Os estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí foram responsáveis por cerca de 69% do desmatamento do Cerrado entre janeiro e abril de 2023
O desmatamento no Cerrado aumentou em 2023 e ultrapassou 257 mil hectares de janeiro a abril, domínio equivalente a dois municípios do Rio de Janeiro. O conhecimento vem do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado) do Cerrado, ligado ao Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). ), e publicado nesta sexta-feira (5/12).
Os estados da Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí foram responsáveis por cerca de 69% do desmatamento do Cerrado neste período, com cerca de 177,8 mil hectares desmatados.
Pesquisadores do SAD alertam para a influência do período chuvoso nas imagens de satélite e que o desmatamento mostrado em abril possivelmente teria ocorrido em outros meses de 2023, em espaços cobertos de nuvens nos últimos meses. As regiões do sul do Maranhão, como os municípios de Balsas e Tocantins, são afetadas pelo fenômeno.
“O dossel superior das nuvens em fotografias de satélite com sensor óptico da estação chuvosa é um grande desafio para rastrear o desmatamento no momento. Os alertas detectados no último mês não necessariamente ocorreram em abril, mas podem ter ocorrido em qualquer momento desde o início do período chuvoso”, diz Fernanda Ribeiro, pesquisadora do Ipam.
O pesquisador destaca ainda que a chegada da estação seca também traz menos nebulosidade, além de um clima mais favorável ao desmatamento de novas áreas. Juntos, esses focos podem contribuir para um desmatamento ainda maior no Cerrado. , que geralmente atinge o pico em junho, julho e agosto.
“Durante o mês de abril, que marca o início da transição para a estação seca, já era imaginável tropeçar em novos espaços desmatados que no passado provavelmente estavam cobertos de nuvens. Esse número de alertas deve aumentar durante a estação seca, basicamente entre junho e agosto, devido a situações climáticas favoráveis em fotografias de satélite e também ao calendário agrícola, que apresenta maior atividade nesta época do ano.
O Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado é uma fórmula mensal e rastreada automaticamente para fotografias ópticas de satélite do sensor Sentinel-2 da Agência Espacial Europeia. O SAD Cerrado fornece alertas locais de remoção de plantas para todo o bioma, oferecendo dados sobre o desmatamento no Cerrado desde agosto de 2020.
A confirmação de um alerta de desmatamento é feita a partir da identidade de pelo menos dois levantamentos do mesmo em outras datas, com um período mínimo de dois meses entre as imagens de satélite. O método está detalhado no site SAD Fechado.
O objetivo da fórmula é fornecer alertas em caso de desmatamento superior a 1 hectare, atualizados mês a mês. Os pesquisadores percebem que o SAD Cerrado pode ser uma ferramenta complementar a outras fórmulas de alerta de desmatamento no bioma, como o DETER Cerrado, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), otimizando o procedimento de detecção em contextos visualmente complexos.
Leia também: Saques e desmatamento: vida selvagem e Goiás ameaçados
Escreva aqui o que você está procurando