Bebê indígena morto em Mato Grosso do Sul sofria de desnutrição e desidratação grave

O bebê indígena, de pouco mais de um ano, morreu no dia 2 de maio por volta das quatro da tarde. em Dourados, cidade a 225 quilômetros de Campo Grande, com desidratação grave, desnutrição protéico-calórica e gastroenterocolite aguda. As causas foram registradas na declaração de óbito da criança.

A equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou ao local, porém, já encontrou a criança morta. A reportagem da Midiamax teve acesso exclusivo ao documento que é assinado por meio de um salva-vidas. O caso é investigado por meio do MPF (Ministério Público Federal) que apontou no último fim de semana a pobreza excessiva do posto onde morava.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), são enquadrados diagnósticos que podem levar à morte de uma pessoa, caso medidas de cuidado não sejam tomadas.

No caso de desidratação grave, ela é causada pela retirada de água e sais minerais do quadro, causando perdas gigantescas de líquido no quadro que não são repostas. É potencialmente grave porque é caracterizada por uma baixa concentração não só de água, mas também de sais minerais e fluidos do quadro no quadro.

A reidratação em caso de doença grave também deve ser feita com soro oral distribuído a granel em academias e vendido em farmácias. Este soro pode ser preparado em casa e é válido por 24 horas após diluído em água.

Segundo dados da OMS, a desnutrição energético-proteica (DEP) pode ser explicada como uma doença multifatorial altamente fatal, capaz de realizar diversos ajustes fisiológicos em um quadro de adaptação às deficiências de nutrientes.

A gastroenterocolite aguda é uma inflamação intestinal causada basicamente por vírus, bactérias e intoxicação alimentar. Os principais sintomas são diarreia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, febre, dores musculares e dor de cabeça.

Segundo o pediatra Zelik Trajber, que acompanha as comunidades indígenas de Dourados há mais de 20 anos, o cenário que levou à morte do bebê indígena pode ser evitado. Contribuindo para isso está o cenário socioeconômico e uma imaginável falta de assistência médica”, disse Zelik à reportagem da Midiamax.

Segundo dados da assessoria de imprensa do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), que denunciou o caso na semana passada, uma equipe do Ministério da Saúde deve chegar a Dourados para acompanhar o cenário mais de perto. A escala está prevista para o início de junho.

Ao ser instado a comunicar sobre a morte do bebê repudiado e também em relação ao cronograma desta comissão federal, até o momento, ninguém do DSEI (Departamento de Saúde Indígena) – Polo de Dourados se manifestou. A revista Midiamax. continua com um esclarecimento aberto.

“Acho que ia melhorar”

A mãe do menino relata que a criança vinha vomitando há 3 dias, no entanto, não percebeu que o cenário era grave. A indígena deslocada, que pela manhã confiou a criança aos cuidados de uma tia.

“Fui até uma agência da Caixa Econômica para pegar o dinheiro do auxílio, que não é suficiente para comprar comida para as crianças. Quando cheguei, a situação tinha piorado. Aí chamei a ambulância, mas não deu tempo”, contou a mãe ao Midiamax.

“Chorei quando soube dessa tragédia. “

Em uma troca verbal com vizinhos, a reportagem do Midiamax constatou que, apesar das dificuldades enfrentadas pela população do bairro Santa Felicidade, o círculo de parentes indígenas tem chamado a atenção. “Aqui está alguém que traz comida e dá apoio”, disse a presidente da Associação de Moradores, Teodora César Pinto.

Apesar do percentual de solidariedade, em que alguns vizinhos dividem o pouco que têm, a morte por desnutrição surpreendeu a população do campo. Chorei quando soube dessa tragédia”, disse uma dona de casa.

Cruzando a fronteira

Aos 23 anos, a jovem mãe de cinco filhos a leva além do sofrimento. Nascida em uma aldeia de Amambai, aos doze anos já percorria as cidades fronteiriças. Ele conta que passou por Coronel Sapucaia, Capitão Bado, Pedro Juan Caballero e Ponta Porã antes de chegar a Dourados.

“Sei que não há água nem luz aqui, mas esta é a única posição onde tenho que viver e criar meus filhos. Tenho que me contentar com o pouco dinheiro que ganho, não é suficiente. Não comprei remédio para o meu filho que morreu porque não sobrou nada da ajuda. “

A Kuñangue Aty Guasu (Grande Assembleia de Mulheres Kaiowá e Guarani) anuncia que a menina falecida é semelhante a Dona Damiana, que permanece acampada à beira do asfalto, ela e sua rede foram despejadas da reconquista de Apyka’i em 2016.

“Damiana já matou mais de nove membros de seu círculo de parentes nos últimos anos, aguarda a demarcação de seu território”, informou a entidade em nota publicada na última sexta-feira (6).

“Santa felicidade”

Um espaço onde o menino morava com outros 4 irmãos mostra, à primeira vista, uma situação aterrorizante. Duas panelas abertas sobre a mesa, com restos de bobó de aves, arroz e alguns pedaços de carne, espalhados entre um litro de leite estável, uma caixa de suplemento vitamínico e um pacote de biscoitos revelam o local insalubre.

Aninhada quase no final de uma das estreitas ruas de terra está a cabana onde o pequeno mais de um ano de idade viveu. O piso de terra coberta com lonas, já deteriorado e com paredes de papelão e cobertores quebrados, tem dois cômodos.

Um deles é usado como quarto pela mãe e também pelas 3 mulheres e o outro serve como sala e cozinha, onde também há um sofá precário e uma cama usada pelo filho mais velho. 7. Sem água corrente, eletricidade e sujeira em todos os lugares, a cabana fica longe de casa, Deixa um lugar onde a felicidade pode ser encontrada.

Enquanto o procurador do MPF Marco Antônio Delfino conversa com a mãe sobre o bebê indígena, uma de suas filhas brinca na grama com uma boneca nua e usada. . Eu gostaria de um com terno colorido e uma bolsa”, pede a mulher.

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