Agência Brasil – A 3ª edição da Caminhada do Silêncio, realizada neste domingo (2) na capital paulista, lembrou o golpe cívico-militar de 1964, venerava a memória das vítimas da violência e pedia o fim da impunidade dos crimes cometidos por meio de agentes do Estado brasileiro durante a ditadura.
O evento começou na Praça da Paz, no Parque do Ibirapuera, e seguiu para o Monumento em homenagem aos políticos mortos e desaparecidos, em frente ao parque. “A mensagem é nunca mais voltar à impunidade. O Brasil mostrou nos últimos 4 anos que é um país que ainda não triunfou sobre o seu além. É um país marcado pela violência, porque nunca lidou bem com seus processos violentos”, disse Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, um dos estabelecimentos que organizaram o evento.
“Precisamos que os culpados de genocídio, os culpados de mortes, desaparecimentos forçados, tortura, sejam responsabilizados. Só assim nos superaremos, virarmos essa página da história e levarmos o Brasil a uma cultura de paz. , para que o Brasil caminhe para a democracia plena”, acrescentou.
No gramado da Praça da Paz, foram expostas fotografias, acompanhadas de flores, de mais 70 pessoas mortas ou desaparecidas pelo aparato estatal durante a ditadura. Entre os venerados estão Maria Lúcia Petit, Antônio Carlos Nogueira Cabral, Aurea Eliza Pereira e Jane Vanini.
Longas faixas exigiam o cumprimento das recomendações da Comissão Nacional da Verdade: “Desmilitarização da polícia”, “Fim do genocídio da população indígena e negra”, e questionavam a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a lei de anistia: “Anistia para torturador?Só o Brasil o fez. O STF promete impunidade. “
A procuradora regional da República, Eugênia Gonzaga, falando no evento, lembrou que a lei de anistia ainda é usada por meio de estabelecimentos brasileiros para exonerar de qualquer sanção agentes do Estado que cometeram crimes durante a ditadura. Segundo ela, essa leitura da lei foi formada através do exército desde a sua criação.
“A anistia no Brasil acaba de acontecer, a transição da ditadura para um regime democrático completamente novo ocorreu e foi controlada pelos militares. E foi dado aos chefes do povo, às instituições, para virar a página, não para punir”, disse. .
“Esse caminho está absolutamente errado. Não é um caminho que leva ao amadurecimento da democracia, é um caminho que leva à repetição de práticas. Ainda estamos nessa luta. O Supremo Tribunal Federal ainda não reconsiderou a posição de aceitar a lei de anistia para torturadores também. Mas, pouco a pouco, a justiça vem substituindo sua posição”, acrescentou.
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, insistiu que a importância do ato é não esquecer o além para não repeti-lo no presente. São Paulo e Brasil, sobre a violência policial existente, estamos comunicando sobre isso além de que não aconteceu”, disse.
“Estamos fazendo esse ato de lembrança para que construamos uma longa carreira em que essa violência não seja reposicionada, e que essa violência não tenha repercussão como teve na vida de todos nós. Vimos isso nos atos que ocorreram no dia 8 de janeiro, vimos nos 4 anos que antecederam isso, ou seja, são as consequências diretas de um país que não consegue lidar com seus traumas”, completou.
A partir desta edição, a ocasião passou a fazer parte do calendário oficial da cidade de São Paulo, incluído através da Lei 17. 886 de 2023. A 3ª Marcha do Silêncio organizada por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e por meio do Movimento das Vozes do Silêncio, composto por dezenas de entidades.
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