O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, defendeu hoje (2) que os estados devem agir em conjunto para criar sistemas de substituição climática que adaptem o país para enfrentar os eventos de excesso de gramíneas, que podem ser mais comuns com o aquecimento global. Participou da 7ª Assembleia do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, no Rio de Janeiro, com governadores e representantes dos sete estados das duas regiões.
“Isso significa obras de adaptação, obras que podem prevenir e diminuir os efeitos sobre os ativos e a perda de vidas. E movimentos no domínio da mitigação [redução] para que possamos diminuir as emissões de gases com efeito de estufa. Não, só podemos pedir ação do governo federal. Também temos a tarefa de incentivar as energias renováveis, desgastando as obras”, disse Casagrande comentando a relação entre saneamento e tragédias como o tufão no litoral norte do estado de São Paulo.
Ainda ocupado após a reação ao desastre, que custou dezenas de vidas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, representou na ocasião por meio do secretário de Fazenda e Planejamento, Samuel Kinoshita. Eles também não puderam comparecer e enviaram representantes aos governadores do Rio. Grande do Sul e Santa Catarina.
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, disse que nada é mais destrutivo para a natureza do que a falta de saneamento fundamental e disse que a região sofre um erro estratégico no Brasil, onde há falta de planejamento do setor “há décadas”.
Ele disse que o Paraná está construindo um programa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para arrecadar 85 milhões de dólares para a prevenção de tragédias e defendeu a ação de iniciativa pessoal no setor de saneamento.
“Nosso projeto como líderes é não deixar que um discurso político influencie uma questão técnica. Onde está escrito que não pode haver iniciativa pessoal de serviço?Pague o que for possível, e a população que puder pagar um pouco mais pagará o que for justo”, disse.
Consolidação do tema discutido hoje no conselho de governadores, que também falará sobre o pacto federativo e a reforma fiscal até o final do evento, que termina no sábado (4). O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse que, para os estados das regiões Sul e Sudeste, essas duas últimas questões são indissociáveis.
“Para o Sul e Sudeste, uma discussão sem a outra é falha, não resolve o problema, basicamente por causa de situações de endividamento, ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços]”, disse.
Além dos 3 grandes temas, a assembleia conta com 25 equipes temáticas com representantes das administrações estaduais que tratarão de todos os espaços de interesse da população, como saúde, educação e segurança pública, explicou Castro. O governador do Rio que também precisa que o consórcio avance na integração, faça compras conjuntas e reduza custos.
“Agora temos o desafio de fazer do Cosud [Consórcio de Integração Sul e Sudeste] algo regulado. Estamos pensando em um projeto físico que realize essas pinturas. Vários estados já se divertiram com compras de empresas. Compartilhamos muito com os fornecedores de insumos e a questão da logística”, lembrou.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também quer formalizar o consórcio Sul-Sudeste e que a região concentre mais de 50% da população brasileira e mais de 70% da economia.
“Esse é um componente [do Brasil] que traz muito mais do que recebe em troca”, disse. Para ele, a governança desorganiza os investimentos no país. “A falta de previsibilidade é enorme, e onde não há previsibilidade, não há investimento e ninguém corre a pensar no futuro”, concluiu.