Corinthians levaria 10 anos para quitar suas dívidas e Atlético-MG acumula déficit do Brasil

Por: Agência Estado, 29/06/2023

Pontos fortes

Campinas, SP, 29 anos – Cada vez mais no dia a dia dos clubes, o financiamento é uma coisa na progressão do futebol brasileiro. Em meio a propostas de investimento de capital estrangeiro pelos direitos publicitários do Campeonato Brasileiro, clubes como Corinthians, Atlético-MG e Cruzeiro seguem como um dos mais endividados do país. Além disso, somente na edição de 2022 do feriado nacional foram arrecadados R$ 6,9 bilhões.

Palmeiras, Corinthians e São Paulo foram responsáveis por 49% da receita do futebol no ano passado. Mas, pela primeira vez, as dívidas dos clubes chegaram a R$ 10 bilhões. Corinthians e Atlético-MG são os mais sensíveis nesse ranking negativo.

Isso se reflete no “Relatotório Convocados 2023: Finanças, História e Mercado do Futebol Brasileiro”, elaborado pelo economista Cesar Grafietti, em parceria com a OutField e a Galapagos Capital. O documento aborda as facetas monetária e organizacional dos clubes, sendo fonte de referência para avaliar a funcionalidade e viabilidade monetária do futebol brasileiro. Os números são baseados nas demonstrações financeiras e folha de pagamento das equipes, divulgadas na temporada passada.

A edição abrange o último ano do futebol, que foi o primeiro a voltar ao “normal” desde a pandemia. O ano de 2022 também viu o impacto das Sociedades Anônimas de Futebol (SAF) no país: Cruzeiro, Botafogo e Vasco estavam entre os grupos que vão impactar esse novo estilo de futebol seguido em 2021.

“O relatório Convocado é uma ferramenta anual vital para percebermos o cenário monetário existente do futebol no Brasil. Proporciona conhecimento que nos permite avaliar a funcionalidade e a sustentabilidade dos clubes, colaborando com a tomada de decisões estratégicas, seja por meio dos próprios grupos ou investidores percebendo um mercado complexo e emergente”, explica Cesar Grafietti.

No ano passado, os clubes da Série A gastaram cerca de R$ 3400 milhões em salários e outros R$ 1400 milhões em contratações. Nacionalmente, o ano registrou um número recorde de clubes profissionais no país. Incluindo todas as federações, 722 grupos disputam um campeonato profissional de pontos. “A lei da SAF permitiu novos investimentos no futebol, de grupos voltados para a progressão do futebol de base e clubes educacionais. As pessoas também veem a indústria do futebol”, diz Grafietti.

Os 20 clubes da Série A acumularam R$ 6,915 bilhões em 2022. O valor é inferior aos R$ 6,939 bilhões de 2021, primeiro ano com retorno do público aos estádios após a pandemia da covid-19. Esses valores constituem as vendas dos atletas. Sem eles, houve um acúmulo de R$ 50 milhões de um ano para o outro. Os direitos de transmissão (40%) continuam a representar a maior percentagem desses lucros.

Entre os 20 clubes da Série A neste ano, o Flamengo é o que acumula receita, com 1,17 bilhão de reais na temporada passada. Somado às receitas do Trio de Ferro -Palmeiras, Corinthians e São Paulo- em 2022, o valor corresponde a 49% do total de R$ 6,915 bilhões arrecadados. Depois, uma organização de sete clubes responde por 35% do total: Atlético-MG, Internacional, Red Bull Bragantino, Fluminense, Santos, Athletico-PR e Fortaleza.

Flamengo e Corinthians são os mais sensíveis ao índice de ganhos recorrentes, que não vem com as vendas de atletas. Ambos os grupos aumentaram os lucros em mais de 20% em 2021: 23% e 26%, respectivamente. O número de grupos depende da bilheteria, do fã-clube. sistemas e, novamente, direitos de transmissão. Esses são apenas alguns dos argumentos para que os times, que têm a maior torcida do país, consigam mais na composição da nova liga.

Flamengo e Corinthians arrecadaram R$ 199 milhões e R$ 129 milhões, respectivamente, com sistemas de algemas e caixas na temporada passada. Além disso, eles determinaram o público médio do festival: 51. 000 e 38. 000 entusiastas, dependendo do jogo. O gestor de investimentos americano Serengeti é culpado de propor R$ 4,85 bilhões à Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) por 20% dos direitos publicitários de uma liga unificada imaginável de 40 clubes do futebol brasileiro. Esse valor equivale a 60% da arrecadação das séries A e B da seleção brasileira. O campeonato do ano passado e marca um ponto de viragem para o futebol nacional.

A temporada passada mostrou uma forte tendência dos clubes investirem em seus elencos profissionais. Em 2022, o preço ultrapassou R$ 1,3 bilhão, o maior da história do futebol nacional: 46% a mais que a marca de 2021. Impulsionado pela SAF do Botafogo, que mobilizou seus investimentos de 3880% nos últimos dois anos, e pelo Flamengo.

O investimento nas categorias principais e na infraestrutura dos clubes estagnou no ano passado. No total, foram investidos R$ 455 milhões nos espaços durante o ano; em 2021, os valores chegaram a R$ 468 milhões.

Considerando o período dos últimos cinco anos, o Flamengo foi a entidade esportiva que mais investiu em sua base (R$ 184 milhões). No mesmo período, teve seu período de maior sucesso: duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros e a Copa do Brasil, amparada no lucro gerado pela venda de seus atletas – cerca de R$ 560 milhões.

