Há mais de quatro anos, uma empregada doméstica de 57 anos aguarda por uma cirurgia vascular nas duas pernas. Para a mulher de Campo Grande, que prefere ser conhecida pela reportagem, o procedimento seria um alívio para as dores intensas causadas pela lesão. Fluxo deficiente e acúmulo de varizes.
“É uma dor constante, com duração de 24 horas. Quando fiz os exames, o cara disse que não sabia como eu aguentava tanta dor, minhas varizes estavam todas infectadas”, explica.
Enquanto observa o passar dos anos e lida com a dor e a incerteza, a passividade mostra sua preocupação de que o fator fitness esteja mudando. “Tenho medo de piorar ou causar trombose. Minha pele é fina, minhas pernas são pretas e é terrível, tenho medo. Imagine como essa doença não piorou nos últimos quatro anos. “
Para o morador, o programa do governo estadual de diminuir as filas para exames eletivos e cirurgias é a esperança de que as coisas melhorem. “Vi no jornal e estou feliz, espero que vocês se divirtam agora”, conclui.
Apesar do anúncio que incentivou a empregada doméstica ouvida por meio da reportagem e os munícipes de Mato Grosso do Sul nos 79 municípios, ainda não há um prazo definido para que os pacientes comecem a ser chamados. Por questões burocráticas, a linha só começa a operar após os municípios concluírem o processo de adesão ao programa anunciado por meio do governo estadual.
De acordo com a SES (Diretoria Nacional de Saúde), foi aberto um prazo para que os municípios enviassem uma declaração de adesão ao programa e enviassem documentação indicando uma estimativa do número de atos a serem condizentes com o mês e o número total de cirurgias e exames para o período entre maio de 2023 e abril de 2024.
O prazo para envio é segunda-feira (15) e, após isso, caberá à SES analisar a documentação e fornecer retorno aos serviços municipais. assinatura do ‘adicional de duração’ ou do contrato com a unidade executora, publicado no Diário Oficial da União”, explicou o governo estadual.
Após a aprovação, caberá aos municípios orientar os pacientes a atualizarem os exames e informarem sua posição na fila. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o chamado acumulado existente é de 15 mil cirurgias eletivas em especialidades e 42,5 mil exames diagnósticos.
Lançado na última terça-feira (9) por meio do governo estadual, o programa “MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila” terá investimento de R$ quarenta e cinco milhões em recursos estaduais e R$ 7,9 milhões em recursos federais, para desafogar a fila de procedimentos.
Entre várias opções, estão listadas cirurgias eletivas em oftalmologia, otorrinolaringologia, vascular, cirurgia geral, ortopedia, ginecologia, urologia e cirurgia reparadora. Os exames vêm com ressonância magnética com contraste, ressonância magnética (sedação), tomografia computadorizada, endoscopia, densitometria, eletrocardiograma, ecocardiograma transtorácico e ultrassonografia.