A cessão que proíbe a pesca também é defendida para sua conservação em MS

Conhecido como “transporte zero”, o Projeto de Lei 1. 363/2023 do Governo do Estado de Mato Grosso é entendido como uma forma de manter os peixes nos rios de Mato Grosso. A proposta possivelmente influenciaria os rios que dividem a divisa entre Mato Grosso do Sul e o estado vizinho, e também goza no território de Mato Grosso do Sul.

A lei só permitiria a pesca nos modos de captura e soltura ou de jogo; captura de peixes nas margens dos rios para consumo no local; e captura de subsistência (autoconsumo). Na prática, a pesca profissional, realizada por meio de pescadores cadastrados e autorizados perante os órgãos competentes, é proibida, expressa para bacia.

O texto aprovado em Mato Grosso, que ainda não foi sancionado, está em um relatório feito por meio da ALMT (Assembleia Legislativa de Mato Grosso), em 2021, que prevê a desoneração do inventário pesqueiro do estado e coloca em risco diversas espécies locais.

Entre as justificativas dadas por meio do Governo do Estado está a medida de conservação da população pesqueira. Hoje até peixes que no passado não despertavam interesse foram descartados, mas que têm o que há de bom nos rios locais, como o armau.

O biólogo e zoólogo Thomaz Liparelli, especialista em ictiofauna, explica ao Campo Grande News que os rios de Mato Grosso do Sul também são povoados por peixes e diz apoiar a proposta. população de peixes. “

Não é que sejamos cautelosos com a situação. Os estoques pesqueiros estão ameaçados pelo esforço de pesca excessivo que ocorreu nas décadas de 1980 e 1990 e nunca se recuperou”, diz o biólogo Thomaz Liparelli.

O texto aprovado na última quinta-feira (28) proíbe o armazenamento, embarque e venda de pescado pelos próximos cinco anos. Está prevista a remuneração de um salário mínimo no primeiro ano, 50% no ano corrente e 25% do salário mínimo no 3º ano para os profissionais interessados. A lei estabelece que quem quiser pescar para consumo próprio pode continuar com a prática.

Segundo Liparelli, a proposta de “transporte zero” responderia aos interesses ambientais e conseguiria proteger os estoques pesqueiros da sobrepesca. Dos americanos da espécie de peixe colado – que é visual todos os anos – temos o que se chama, tecnicamente, de sobrepesca.

Ele explica que os rios do estado vizinho, Mato Grosso, se deleitam com a “sobrepesca de recrutamento”, que seria quando a captura é tão expressiva que não há acesso de novos peixes às populações indígenas, já que o esforço pesqueiro – captura e uso de equipamentos proibidos – o impede.

“Nos rios de Mato Grosso do Sul, também há sobrepesca de recrutamento, mas também sobrepesca de crescimento, quando a captura é direcionada a americanos que não conseguem atingir a maturidade sexual, facilmente observável na pesca profissional e esportiva, quando a captura é mais comum é pescar abaixo do tamanho mínimo. “

Pesca turística

Para o presidente da entidade, empresário Luiz Antônio Martins, a resolução do estado vizinho será seguida pelo governo de Mato Grosso do Sul. “A lei será única, não só por ser apenas um ecossistema, mas porque a medida deu certo em Goiás, onde a pesca esportiva ainda está em franca expansão e onde ex-pescadores profissionais agora exercem uma profissão digna”, disse.

O empresário diz que visitou destinos pesqueiros em Goiás e avaliou o “sucesso ambiental, econômico e social” com a proibição da venda de pescado. “Conversei com os guias de pesca, que eram pescadores profissionais, não precisam voltar ao extrativismo, têm salários inteligentes e deram um passo à frente em suas vidas”, observou.

Martins afirma que muitos pescadores profissionais em Mato Grosso do Sul, principalmente os de Corumbá, não têm uma qualidade de vida inteligente e são explorados por meio de “intermediários”. Nesse sentido, ele considera que o mercado será para absorver esses profissionais, caso haja outra legislação.

