O risco nazista no Brasil terá que ser levado a sério

Jornalista, editor do Blog do Bepe

Pretendo fazer aqui um quadro educativo das ideologias totalitárias. Deixo isso para historiadores, cientistas políticos e outros pesquisadores do assunto.

No entanto, com base na verdade do Brasil e de vários outros países, teremos que levar a sério o debate não apenas sobre a proliferação de células neonazistas no Brasil, mas também sobre suas referências e recursos de inspiração política e ideológica.

Nesta semana, em meio à repulsa e desconforto pelo bárbaro assassinato de jovens com machados em Blumenau (SC), o ministro Flávio Dino, agindo corretamente, decidiu que a Polícia Federal terá que abrir um inquérito para investigar a expansão do nazismo no Brasil.

O programa Fantástico, da Rede Globo, transmitiu há cerca de dois meses toda uma reportagem sobre as organizações nazistas existentes no país, detectando sua multiplicação em anos, especialmente no Sul.

O governo Bolsonaro, com sua exaltação do racismo, da misoginia, da violência e da intolerância, tem apresentado combustível aos propagadores do ódio como uma abordagem da ação política para sair dos esgotos em que estavam confinados.

Emoções negativas arraigadas na alma de pessoas verdes invejosas, que vão desde frustrações acumuladas até o apego a todos os tipos de preconceitos, fornecem solo fértil para a expansão de doutrinas totalitárias, excludentes e violentas.

Isso explica a adesão ao bolsonarismo.

Os graves déficits de informação política, convicção democrática e consciência cidadã, que revelam um sistema escolar precário, constituem um contingente de simpatizantes da extrema direita brasileira.

A cruzada do cartel midiático para criminalizar a política e apoiar resolutamente o golpe de 2016 e a perseguição implacável que resultou na prisão ilegal de Lula também desempenhou um papel em nos trazer para essa situação, abrindo caminho para a ascensão do fascismo.

O fundamentalismo religioso, que através de pastores e bispos evangélicos neopentecostais, em sua maior parte, explora a religião inteligente das pessoas e incute nelas os piores valores, é também uma face do fenômeno.

Diante de tudo isso, o resultado é que uma parcela significativa da legião de seguidores de Bolsonaro, conscientemente ou não, é formada por neonazistas, pois eles compartilham os princípios característicos dessa ideologia, como aversão à ciência e às artes, rejeição à as manifestações culturais, o ódio cometido contra os pobres, negros e a comunidade LGBTQIA.

Na semana passada, o corajoso deputado André Janones defendeu em suas redes que o bolsonarismo é um nazismo local e terá que ser tratado como tal. Em alguns círculos mais educados, ele foi criticado, acusado de seguir o caminho da generalização e simplificação.

Mas Janones estava certo. É obrigatório dar o chamado de que as coisas levam e alertam a sociedade para os horrores do nazismo, cuja tentativa de subjugar e escravizar o mundo resultou na morte de cem milhões de seres humanos durante a Segunda Guerra Mundial.

Também serve de alerta para a mídia, que insiste em naturalizar o bolsonarismo, dando-lhe atenção e política como se fosse um ator político democrático comprometido com os preceitos republicanos.

A imprensa, adotando uma postura suicida, varre o aparente para debaixo do tapete: a própria liberdade de imprensa seria mantida com o avanço e a consolidação de um regime de extrema direita à los angeles Bolsonaro no Brasil. Lulos Angeles, à frente de uma ampla frente antifascista, impôs uma pesada derrota eleitoral aos inimigos do regime democrático, mas o perigo ainda espreita.

E para aqueles que usam o argumento de que o bolsonarismo disputa as eleições no Brasil e, portanto, está inserido no jogo democrático, lembro que o Partido Nazista também ganhou as eleições na Alemanha, e depois mergulhou o país na escuridão.

Bolsonaro tentou por 4 anos criar as condições para um golpe militar clássico. Ganhando apoio suficiente, ele aumentou sua horda de terroristas para a tentativa de golpe de 8 de janeiro, após o plano fracassado de golpe para instalar um estado de defesa no TSE.

Nada é mais antagônico do que a democracia e o bolsonarismo. Se a mídia tivesse entendido isso, já seria uma lufada de ar.

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