Líderes sul-americanos se reúnem com Lula no Palácio do Planalto

A assembleia trará à mesa de negociações líderes com orientações ideológicas, que não são nem progressistas nem conservadores.

Com o objetivo de salvar o protagonismo do Brasil no palco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reunirá nesta terça-feira, 30, no Palácio do Planalto, 11 líderes de países sul-americanos, na ausência do chefe de governo do Estado peruano. , que vive uma crise institucional desde a derrubada do presidente Pedro Castillo após uma tentativa de golpe de Estado.

A crise peruana reflete a instabilidade política e econômica do continente, que deve estar na pauta do encontro. Todos os chefes de Estado devem chegar a Brasília até a tarde desta segunda-feira (29). Por isso, o Itamaraty estuda a opção de algumas reuniões bilaterais. antes do início da reunião de amanhã.

O venezuelano Nicolás Maduro foi o primeiro a chegar à capital federal. Diante do número gigantesco de chefes de Estado, a Polícia Federal pediu à Polícia Militar do Distrito Federal a segurança de embaixadas e hotéis.

Algo que chamou a atenção nesta assembleia foi a diversidade ideológica dos chefes de Estado, que não eram nem progressistas nem conservadores.

Segundo Gisèle Padovan, embaixadora e secretária para América Latina e Caribe no Itamaraty, um dos principais objetivos do atual governo é salvar a unidade dos vizinhos em torno de uma nova entidade multilateral, sem vieses ideológicos. diferenças de visão entre os países, agregando ideológicos e, por isso, acreditamos que é um começo para os países se sentarem à mesa e dialogarem, buscarem questões não incomuns para retomar esse movimento vital”, disse.

No encontro, Lula propõe uma agenda aberta, sem temas expressos para discutir, mas espera-se que proporcione aos vizinhos, além da criação de uma organização que forneça ao continente, a proposta de mecanismos que ajudem a Argentina, a maior economia do momento. na região e um parceiro corporativo vital no Brasil. O país vizinho enfrenta uma crise econômica primária e convive com a hiperinflação. A reintegração da Venezuela nas relações internacionais e na economia da região também deve ser abordada.

Sob o governo Bolsonaro, Nicolás Maduro proibiu a entrada no Brasil, rompendo relações diplomáticas históricas e definitivas embaixadas e consulados no país vizinho.

Em uma de suas primeiras iniciativas, Lula reabriu a embaixada em Caracas e medidas estão sendo tomadas para reabrir consulados no país.

A assembleia entre os líderes sul-americanos também deve abordar a integração física entre os países por meio de estradas, ferrovias e oleodutos, bem como políticas de combate ao crime organizado nas regiões de fronteira e ao movimento migratório no continente.

Os sócios-fundadores do Mercosul, Paraguai e Uruguai vivem um momento divergente de outros países, com um estágio econômico inteligente – com previsão de expansão de 4% da economia paraguaia para este ano e 2% para o Uruguai, que vem de uma expansão de 5% em 2022.

O Paraguai é parceiro do Brasil na usina hidrelétrica de Itaipu. O acordo de exclusividade brasileiro para a aquisição do excedente de força do Paraguai expirou após cinco décadas.

O Uruguai, por outro lado, resiste ao Mercosul e defende a liberdade de formar alianças com outros blocos, mas enfrenta oposição de outros membros, que afirmam que, se o país precisar obter vantagens do Mercosul, terá que cumprir as regras. .

Além disso, o atual presidente uruguaio Luis Lacalle Poul mantém uma posição crítica em relação à Venezuela e não recria a Unasul no estilo do passado.

O Chile, que tem uma referência em termos de política econômica para o Cone Sul, vive instabilidade política ultimamente. A Colômbia, por sua vez, tem lutado para cumprir seu cronograma progressivo de reformas trabalhistas, previdenciárias e de adequação.

O Equador, em crise institucional, procura resolver o desafio no âmbito de sua Constituição. O presidente Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia Nacional para o impeachment, forçando novas eleições, já marcadas pelo Conselho Nacional Eleitoral para 20 de agosto.

A Bolívia, que vive um bom momento de estabilidade política e institucional, firma parceria para ampliar a extração de metais valiosos para a transição energética, agregando lítio, usado na fabricação de baterias.

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