“Se há peixe, temos o turista, que só pesca e fotografa o seu troféu e serviço nos barcos, onde estaremos a oferecer um serviço de qualidade”, acrescenta.

O empresário também lamentou o uso de artefatos destrutivos nos rios do Pantanal por meio do extrativismo, como gancho de galho, joão-bobo e palangre disfarçado. disse ele.

Este ano, o recém-criado Departamento de Pesca e Aquicultura apresentou o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Pesca Desportiva e Amadora, que visa formular políticas de governação fortes, integradas e inclusivas. O objetivo é a infraestrutura e promoção externa dos destinos, com faturamento estimado em R$ 2 bilhões condizente com o ano e a criação de 200 mil empregos.

O plano foi construído com a participação do setor pessoal de pesca esportiva e amadora e do Fórum Nacional de Secretários de Estado e Diretores de Turismo (Fornatur) com foco no mercado.

Frete zero em MS

No entanto, uma proposta não está no cronograma em Mato Grosso do Sul. Segundo o deputado Márcio Fernandes (MDB), que preside a Comissão de Políticas Agrícolas, Pecuárias, Agrárias Rurais e Pesqueiras da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), o fator sequer foi discutido ou articulado entre o Legislativo e o Executivo.

O Campo Grande News também entrou em contato com a Semadesc (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) nesta quinta-feira para comentar os efeitos imagináveis em Mato Grosso do Sul com as medidas aprovadas no estado vizinho, mas até a publicação deste caso não houve retorno. A área permanece aberta.

O pesquisador Thomaz Liparelli comenta que é da iniciativa da ALMT e que esperava a mesma lei proposta pelos parlamentares de Mato Grosso do Sul. “Na minha opinião, isso merece ser seguido também em Mato Grosso do Sul. No entanto, não vejo interesse do Poder Legislativo e principalmente do Executivo Estadual nesse enfrentamento, seja pelos custos políticos, seja pela falta de técnicos que possam tomar a iniciativa”.

Com 7. 292 pescadores profissionais, Mato Grosso do Sul tem o 5º menor número desse tipo de pessoal entre todos os entes federativos do país, segundo o último levantamento divulgado pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária). Supera Rondônia (6,6 mil), Roraima (5,7 mil), Goiás (3 mil) e o Distrito Federal (761).

Os estados são Pará (234,1 mil), Maranhão (173,6 mil) e Bahia (113,8 mil).

Dados da ANA (Agência Nacional de Águas) estimam que haja 8 mil pescadores na região do Pantanal entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Lá, o negócio movimenta cerca de 70 milhões de reais por ano.

No entanto, segundo a Federação dos Pescadores de Mato Grosso, 30% dos pescadores do estado de Mato Grosso são licenciados.

Redução das unidades populacionais de peixes

Para o presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo, o alívio dos peixes nos rios de Mato Grosso do Sul é evidente. É muito mais difícil pescar. “

Ele explica que tem parceria com o setor de pesca esportiva no estado e estima que cerca de 60% do público pratica luta livre e liberação. pescadores”.

Considera que a prioridade é, antes de considerar a proibição da pesca, proteger o ambiente. “A proibição da pesca tem um impacto socioeconômico. Ao longo dos anos, houve muito mais políticas extrativistas do que políticas de conservação. “

“Houve uma mobilização massiva de pesquisadores e outros atores conservacionistas contrários ao projeto. Há a mesma motivação, pois o que controla a pesca predatória é o controle. O momento, que é muito importante, é que estamos falando de uma política fragmentada na mesma bacia. É um erro pensar que vamos reconstituir as unidades populacionais quando, na verdade, queremos ter uma visão integrada de toda a bacia. A estrutura de discussão envolve querer falar em Mato Grosso do Sul.

Ele emite que há espécies que levam cerca de cinco anos para se desenvolver. Só no Rio Paraguai, diz ele, há cerca de cem problemas de obstrução. e tratamento do solo”.

