Garimpeiros do PCC são mortos em confronto com agentes da PRF em terra Yanomami

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Por Hora do Povo Postado em 1 Maio 2023

Quatro buscadores pertencentes à facção de ladrões do PCC foram mortos em uma troca de tiros com policiais rodoviários federais e agentes do Ibama na terra indígena Yanomami na noite de domingo (30). Fiscais que atuavam na mina conhecida como “Ouro Mil”, no território, foram mortos a tiros por ladrões.

“O ataque ocorreu na tentativa de desembarcar do avião da PRF, quando criminosos, armados com armas de grosso calibre, abriram fogo contra os agentes a fim de repelir a atividade de repressão ao garimpo ilegal. apenas não resistindo aos ferimentos”, informou a PRF.

O confronto entre os agentes e os buscadores ocorreu um dia após os invasores abrirem fogo contra 3 indígenas da comunidade de Uxiub. Um deles, baleado na cabeça, morreu curado no ginásio de Surucucu; os outros dois foram encaminhados para Boa Vista, onde permanecem internados.

Um dos mortos é Sandro Moraes de Carvalho, de 29 anos. Segundo o portal G1 da Rede Amazônica, ele liderava uma facção de que atua na exploração ilegal de terras indígenas, e eles são chamados de “facção dos garimpeiros”.

Foragido da Justiça no Amapá, onde foi condenado por um assalto furioso, o bandido o chamou de “presidente”. Os outros 3 investigadores mortos ainda não foram identificados. O governo estadual, que é responsável pelo Instituto Médico Legal (IML), onde os corpos são encontrados e tem uma prática de divulgação de identidade, diz que o dever do caso é da Polícia Federal.

De acordo com o G1 da Rede Amazônica, as investigações dão conta de que Carvalho é um dos principais líderes da facção original do PCC em São Paulo, que atuava basicamente nas regiões de mineração do país. Na região, a organização criminosa controla máquinas, extrai minerais como ouro e cassiterita e ordena atividades ilícitas.

Durante a ação, os policiais apreenderam um arsenal de armas em posse dos invasores, acrescentando um fuzil que estava na casa dos criminosos. Além do fuzil, foram apreendidas na operação 3 pistolas, sete espingardas e duas miras holográficas, além de munições de diversos calibres, carregadores e outros equipamentos militares.

A audácia dos garimpeiros ilegais que se opunham aos agentes federais que combatiam o garimpo na TIY já havia sido registrada antes. No dia 28 de abril, na região do Rio Couto de Magalhães, um helicóptero que transportava funcionários foi abatido por bandidos. Não houve feridos e o aparato dos invasores foi destruído pelas forças de segurança.

Em 14 de março, em uma mina no Domínio de Waikás, no rio Uraricoera, criminosos trocaram tiros com agentes de fiscalização. Ninguém ficou ferido e dois mineiros que trabalhavam com máquinas foram presos.

A série de ataques começou em 23 de fevereiro. Uma base de vigilância na comunidade de Palimiú, no rio Uraricoera, foi atacada a tiros. Garimpeiros armados romperam o bloqueio e atiraram contra agentes do Ibama, que revidaram e um dos invasores foi morto a tiros.

Agentes da PRF e do Ibama acreditam que esses ataques de criminosos para reprimir movimentos garimpeiros ocorrem com o objetivo de inibir o desmatamento de áreas demarcadas.

Desde janeiro, após a eclosão da crise de adequação na reserva Yanomami, o governo federal adotou uma série de medidas à população. Entre as ações, a expulsão do menor que atua no território e é culpado pelo cenário dramático do qual os Yanomami são vítimas.

Neste fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de enviar uma comitiva de ministros a Roraima. Em seu perfil no Twitter, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajara, disse que a medida visa “ações que visem desintegrar criminosos”. Ele pediu reforço do Ministério da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal (PF) para apurar dados sobre o ataque de sábado (29). As visitas das ministras Sonia Guajajara e Nísia Trindade (Saúde) já foram confirmadas.

A identidade do garimpeiro morto durante o confronto com a polícia reforça as suspeitas da PRF de que os criminosos são integrantes da facção paulista que opera o país, acrescentando garimpo ilegal na Terra Yanomami.

No final de março, policiais militares foram acionados por um rapaz que deu um tiro no próprio pé ao tentar escapar de uma repressão a invasores em uma unidade de garimpo dentro da reserva indígena.

Após ser atingido, o jovem de 21 anos fretou um helicóptero para o município de Amajari, norte de Roraima, e pousou em uma fazenda que serve de base para mineração. Em seguida, seguiu para Boa Vista com o objetivo de chamar a atenção.

Ele foi preso no bairro Aeroporto, zona oeste de Boa Vista, após a polícia detectar uma contradição em seu relato. Ele alegou ter sido ferido em um assalto em frente à casa. Não convencidos, os policiais pediram que ele contasse a história e checaram seu celular. A aeronave era suspeita de furto ou roubo porque não tinha conta.

Além disso, as autoridades tomaram conhecimento de um registro oculto que aguardava várias fotos e vídeos de garimpos ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami. Nas imagens, o bandido mostrava armas e drogas.

Às pressas, ele confessou que integrava uma facção de, natural de São Paulo, e que atuava no território quando, em uma operação policial na região, se escondeu em uma mata e disparou acidentalmente a arma.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, desde o início da operação de desmonte da estrutura do garimpo ilegal, 327 garimpeiros, 18 aviões, 2 helicópteros, motorizadores e dezenas de balsas, barcos e tratores já foram destruídos.

“As fotografias de satélite implicam um relevo de cerca de 80% dos espaços desmatados para mineração de fevereiro a abril na mesma época do ano passado”, disse o ministério.

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