Retomada da reforma agrária e “desbolsonarizização” do Incra: MST ao governo

Rubens Valente, Agência Pública – O governo federal chegou a abril – mês historicamente marcado, desde 1997, pelas mobilizações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para exigir agilidade no programa de reforma agrária – mantendo os bolsonaristas ou os ligados ao agronegócio no índice de superintendência do Incra nos estados, além de dez vagas no país, segundo João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (11) em Brasília. O MST pede ao governo que atualize os bolsonaristas e ocupe todas as posições-chave no órgão de reforma agrária do país.

O MST também exige que o governo Lula implemente políticas de crédito para as famílias assentadas na reforma agrária e que “assente todas as famílias acampadas desde o governo Dilma”. Neste país”. As famílias que estão sob a Internet são cerca de 60. 000 famílias e, no total, aqueles que estão registrados e lutando pela terra, triunfam em 100. 000 famílias. O MST precisa que o governo apresente um plano nacional de reforma agrária.

Neste mês, o MST está organizando um “dia de lutas em defesa da reforma agrária” que toma a forma de uma série de ações, como ocupações de fazendas, audiências em uma empresa do governo federal em Brasília e a distribuição de alimentos produzidos por meio do movimento. Todos os anos, em abril, o MST relembra o banho de sangue de Eldorado dos Carajás, quando 21 MST sem-terra foram mortos pela polícia do Exército do Pará em 17 de abril de 1996.

Uma das questões mais criticadas pelo MST no início do governo Lula é a demora na ocupação dos mais altos cargos vitais do Incra nos estados. com o MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar], nomear os demais superintendentes do Incra. Nosso outro povo não pode eleger um novo governo e terá que negociar com um bolsonarista que tem sido muito contrário ao nosso outro povo”, disse Rodrigues.

Em nota à Agência Pública, o MDA informou que “todas as designações para as superintendências regionais do Incra já estão tramitadas por meio do Chefe de Gabinete e da Secretaria de Relações Institucionais. Atualmente, 15 já foram realizadas, a saber: as 3 no Pará, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Paraná, Maranhão, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe, Piauí e Distrito Federal”.

O MDA indicou ainda que, “em consulta com a Presidência da República, trata-se de um anúncio sobre a retomada do programa nacional de reforma agrária que será realizado em abril”.

Na coletiva de imprensa desta terça-feira, o MST disse que estava combatendo o Incra nos estados como “o quadro culpado de desgastar a reforma agrária”. . [. . . ] Por isso estamos brigando com o governo para que o Incra reduza a burocracia do Incra e nomeie superintendentes nos estados para então estarem em ritmo de reforma agrária e dar transparência ao estilo total e consolidar um programa sério de obtenção de terras se torne um assentamento”, disse Rodrigues.

“Ainda temos preocupações, no âmbito do MDA, com a nomeação de outros cargos no Incra, que ainda estão adiados. Isso não pode ser explicado, temos 10 estados que ainda não têm um novo superintendente. Isso significa que nosso outro povo tem que enfrentar essas condições de superintendentes bolsonistas, como é o caso expresso de Alagoas. Que ele é um bolsonarista armado nos espaços da colônia. Já pedimos à Casa Civil que agilize o processo de nomeação. da coalizão de governo, mas isso pode ser feito.

As exigências do MST, no entanto, não significam ruptura com o governo ou com Lula. O MST tem sido um dos principais setores em levar sua solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos processos aos quais ele respondeu na Operação Lava Jato e foi um dos principais organizadores da vigília que durou 580 dias em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR). onde o atual presidente foi preso.

Rodrigues lembrou, no início da entrevista desta terça-feira, que “nossa primeira tarefa é proteger o governo Lula, ajudamos a eleger o governo Lula, fazemos parte dessa caixa política que dirigiu a campanha [eleitoral], que lutou contra o golpe, que lutou contra o bolsonarismo”. Ele também afirmou que um dos objetivos do MST é “combater o Banco Central e a política de juros do [presidente do BC] Campos líquidos. política de juros e que é necessário, devido à situação econômica que o Brasil está vivendo, que tenhamos uma política de juros tão alta. “

O apoio a Lula não o salvou da tensão por novos assentamentos e da denúncia pela implementação da reforma agrária. O roubo na “desbolsonarizização” do Incra incomoda as DST. Um dos casos mais criticados é a permanência de Wilson César de Lira. Santos, primo do prefeito, Arthur Lira (PP-AL), na taxa do Incra de Alagoas. Ele tomou posse em 2017, no governo de Michel Temer, e foi ocupado no local de trabalho do governo de Jair Bolsonaro. Protesto contra a permanência de Santos, nos últimos dias famílias do MST ocuparam e evacuaram a sede do Incra em Maceió (AL).

