Pernambuco registra casos de epidemias de superfungos em hospitais

A Secretaria de Estado de Saúde de Pernambuco (SES-PE) anunciou nesta quarta-feira, 24, que apresentou o terceiro caso de infecção pelo superfungo Candida Auris no estado. Em um dos hospitais, foi decidido suspender o atendimento. Acredita-se que o organismo seja um sério risco à saúde global devido ao potencial de causar surtos em hospitais e levar à morte.

O registro obteve a confirmação laboratorial da infecção de um homem de 66 anos, internado em um hospital particular da capital, Recife, na terça-feira 23. Mais dois episódios foram gravados no Hospital Miguel Arraes, em São Paulo, e no Hospital Tricentenário, em Olinda, nos dias 11 e 14, respectivamente, em pacientes do sexo masculino com 48 e 77 anos. A secretaria especifica que eles estão internados e não têm “repercussões clínicas” para o fungo.

Para evitar a disseminação do microrganismo, foram feitas tintas para bloquear e desinfetar a sala onde os pacientes estão internados. Enquanto o paciente do Hospital Miguel Arraes circulava pelos espaços da unidade, a Secretaria determinou o “isolamento do local”. A secretaria ainda investiga a origem do fungo para determinar se a colonização ocorreu em hospitais ou em ambientes externos.

“Para nos depararmos com novos casos imagináveis, prossegue o rastreio e a investigação diagnóstica de todos os contactos que conviveram com doentes em espaços hospitalares”, acrescentou.

O infectologista Ricardo de Souza Cavalcante, professor assistente de doenças infecciosas da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp), explica que a Candida auris se diferencia de outros tipos de Candida por ser altamente transmissível apenas de usuário para usuário, mas do ambiente para o ser humano. .

“Esse fungo sobrevive sem problemas e se espalha para quem está em contato com tecidos como monitores de pressão arterial, termômetros, estetoscópios, ventiladores e equipamentos de hemodiálise”, diz.

Outra característica é a alta resistência aos antifúngicos, o que dificulta o tratamento de outros indivíduos inflamados. Há também a dificuldade de diagnosticá-la com métodos laboratoriais e o fato de poder colonizar outras pessoas sem causar sintomas, facilitando a disseminação.

“A probabilidade de transmissão de um paciente para outro é muito alta, então há um alerta para ver se não há colonização do fungo em outros pacientes. Quando não dá sintomas, pode causar infecções se a imunidade do paciente for baixada. “, explica Francisco Ivanildo de Oliveira Júnior, gerente da consulta externa do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

O primeiro caso de Candida auris foi detectado no Japão em 2009 e se espalhou por todos os continentes. No Brasil, a primeira infecção fúngica foi registrada em dezembro de 2020, na Bahia. Trata-se de um homem de 59 anos que deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI).

Em janeiro deste ano, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicaram na revista clínica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology um artigo sobre o maior surto de superfungos registrado no Brasil. Foram notificados 48 casos da doença no Recife entre novembro de 2021 e fevereiro passado. ano. Segundo os cientistas, estima-se que entre 30% e 60% dos pacientes inflamados acabam morrendo.

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