Semas se reúne com lideranças do Marajó para iniciar formulação de acordo de pesca de camarão

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) assinou um compromisso com as lideranças das comunidades pesqueiras da Ilha de Araras, no município de Curralinho, no arquipélago do Marajó, para a progressão de um acordo expresso sobre a pesca do camarão, inédito no estado do Pará. O objetivo é identificar a regulamentação da pesca do camarão na região. O acordo de pesca consiste em uma estratégia comunitária de controle do camarão, que permite o controle do recurso por meio dos estoques pesqueiros do Marajó.

O compromisso foi anunciado em assembleia realizada na última segunda-feira (8) na sede da Secretaria, em Belém, com o controle da Ilha das Araras, que também contou com a presença de pescadores do município de Melgaço, que pintam na mesma região. Pescadores denunciaram a prática da pesca predatória do camarão na área, que tem sido relatada por meio de redes, como um dos principais motivos para a raridade da espécie na área.

As lideranças participantes da assembleia se comprometeram a atuar como multiplicadores junto aos demais cidadãos da comunidade, divulgando as diretrizes da Semas, que servirão de base para iniciar a estruturação do convênio. Também concordaram em divulgar os dados nos municípios da região, a fim de envolver outras comunidades envolvidas na atividade pesqueira na região da Ilha das Araras, sensibilizando-as a participar do acordo.

“Vamos iniciar diálogos para identificar o primeiro acordo de pesca do camarão no estado, com a definição de critérios expressos de acordo com os interesses das comunidades que têm a pesca clássica como principal fonte de renda. levar em conta a sabedoria das comunidades sobre o ciclo de vida dos estoques pesqueiros existentes, por isso apoiamos o controle participativo que pode diminuir a pesca predatória e aumentar a produtividade pesqueira na ilha, com a conservação dos estoques, o que pode melhorar a economia local”, afirma o subsecretário de Gestão Ambiental e Compliance da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos.

O subsecretário também acredita que “esse comportamento na região do Marajó seria muito interessante, porque é uma atividade que atinge as comunidades de vários municípios, não só Curralinho. O fortalecimento da pesca com rede também é uma forma de enfrentar a lógica da publicidade da pesca quando ela é praticada “de forma predatória, uma vez que o uso e a exploração do recurso camarão não devem prejudicar a manutenção da vida da espécie e a reprodução econômica das comunidades”, concluiu.

AÇÕES – Após a reunião, serão coletados dados com as autoridades locais, além do andamento dos diálogos com os municípios e o setor privado, divulgando o conteúdo do convênio. O conceito é concretizar maior poder com ampla divulgação, seja para explicar o acordo e divulgar o cumprimento das normas socialmente pactuadas.

“O conceito do acordo de pesca é inibir o desaparecimento de espécies. A autarquia já se sensibilizou para combater os opositores da pesca ilegal no concelho, no entanto isso ainda não é suficiente. Com o apoio da Secretaria Estadual de Semas e ampla divulgação para a população, será mais imaginável evitar a extinção da espécie”, afirma Esmael dos Santos, secretário municipal de Meio Ambiente de Curralinho.

As comunidades envolveram-se na conservação dos recursos haliêuticos da ilha.

“Estamos preocupados com o declínio do nosso camarão que temos notado ao longo dos anos. A Associação Pesca Marajó apoia movimentos educativos para diminuir a pesca predatória, pois há um acúmulo exagerado no uso de apetrechos de pesca que diminui a qualidade e a quantidade de camarão.

Novaes diz que o acordo de pesca será elaborado com assessoria da Semas. “O Estado, através da SEMAS, tem se dado a conhecer com seus engenheiros, seus técnicos, sua estrutura, para auxiliar na formação do processo, na orientação, na capacitação, nas fórmulas do projeto, em tudo que se possa imaginar na formação do convênio. Desde a conscientização em inegáveis reuniões até as fórmulas formais de uma nota fiscal que leva à popularização da legislação, que também pescamos na área. , como comunidades, teremos que fazer a nossa parte”, concluiu.

O presidente da Associação de Pescadores da Ilha das Araras e região do Marajó, Pesca Marajó, José Carlos Neves, descreve a situação descoberta na rede e os anseios das lideranças

“É muito complicado pescar camarão, mas nossa margem de pesca não é a mesma há muitos anos. É por isso que estamos envolvidos. Viemos para cá com caça e conscientização, para que chegue a hora de continuar pescando camarão. Estamos muito envolvidos no longo prazo dos nossos filhos, dos nossos netos. A presença da Semas é vital para que esses movimentos tenham sucesso e que essas lideranças cheguem a um ponto de conclusão e conscientização sobre o nosso acordo de pesca”, disse.

A Equipe Gestora de Fauna Silvestre, Aquicultura e Pesca (Gefap) da Semas fará uma parada no local para saber como funciona a lei que determina os procedimentos do acordo de pesca, além de esclarecer dúvidas para a elaboração da minuta do acordo. A comunidade, após a formalização, é analisada por meio da Semas e, se necessário, a equipe se reunirá novamente com os pescadores e suas lideranças.

“Quando todos os elementos estiverem bem definidos, será lida a minuta final do acordo, na qual todos os participantes indicam a lista de presença, a ata da assembleia e uma cópia da minuta. Em seguida analisaremos as partes técnicas, o trabalho passa por análise jurídica, aprovação, assinatura e publicação. Portanto, a regulamentação do convênio tem os efeitos jurídicos de uma norma”, explica a titular do Gefap, Talita do Nascimento Praxedes.

O executivo alerta ainda que “a investigação por meio da equipe técnica leva no máximo 60 dias. No entanto, desde o início do procedimento até a aprovação, possivelmente levaria mais tempo, já que a rede estabelece suas regras e aceita as regras propostas em um ambiente participativo. “

Para mais informações, sobre o Decreto nº 1686, de 29 de junho de 2021, que estabelece os critérios para a formalização de acordos de pesca nas comunidades pesqueiras do estado do Pará no site.

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