“No Incra de Alagoas, estamos em uma longa negociação, desde ontem à noite [dia 10]. O que estamos pedindo ao governo é substituir o superintendente, que ele nomeou por meio do governo Temer. E há um desafio principalmente no caso desse superintendente, não é só que ele é bolsonarista, existem vários bolsonaristas. Só que ele é um personagem muito violento, ele já foi atacado por famílias sedentárias, ele está andando com uma arma em zonas de acordo, então ele não tem situações para ficar com isso. Então, que o governo nomeie outra pessoa.

Em protesto contra a permanência de Santos, uma organização de famílias do MST ocupou nesta segunda-feira (10) a sede do Incra em Maceió (AL). Após a deportação ocorrida no dia seguinte (11), segundo Rodrigues, o governo prometeu nomear um usuário para o cargo em Alagoas, cuja ligação está sendo avaliada. Em nota ao portal G1, o Incra de Alagoas disse que “não venceu oficialmente a lista de demandas dos movimentos sociais” e que “nomeações e demissões não são atendidas”. a nível regional”.

Outra ênfase é colocada na Superintendência de Mato Grosso. A opção por nomear Silvano Amaral (MDB), atual deputado estadual de câmbio, irritou organizações semelhantes às das famílias sem-terra, dos direitos humanos e indígenas e do meio ambiente. Em carta aberta, 40 As organizações repudiaram a nomeação imaginável de “qualquer chamado semelhante à bancada ruralista e agroalimentar para assumir a superintendência do Incra”.

“O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Cuiabá, fruto da derrubada do governo Bolsonaro, está fechado há mais de 6 meses, proibido pela Defesa Civil, sem infraestrutura ou situações organizacionais para continuar operando”, diz a nota assinada, entre outras entidades, por meio da CPT (Comissão Pastoral da Terra), do MST e do CIMI (Conselho Indigenista Missionário). , “estavam em algum tipo de situação de confronto”. Cerca de 390 famílias “foram despejadas ou passaram pelo processo de despejo no estado”. Mato Grosso é, segundo a nota, “o 3º estado com o maior número” de pessoal resgatado do trabalho forçado. Ouvido por meio da página online de Cuiabá “Olhar Direto”, Silvano Amaral negou estar ligado ao agronegócio e negou ter uma fazenda.

“Essa é a situação condenatória do estado de Mato Grosso, refletindo o abandono do governo Bolsonaro, que se posicionou publicamente a favor do confisco de terras públicas e, em oposição aos indígenas, aos quilombolas, aos camponeses. Todos os anos há um alívio no número de assentamentos e desapropriações de interesse social para fins de reforma agrária, processos de regularização fundiária em territórios quilombolas e processos de regularização fundiária em domínio público federal. os processos levam à paralisação do Programa Nacional de Reforma Agrária”, diz a nota da entidade.

Segundo o MST, a apresentação de um plano nacional de reforma agrária exigiu o governo Lula em reuniões em Brasília. Ceres Hadich, membro da direção nacional do MST, também disse que “nosso entendimento é esse, enquanto houver terras sem outros povos e outras sem terra, que queiram que ela viva, trabalhe, crie seus filhos, possa ter uma vida mais digna, a luta pela terra continuará em nosso país”. Ceres disse que “a reforma agrária nunca foi alcançada e que a profissão de agricultor “é uma necessidade de resistência, de sobrevivência”.

O MST disse ter realizado 40 ocupações de “latifúndios improdutivos gigantes” apenas no último ano do governo Bolsonaro, e 16 desde o início do ano sob Lula. Nos protestos de abril, houve “um pouco de ocupação”, Rodrigues disse que uma ‘viagem de ocupações’ ainda não seria possível, ou seja, um número gigante. Ele discutiu que o MST tem seiscentos acampamentos em todo o país.

“[Fazer] um trabalho é muito complicado. Quando as famílias se mudam para a profissão é porque é uma das últimas oportunidades que têm de ter a opção de ter um terreno. Porque ele vai ter que viver em um cenário complicado e por causa de um sonho que é a terra prometida. Ou seja, os cristãos não têm o desafio de tomar um longo deserto para ter a terra prometida. Agora nós não queríamos, porque no caso do Brasil, ele tem terra, terra improdutiva, tem lei, tem orçamento, tem tudo. Então, para nós, a profissão é um ato político de denunciar um cenário muito complicado. [. . . ] Não queremos guerra, não queremos violência, queremos terra para trabalhar. Se a passarela só pode essa frente para nós, ficaríamos muito felizes.

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