Qualquer resolução remota é trivial se não for a ecofórmula, que são as outras variáveis. Não só a fórmula de ervas é a ecofórmula, mas vários pontos terão que ser equilibrados. Falamos em converter o sino de uma construção e não olhamos para as colunas”, diz o presidente do PHI, Ângelo Rabelo.

“Vivemos um tempo de muitas iniciativas, apesar de seus méritos, que são falsos, pois não se baseiam na coerência técnica indispensável para a boa resolução do desafio. Quanto à natureza, ela é mais sensível porque teremos que manter o ecossistema ambiental da natureza bem equilibrado para não termos um mínimo de estoques, acúmulo de piranhas, entre outros. “

Barragens e córregos

A motivação do PL é questionada por meio de notas técnicas baseadas em estudos clínicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que monitoram as bacias dos rios primários. A visão de outras entidades e do próprio Departamento de Pesca e Aquicultura é que barragens e cursos d’água representam maiores ameaças aos peixes.

O biólogo e ictiólogo Diego Zoccal García explica que os rios estão sujeitos a interferências humanas, como a estrutura de barragens, o desmatamento das margens dos rios, o uso de agrotóxicos, o advento de espécies exóticas e a pesca predatória. descontos em estoques pesqueiros, basicamente espécies migratórias, como dourada e pintada, por exemplo”.

Vale ressaltar que após solicitações feitas por meio do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc e do Imasul (Instituto Ambiental de Mato Grosso do Sul), o Governo Federal identificou a pichação como objeto de exploração e pesquisa.

A partir de agora, o governo federal, em colaboração com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), além da Semadesc e do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), avalia com frequência a execução do plano, podendo atualizá-lo sempre que necessário.

“Os peixes, na maioria das vezes, são percebidos como um recurso e não como membros da vida selvagem. Eles cumprem funções ecológicas vitais nos rios, controlam a cadeia alimentar, reciclam nutrientes, a qualidade da água e dispersam frutos e sementes”, diz o biólogo.

Quanto ao projeto, Garcia acredita que pode não ser suficiente para reparar os estoques de peixes, caso outros efeitos continuem nas bacias hidrográficas do estado. e o avanço dos critérios e legislações que protegem os recursos hídricos e os recursos hídricos de Mato Grosso e estados adjacentes, basicamente aqueles que são pensados como locais de desova e viveiros de peixes gramíneas”.

Além de proteger essas áreas, também é vital para locais já degradados e com pouca vegetação nas margens dos rios. Vale ressaltar também que os peixes não reconhecem as barreiras estaduais e os movimentos no nível da bacia terão que ser rastreados. diz o biólogo e ictiólogo Diego Zoccal García.

Decoada e piracema

A pesca no domínio da Decoada é proibida por lei. A pena para a pesca predatória é de reclusão em flagrante delito e, após julgamento, o usuário condenado poderá ser condenado a penas de um a três anos de prisão, além de pagar multa administrativa de R$ 700 a R$ 100 mil, mais R$ 10 de quilo de peixe, além da apreensão da embarcação. o motor, o veículo e tudo o que foi usado no crime.

Em Piracema, os cardumes sobem os rios até as nascentes onde são feitos os assentamentos e peixes de qualidade.

Desde 2020, os pescadores podem capturar apenas um exemplar de espécie de peixe local (por exemplo, pacu, pintado, cachara, jaú, entre outros), além de cinco exemplares de piranhas, dentro dos limites das medidas mínimas e máximas. Se a espécie capturada estiver fora dos tamanhos permitidos, deve ser liberada imediatamente no local. A pesca do dourada continua proibida até 2024, de acordo com a Lei 5231, Lei nº. 5321, de 10 de janeiro de 2019.

Para espécies exóticas não há cota, o pescador pode pegar a quantidade que puder capturar. As espécies exóticas (que não pertencem à fauna local) são o apaiari, bagre africano, robalo, carpa, carapau, sardinha de água doce, tilápia, tucunaré, zoiudo, tambaqui.

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