Nos últimos anos, o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, consolidou-se como uma espécie de “quartel-general” do Comando Vermelho (CV), deste lado da Baía de Guanabara. Composto por 8 comunidades, o “G-8”, como é popularmente conhecido, é formado por espaços florestais fechados, ruas não pavimentadas, o que dificulta o acesso de facções inimigas e policiais, além de servir de direção para os barcos que transportam drogas para a baía.
Segundo relatórios dos setores de inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública, o local seria considerado “perfeito” pelos criminosos para espaçar os “convidados” do “Comando Vermelho” (CV) que devem ficar fora de circulação. porque estão no governo na linha de fogo, com a permissão de um dos principais líderes da facção: Antônio Ilário Ferreira, o Rabicó. Mas essa estratégia já começa a ser questionada, pois é cada vez mais comum, entre outros líderes ascendentes do VC, que o “fogo amigo” seja usado para “distribuir” esconderijos e facilitar a localização de quem vem do exterior para o SG.
Barbacoa – Foi o que teria acontecido na recente operação que resultou na morte do traficante Leonardo Costa de Araújo, conhecido como Leo 41, e de outras 12 pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas, no dia 23 de março, no Complexo do Salgueiro. Segundo as investigações, poucas horas após a operação, sites de jornalismo policial ganharam comentários contendo denúncias de traficantes. Salgueiro, sugerindo que abriram canais de denúncia e “vazaram” dados que levaram à descoberta do esconderijo de Leonardo e outros acusados. do seu grupo
Circula por essas redes sociais a informação de que no domingo, 22 de março, justamente um dia antes da megaoperação em Itaoca, teria havido uma assembleia entre as lideranças do CV no local, com a presença de Rabicó. Após a assembleia, pela manhã, bolinhos de peixe e bebidas teriam sido servidos abundantemente entre a tarde e a noite do mesmo dia. Mas, a presença do ‘big boss’, que teria saído discretamente do local, após a assembleia.
Coincidências: A especulação de que alguém teria “dado” o esconderijo de Leão 41 já havia surgido quando Rayane Nazareth Cardozo Silveira, vulgo Hello Kitty, e Alessandro Luiz Vieira Moura, vulgo Vinte Anos, morreram em dezembro de 2021, e através de Nicolás Labre Pereira de Jesus, a Família Gorda, em setembro de 2016. Ainda nesses casos, os acusados morreram em operações policiais primárias, após localizarem seus esconderijos, também em Itaoca, que definitivamente começa a ser apontado como um “lugar amaldiçoado”.
Conexão ‘Pará-Rio’ – A polícia, aliás, já sabia que Leo 41 já havia optado por migrar para o Rio de Janeiro, em 2020, já em meio à pandemia do coronavírus, não só por se sentir mais seguro, mas também pela opção de ampliar a fonte de renda de sua quadrilha com o contrabando de armas e drogas de países vizinhos para o norte do Brasil. fazendo do Pará a base da ligação com o Rio de Janeiro. Inicialmente, o Complexo da Penha, na zona norte do Rio, considerava como por meio da polícia, ultimamente o ‘QG’ do CV na capital, escolhido para o espaço Leonardo e seus principais aliados.
“Mas quando os traficantes começaram a migrar do tráfico para ações mais violentas, sequestros, roubos de cargas e roubos a lojas, na capital, como a invasão e roubo milionário de joias em um shopping center de supermercado em São Conrado, em 2022, em um domínio do Rio, acabou gerando uma maior mobilização da polícia no combate aos criminosos”, acabou gerando uma maior mobilização da polícia no combate aos criminosos. disse um agente de segurança pública que participou das investigações e descobertas da ligação rodoviária Norte/Nordeste/Rio.
Polícia – Após o ataque ao centro comercial, a Polícia Civil do Rio, por meio da Delegacia Antidrogas (Dcod), e outros setores de inteligência do órgão, já havia detectado a grande presença de traficantes do norte e nordeste nas comunidades do Rio de Janeiro, o que motivou reiteradas operações para o cumprimento de mandados de prisão contra foragidos e repressão ao tráfico, Especialmente no ano passado, quando vários foram mortos em confrontos. Preocupado com seu destino no Complexo da Penha, no Rio, Leo 41 ingressou na nova rede interna de tráfico de drogas do estado, com a intervenção de Rabicó, que, segundo a polícia, seria o membro mais produtivo da liderança do CV articulada com traficantes da região nordeste do Brasil.
A vida após a morte de Antônio Ilário Ferreira mostra o tamanho exato dessa relação, que já existia há anos, segundo investigações sobre o ladrão realizadas por meio da Polícia do Estado do Rio e da PF. Na época de sua prisão, em 2008, dois anos depois de ser solto em liberdade condicional, Rabicó estava na cidade de Mamanguape, na Paraíba, onde morava em um bairro privilegiado, em um espaço com piscina e sauna. Lá, ele se passava por dono de uma empresa de reciclagem de lixo e de uma oficina mecânica. Na época, já nomeado líder do tráfico de drogas no Salgueiro, ele também atuava como “matuto”, transportando drogas, não só para seus feudos em São Gonçalo, mas também para outras comunidades governadas por meio de sua facção “colegas”.
Leão 41 fortalece relações com Rabicó e depois recebe para executar um plano de expansão do CV, da base do Salgueiro, para cidades vizinhas. Segundo a polícia, Leo 41 recebeu o direito de executar a venda de drogas em 3 regiões conquistadas no ano passado: Visconde de Itaboraí e Venda das Pedras, em Itaboraí, após a prisão de milicianos, e no Bairro da Amizade, em Maricá, após a expulsão de traficantes do local.
Fim da linha – Os repetidos ataques de Leo 41 à BR-101, entre São Gonçalo e Itaboraí, também acabaram atraindo policiais não só para operações policiais ostensivas, mas também para investigações. Circulando sob identidade falsa, desde o início de 2023, e após repetidas movimentações pela polícia da Penha, ele retornou ao seu reduto da Zona da Leopoldina, no Rio de Janeiro, apenas quando era extremamente necessário. Seu refúgio e refúgio agora será uma casa na bucólica ilha de Itaoca, onde passará a maior parte do tempo no litoral local. Mas ele não sabia que, durante esse tempo, a polícia já havia feito progressos maravilhosos para localizar onde ele estava.
A megaoperação que resultou na morte dele e de outros 12 réus só foi solucionada quando a Polícia Civil do Pará, em parceria com as polícias civil e militar mais sensatas do Rio, fez uma varredura para verificar seu paradeiro.
* Leia também: https://www. osaogoncalo. com. br/seguranca-publica/134056/apos-morte-de-leo-41-policia-fecha-o-cerco-na-conexao-do-cv-entre-the-video-for-the-river-and-sg