Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e Natália Portinari
04/07/2023 08:00, atualizado em 04/07/2023 01:27
As operações policiais afetaram 80 mil escolares e 243 escolas da cidade do Rio de Janeiro desde o início do ano letivo de 2023, que começou em 7 de fevereiro. Dados da Secretaria de Educação da cidade mostram que, nos últimos dois meses, as escolas acionaram o protocolo de proteção contra tiroteios 1. 322 vezes.
O efeito da violência sobre a escolaridade na localidade é maior em comparação com os dados do mesmo período de 2022. A Secretaria Municipal de Educação registrou que, em fevereiro e março do ano passado, 192 escolas e 60 mil escolares foram afetados por operações policiais. O protocolo de segurança foi ativado 522 vezes durante esta época. O número é quase 3 vezes menor do que na mesma era de 2023.
Na quarta-feira (5/4), um caveirão do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) invadiu o pátio de uma escola municipal no Complexo da Maré para prender os suspeitos escondidos no local. O prédio da escola estava vazio. As aulas foram canceladas algumas horas antes.
Quando a operação policial toma posição antes do horário escolar, o Ministério da Educação do Rio alerta as escolas do domínio que serão afetadas, avisando-as da suspensão das aulas. Protocolo de proteção do Programa Acesso Mais Seguro, criado através do cadastro na Cruz Vermelha.
O Acesso Mais Seguro segue os mesmos protocolos das escolas em países em guerra, como a Síria e a Ucrânia. Em entrevista à coluna, o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, criticou o efeito das operações policiais na vida escolar das crianças.
“Não faz sentido para nós que as crianças em idade escolar percam 30 dias letivos por ano por causa da violência, seja guerra de facções ou operações. É muito triste. A escola é um lugar sagrado, de paz, para ser palco de tiroteios, uma rota de fuga, nem de bandidos nem do Estado”, disse Ferreirinha.
Leia abaixo trechos da entrevista.
Como a Secretaria Municipal de Educação no caso dos caveirões do Bope que invadiram o pátio do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) da Maré?
A polícia nos perguntou se eles tinham alguma categoria e mostramos que não havia trabalhadores ou escolares na escola, porque cancelamos as categorias nos dados que eles nos deram [sobre a operação]. Nenhuma das 21 escolas do entorno estava funcionando. A Secretaria agiu antes e atuará agora, em auxílio a esta escola, após o que aconteceu através do Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares.
Qual é o núcleo?
É uma organização de duzentos profissionais, agregando psicólogos, pintores sociais, pedagogos, que pintam especificamente em cenários de recepção em territórios em conflito, no acompanhamento de certos problemas e no estresse pós-traumático. Por exemplo, no episódio da Maré, embora esse aluno não estivesse na escola, certamente viu as fotografias do caveirão entrando na escola.
Que medidas está o Ministério da Educação a tomar para reduzir o impacto da violência no desempenho dos alunos?
Não é imaginável dizer que os confrontos não têm consequências pedagógicas, mas fazemos o nosso melhor para mitigá-los. Então, se quisermos enviar uma casa de cortina extra para compensar os dias perdidos, nós a enviamos, temos aulas de fortalecimento, círculos de leitura. . . E gostaria de elogiar as pinturas de nossos mestres, porque se não fosse por sua dedicação absurda, não teria sido imaginável.
Existe algum tipo de discussão entre a Secretaria Municipal de Educação e as Forças e Órgãos de Segurança do Estado sobre essa questão?
Existe uma parceria no que diz respeito ao Centro de Operações para garantir que a velocidade dos dados sobre as operações policiais seja a mais elevada possível. Tudo parecido com a escola, temos uma abertura para fazer o check-in, para ser cedo. Mas acho surreal que tenhamos que gastar tanto tempo discutindo a proteção escolar de outros ângulos.
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