Avicultura no Rio Grande do Sul pede ajuda

O setor avícola do Rio Grande do Sul está se mobilizando com os parlamentares estaduais para pedir pessoalmente ao governador do Estado, Eduardo Leite, que adote medidas emergenciais para lidar com o acúmulo de atividade no cargo após 3 secas consecutivas. O cenário piorou após a queda estimada de 40% na safra 2022/2023 do milho, cereal que responde por 70% da ração de aves e suínos. A audiência foi solicitada por meio do secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, do presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, Luciano Silveira (MDB), e dos deputados Zé Nunes (PT) e Miguel Rossetto (PT).

No entanto, primeiro será necessário analisar os distúrbios do setor através dos órgãos governamentais envolvidos na produção da proteína. “Vamos primeiro ver o que podemos fazer nas secretarias antes de levar o assunto ao governador. Estamos abrindo mercados de exportação, o que dará maior estabilidade à produção de proteína animal”, disse Polo.

De acordo com o presidente da Associação Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav), José Eduardo dos Santos, a desvantagem competitiva da avicultura gaúcha em relação a outros estados já foi amplamente apresentada à secretaria de governo existente, acrescentando em um cronograma feito este ano. “Queremos agora medidas urgentes do governador. Queremos isenções fiscais. Não temos mais tempo, não aguentamos mais”, disse. Segundo Santos, os fabricantes não possuem milho, e para trazer o produto de outros estados, seja grão ou forragem, pagam em média R$ 30,00 a mais de acordo com a sacola pelo valor inflado do insumo em si, além de frete e logística.

A situação é agravada pela redução do percentual de créditos presumidos concedidos por meio do Serviço de Impostos com base no cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre insumos agrícolas processados fora do Rio Grande do Sul. Itens como ração, plástico e papelão são afetados pelo abate diferido. Aprovada em janeiro de 2022, a política de gozo condicional de incentivos fiscais tornou o diferimento variável, especialmente para compras interestaduais.

Apesar de manter intacto 85% do mérito, a política propõe a concessão dos 15% restantes para a aquisição de insumos produzidos no estado, aplicando-se o Fator de Ajuste de Frutificação (FAF), uma espécie de “coeficiente para medir as compras interestaduais de insumos”. No ano passado, a redução de 5%. Este ano será de 10% e em 2024 será de 15%.

Atualmente, a alíquota de ICMS aplicada à venda interestadual de insumos agrícolas está entre 7% e 12%, percentuais que tributam a alimentação animal. No entanto, de acordo com o convênio 100/97, renovado até 2025 por meio do Conselho Nacional de Política Financeira (Confaz), a base de cálculo do ICMS dos setores foi reduzida em 60%, chegando respectivamente a 2,8% e 4,8% dependendo do estado de origem e destino dos produtos.

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