Após mais de seis anos de espera, os fiéis de Sena Madureira, interior do Acre, terão que parar no memorial que reúne o legado do padre Paolino Baldassari. A área foi inaugurada no dia 22 de junho no terreno da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, templo devoto que ele ajudou a construir e onde realizava as festas devotas da cidade. O padre, que morreu aos 90 anos em 2016, estava em processo de beatificação pelo Vaticano desde o ano passado.
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Anteriormente, no período de elaboração dos planos da estrutura, o recurso solicitado para a instalação do memorial era de aproximadamente R$ 600 mil.
Lá, estão expostos os pertences do padre, como a batina, os sapatos, a mala onde levava os remédios quando recebeu alta, a mesa e a maca onde atendeu Sena Madureira, o livro de orações e outros itens.
“Ao entrar no memorial, logo encontraremos uma reprodução de uma balsa, relembrando as longas viagens que fez pelos rios do Sena, trazendo conforto não secular, através dos sacramentos (batismo, matrimônio, confissão, eucaristia) e conforto físico através das consultas médicas soltas que fez com a população. Da mesma forma, o trench coat que ele usou na Novena de Maio será exposto”.
Na inauguração, o frei, que também é da Ordem das Servas de Maria em Sena Madureira, disse que na ocasião haverá uma festa de aniversário de inauguração que vai relembrar a vida do padre Paolino e a história da estrutura do memorial. Abençoando o local, a área é aberta ao público.
“Precisamos do tripé que sustentou toda a sua vida: a Eucaristia, o cuidado com os mais fracos e o amor ao Evangelho. Além disso, o memorial também virá com um acervo ilustrativo da presença da Ordem das Servas de Maria, da qual o irmão Paolino era membro, no estado do Acre, onde chegaram em 1920. Teremos também um acervo fotográfico que mostra a presença dos Servos de Maria Reparatrix que, em 1922, ingressaram na missão, auxiliando basicamente na caixa de educação”, disse.
O horário será de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, e aos sábados pela manhã.
Padre Paolino possivelmente seria o primeiro amazonense devoto a ser beatificado, o que elevará oficialmente o sacerdote ao prestígio de “Servo de Deus”. Ele morreu em 8 de abril de 2016 em Rio Branco e a devota vigília atraiu muitos outros para Sena. Madureira, município onde morou por mais de 40 anos.
Nascido em Bolonha, na Itália, chegou ao Brasil em 1950, aos 24 anos. Foi ordenado sacerdote 3 anos depois, em São Paulo. Em 1954 chegou ao Acre, onde fez pinturas devotas em Brasiléia e Sena Madureira, sendo basicamente culpado por mobilizar toda a rede de pinturas na estrutura da paróquia onde hoje está instalado o memorial.
Em 2017, inclusive, a prefeitura declarou o dia 8 de abril, data da morte do padre Paolino, feriado municipal. Mesmo após sua morte, o padre Paolino encorajou outros a fazerem o bem.
O processo de beatificação começou em maio do ano passado com uma cerimônia devota. Este ato é o primeiro passo oficial para a beatificação. No entanto, a convocação não é em vão. Vários estudos, estudos e análises têm sido realizados para garantir que a gestão chegue a esse estágio. A aprovação do Vaticano para a abertura do caso foi tomada em 2019.
Para ser declarado abençoado pelo caminho da igreja, é obrigatório realizar dois milagres que a ciência, a causa e a comissão clínica que não haveria outro caminho para que isso acontecesse se não houvesse intervenção divina por intercessão de uma pessoa, nesta matéria, o padre Paolino Baldassari.
Se milagres forem mostrados e o padre Paolino for declarado beato através da igreja, ele será o primeiro pároco da Amazônia a obter o título.
“Agora estamos em um momento, tão importante quanto, que é ouvir as testemunhas, as outras pessoas que viveram com o irmão Paolino e que podem testemunhar sua vida de santidade [. . . ] queremos pelo menos um milagre declarado para que ela possa ser declarada inteligente – aventureira, ou, em linguagem popular, beatificada, o que faz com que outras pessoas venham até nós para nos contar suas graças e milagres realizados por intercessão do Irmão Paolino para que possa ser estudado e, uma vez declarado o milagre, o Servo de Deus possa ser chamado de Beato Paolino Baldassarri”.
Além disso, duas encomendas de pintura para a causa, a antiga e a teológica. Segundo o pároco, a função dessas comissões é reunir documentos escritos e realizar pesquisas teológicas para ver se há algo contrário à fé católica.
“Em nossos corações, sabemos que nunca se ouviu falar dele nada que seja contrário à religião da Igreja, mas é um procedimento para verificar o que já temos certeza”, acrescentou.
*Por Renato Menezes, do g1 Acre