“A gente vê um imediatismo desse cenário, onde os clubes têm que ganhar, têm que contratar jogadores para resolver o desafio agora. Muitos vendem a longo prazo para apagar o passado”, diz Pedro Oliveira, cofundador da OutField.

De acordo com as projeções do Relatório ao qual o Estadão teve acesso, a tendência é que a arrecadação da Série A continue crescendo até 2024, chegando a um preço próximo a R$ 7,7 bilhões. Na mesma medida, a dívida do clube deve se acumular em tendência de alta, como observado desde o início da pandemia. Em 2022, os preços ultrapassaram R$ 10 bilhões pela primeira vez na história. Desde 2019, último ano antes da pandemia, houve um acúmulo de 31% no valor da dívida do clube.

Em 2022, observou-se uma tendência no acúmulo de despesas e preços dos clubes brasileiros nesta temporada: R$ 5,053 bilhões, 9,4% a mais que no ano passado (R$ 4,6 bilhões). Flamengo, Corinthians e Botafogo são os grupos que trabalham suas contas acima de suas receitas

O Atlético-MG aparece no rating como o clube com a dívida líquida do futebol brasileiro – em torno de R$ 1,5 bilhão – seguido pelo Corinthians (R$ 1,020 milhão), que segue sem solução, e pelo Cruzeiro (R$ 800 milhões). Entre os clubes da Série A, apenas Flamengo, Coritiba e Cuiabá reduziram suas dívidas no ano passado. No caso da equipe paranaense, isso se deve a um procedimento de suspensão de pagamentos.

“Esperávamos que muitos clubes aumentassem suas dívidas em 2022, depois de dois anos afetados pela pandemia”, diz Grafietti. “Ver o acúmulo de dívidas é surpreendente, tendo em vista que houve um acúmulo na receita do clube. Atlético-MG e Corinthians passam por situações delicadas, pois nasceram da falta de dinheiro. Algo que não é incomum no futebol, que vive uma verdade à parte.

Como exercício, o relatório mostra o tempo, tomando a média anual de receita dos últimos 4 anos, que os clubes da Série A levariam para pagar suas dívidas. O exercício considera uma situação em que 20% dessa fonte de renda está acostumada exclusivamente a dúvidas. O Atlético-MG, com seus chefes – Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador – levaria 21 anos para se livrar de seu déficit multimilionário.

Além do clube mineiro, dono da maior dívida do país, Cruzeiro, Botafogo e Vasco, a SAF, levaria entre 17 e 20 para acertar as contas. Isso porque, nesses casos, somam-se as dívidas do futebol e das associações. Além disso, no caso do time mineiro, as receitas foram impactadas pela disputa da Série B, com transferências de direitos de transmissão e patrocínios abaixo da elite do país.

Todos esses clubes têm suas dívidas classificadas como “preocupantes”, de acordo com o relatório. Na mesma linha, o Corinthians é o clube, entre os 4 grandes do estado de São Paulo, que levaria mais tempo para lavar seu balanço: nove anos e cinco meses, para uma dívida líquida de R$ 1,03 bilhão. A diretoria corintiana entrou em contato para se posicionar sobre as finanças, mas não respondeu à reportagem até a publicação. Se uma reação for recebida, o artigo será atualizado.

“Quando leva 20 anos para quitar dívidas, você vê a complexidade do cenário. Na realidade não existem esses vencimentos, mas o ideal é ter um reajuste das dívidas de curto e longo prazo”, explica Grafietti. É até injusto comparar o cenário de Cruzeiro e Botafogo com o de outros clubes, pois eles estão passando por um processo de reestruturação de suas dívidas após a SAF.

John Textor, dono do Botafogo, criticou a lei da SAF no início deste ano. lei como foi criada”, criticou o empresário no site Fogão Net. “Acho que queremos lidar com a SAF e não nos preocupar com os distúrbios do passado. parte desses 20% da lei da SAF, e não interferir no funcionamento do futebol.

O preço do time alvinegro é listado como um “ponto de atenção” por meio da reportagem, já que se trata da fortuna esportiva inteligente e das maiores receitas da temporada passada, quando o time chegou à final da Copa do Brasil, quartas de final da Libertadores e quarta posição no BrasileirãoEm 2023, A tendência é para a ampliação da dívida, já que o time não passa por um bom momento e deve terminar o ano sem títulos.

São Paulo e Santos têm situações mais favoráveis, cerca de sete anos para cobrir suas dívidas nesse cenário. Entre os gigantes estaduais, o Palmeiras é o mais favorável e quitaria suas dívidas em no máximo 3 anos se seguisse o estilo teórico. proposta através do relatório.

Atlético-MG – 20,9 anos

Cruzeiro – 20 anos

Botafogo – 18,8 anos

Basco – 17,5 anos

Red Bull Bragantino – 12 anos

Fluminense – 10,3 anos

Corinthians – 9,4 anos

Atlético-PR – 8,8 anos

Coritiba – 8,7 anos

Bahia – 8,1 anos

América-MG – 7,6 anos

Internacional – 7,3 anos

São Paulo – 6,9 anos

Santos – 6,9 anos

Grêmio – 3,7 anos

Palmeiras – anos

Bastion – 1,8 anos

Flamenco – 1,6 anos

Goiás – 1,2 anos

Cuiabá – dois meses

Por: Agência Estado, 29/06/2023

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