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Com uma vasta flora, o Rio de Janeiro possui muitas espécies de árvores. Alguns fizeram história. Um desses casos é a Árvore do Imperador, que tem dois dos espécimes mais antigos do mundo em nosso estado.
No Campo do Santana é imaginável ver uma Árvore do Imperador (Chrysophyllum imperiale) com cerca de 150 anos de idade. Não é por acaso que ganhou este nome: foi muito apreciado pelo Imperador D. D. Pedro I e também pelo seu filho, D. PedroII.
Este exemplar, fornecido em Campo de Santana, passou recentemente por um tratamento especial, como mostra aqui na REVISTA DO RIO. É uma espécie da região da Mata Atlântica, de porte, com madeira de lei e frutos saborosos. chamada Lista Vermelha de Árvores Ameaçadas de Extinção.
Alguns relatos antigos dizem que, por ser conhecida como a Árvore do Imperador, com o advento da República, foi intencionalmente destruída por republicanos que não estavam procurando nada que aludisse ao Império. Outro fato que tem contribuído para a sua raridade é que, por ter uma madeira dura e muito densa, produziu apenas o carvão certo, ou seja, foi cortado muito para esse fim. A isso se acrescenta que esta árvore tem uma germinação muito complicada.
Segundo o historiador Maurício Ferreira, diretor do Museu Imperial, ele nunca ouviu ou leu relatos oficiais sobre essa edição segundo os quais os republicanos tiveram a árvore do imperador destruída de propósito, mas não se surpreende com a escolha dessa hipótese: “Não sei e não posso dizer se houve essa preferência por retirar a árvore do imperador. O que posso dizer é que houve uma preferência por parte da República em acabar com a reminiscência imperial. Somente em Petrópolis, por exemplo, em menos de 20 dias da República, todos os cargos públicos que aludiam aos nomes da Monarquia foram alterados. Aconteceu: sim, a República fez um esforço muito intenso para eliminar qualquer referência à reminiscência do Império. Agora, se esse compromisso, se esse esforço também se estendeu a problemas semelhantes à botânica, não posso dizer.
Existem poucos espécimes dessa árvore no Brasil e no mundo e em todo o estado do Rio de Janeiro, o mais antigo, com idade estimada em trezentos anos, é encontrado em Cachoeiras de Macacu.
Entre as árvores centenárias desta espécie, há uma “criança” a saber, “subindo a Serra até o Museu Imperial de Petrópolis há um espécime ainda jovem, plantado em 2013”, destaca o site Biovert.
Fora do Brasil, a Árvore do Imperador pode ser vista em Sydney, na Austrália, onde é chamada de Árvore Real. A espécie chegou lá depois de ser enviada de presente através de Dom Pedro. Ele fez o mesmo para jardins botânicos em todo o mundo.
Para o botânico Marcus Nadruz, do Jardim Botânico do Rio, a raridade da árvore do imperador é explicada por sua característica.
“Há um número muito, muito pequeno de americanos conhecidos dessa espécie no Brasil. É uma árvore rara. Tanto que está na lista vermelha de espécies ameaçadas. Mas o que sabemos é que sua madeira era altamente valorizada. . Além disso, é uma árvore complicada de dar em sementes”, explica.