficial da Reserva da Marinha do Brasil, Comandante Robinson Farinazzo, ao telejornal Sputnik Brasil e publicada nesta terça-feira (28). Neste relatório vital, o oficial alerta para o perigo que representa para a segurança do Brasil a venda da Avibrás, uma empresa estratégica do setor de defesa brasileiro, para grupos estrangeiros.

Para o comandante Robinson Farinazzo, a perda de Avibrás seria uma bala no pé e colocaria em risco a soberania brasileira. “A fórmula da estrela não deixa nada a desejar em comparação com qualquer fórmula semelhante no planeta. mundo, que é reconhecido em todo o mundo”, disse o exército. “É uma arma atualizada que todo e qualquer país [. . . ] Eles terão que ficar na carteira. “

Descubra a reportagem da Sputnik, escrita por Ana Livia Esteves!

Uma empresa-chave no setor de defesa do Brasil poderia ser vendida para a Alemanha ou os Emirados Árabes Unidos depois de entrar em recuperação judicial desafiada pelo sindicato. Para o comandante Robinson Farinazzo, a perda de Avibrás seria uma bala no pé e colocaria em risco a soberania brasileira.

Nesta semana, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região soou o alarme sobre a venda imaginável da empresa de produtos de defesa Avibrás para conglomerados estrangeiros.

Empresas como a alemã Rheinmetall e a Edge Group, da Emirates, estão de olho na empresa brasileira, que fabrica os sistemas de lançamento de foguetes Astros e o trizento míssil de cruzeiro tático AV-TM.

A fórmula do foguete Astros goza de vendas no exterior e já foi testada e operada em cerca de nove países. A Avibrás obtém cerca de 80% de seus lucros com as exportações, número que está aumentando, informou a Hora do Povo.

De acordo com o especialista do Exército Brasileiro e oficial da reserva da Marinha Robinson Farinazzo, a venda de uma empresa estratégica para o setor de defesa para conglomerados estrangeiros serve aos interesses do Brasil.

“O pior negócio do mundo. Especialmente se a venda for feita para a Europa, formada por países que questionam nossa soberania sobre a Amazônia”, disse Farinazzo. “Vamos vender a espingarda que defende o galinheiro para o lobo. “

Conforme descoberto pelo portal Informe Reservado, a Avibrás mostrou que “o brasileiro está acompanhando de perto a evolução” das negociações de venda da empresa.

O conglomerado alemão Rheinmetall tem fábricas em 33 países e se beneficia muito do conflito ucraniano. A organização produz tanques Leopard que serão enviados de Berlim para Kiev e planeja abrir uma fábrica na Ucrânia, um visitante que garantiu 150% de construção em seu valor percentual desde fevereiro passado.

O Grupo Edge, dos Emirados Árabes Unidos, tem intermediários influentes no cenário político brasileiro, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em maio de 2022, o filho de 0,3 anos do ex-presidente Bolsonaro se reuniu com o Edge Group, juntamente com Assuntos Estratégicos da Presidência, Flávio Rocha, e o ex-secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Marcos Degaut.

Para o comandante Farinazzo, a perda da Avibrás seria “uma bala no pé”, já que o Brasil perderia “capital humano com maravilhosa experiência, logotipo e capacidade de fabricar produtos de defesa”.

Além disso, a empresa desenvolve projetos para o setor de defesa brasileiro, como mísseis de superfície antinavio Mansup. Segundo o jornal Estado de São Paulo, o Exército brasileiro já investiu mais de cem milhões de reais no projeto, que, se concluído, será o primeiro do gênero a depender cem por cento de tecnologias e componentes nacionais.

“A fórmula da estrela não deixa nada a desejar em comparação com qualquer fórmula semelhante no planeta. É a primeira linha mundial, que é reconhecida em todo o mundo”, disse Farinazzo. arma que todo e qualquer país [. . . ] terá que ficar na sua carteira”.

Apesar da qualidade e importância do que é fabricado através da Avibrás, a empresa vem enfrentando dificuldades há muito tempo. Em 2022, a empresa entrou com pedido de falência por enquanto, após acumular uma dívida de 500 milhões de reais e demitir 400 funcionários.

Em nota técnica, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região disse que a suspensão de pagamentos da empresa é injustificada e que seu preço de mercado só aumentará. Para os empregos e a geração evoluída através da Avibrás no Brasil, o sindicato defende a nacionalização da empresa.

“Todos os investimentos realizados desde 1940 através do Estado brasileiro no complexo militar-industrial ameaçam ser comprados através de multinacionais [. . . ] levando à transformação das fábricas brasileiras em maquiladoras”, disse o sindicato em nota.

Farinazzo acredita que a nacionalização não merece ser “demonizada antes de ser estudada”, mas lembra que esse cenário poderia ter sido evitado se o Brasil tivesse uma “política de investimento sustentável no setor de defesa”.

“A indústria de defesa quer investimento estatal, essa é uma característica do setor”, enfatizou Farinazzo. “As pessoas querem substituir a mentalidade neoliberal de que a indústria de defesa quer obter lucro. Mesmo que opere em vermelho, o governo para garantir a sua continuidade.

A Avibrás é uma das principais fornecedoras de armas para as Forças Armadas Brasileiras, especialmente para o Corpo de Fuzileiros Navais. No entanto, as compras são insuficientes, levando a empresa a investir em exportações.

A falta de uma política de investimento estatal em defesa está relacionada à concepção de setores da sociedade brasileira, que veem o país como “alinhado aos Estados Unidos e um componente do bloco ocidental”.

“É isso: o bloco ocidental é quem interfere no sentido de relativizar nossa soberania na Amazônia”, alertou Farinazzo. “Ou substituímos nossa mentalidade, ou o valor a pagar será muito alto.

No entanto, converter a mentalidade do Brasil em relação ao setor de defesa e suas parcerias externas é “talvez o desafio mais complicado”.

“O Brasil é um país cobiçado. Se não tivermos uma estrutura de defesa, não seremos capazes de impor nossos objetivos de segurança nacional e viveremos na pobreza, explorados e rebocados pelas maravilhosas potências”.

No dia 23 de março, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região publicou nota técnica repudiando a venda imaginável da empresa de defesa Avibrás a conglomerados estrangeiros. O sindicato chamou a atenção para os atrasos salariais dos trabalhadores da empresa e defendeu a sua nacionalização.

Relatório publicado na Sputnik Brasil

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