Preso na Operação Gaeco é irmão de ‘predador’ do Judiciário

Três presos provisórios da Operação Golpe, realizada por meio do Gaeco (Grupo de Ação Especial de Repressão ao Crime Organizado), também foram detidos ilegalmente em posse de arma de fogo na cidade de Iguatemi, um dos principais centros de atuação. Thiago Cardoso Ramos, 37, Evelym Almeida Barbosa, 32, e Luana Venturini Militiz estavam na casa quando foram abordados.

Agentes policiais da Coordenação do Exército em Iguatemi acompanharam Gaeco nos mandados de busca, apreensão e prisão na casa de Thiago e Evelym. Ao ser questionado se tinha armas, ele levou os policiais até o quarto do casal e o revólver Smith.

Thiago, que é advogado e irmão de Luiz Fernando Cardoso Ramos, que também é investigado pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul) por mau exercício de carreira, disse à polícia que a arma ainda não estava registrada e não tinha documentação da arma.

Outra presa Luana Venturini Militiz, que também estava na casa quando a polícia militar do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) chegou, no bairro Vila Rosa. Ele disse ser soldado do Exército Brasileiro e que a arma apreendida, uma Array38 Rossi, seria um legado do sogro, que já morreu. Havia cinco munições intactas no armamento.

Todos foram encaminhados para a delegacia de Polícia Civil de Iguatemi e submetidos a perícia.

Cardoso Ramos – Luiz Fernando já foi perseguido pelo Gaeco no estado vizinho de Mato Grosso e segue processado no Tribunal de Ética da OAB/MS. Também foi tema de reportagem na TV Bandeirantes sobre a lei dos predadores no fim de 2021.

Uma investigação em abril do ano passado por meio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul reconheceu o advogado como um dos principais culpados da chamada “defesa criminal”, que chega a apresentar acusações ou milhares de ações repetitivas, ou seja, com o mesmo objeto, mas com outros autores.

Na ocasião, o TJMS demonstrou que defesa predatória é o “ajuizamento de instâncias fabricadas em lotes massivos de ações judiciais, ajuizadas por meio de alguns escritórios de advocacia que praticam a captação de clientes em massa”.

O relatório do TJ menciona que o profissional com 40 mil ações “esteve envolvido em manobra fraudulenta no Poder Público praticada no serviço extrajudicial do estado de MS”, em especial da Iguatemi.

Na ocasião, levantando a ausência de qualquer irregularidade, o advogado disse que a Justiça está mais animada com os estabelecimentos bancários e sob pressão de que o valor da restituição aos consumidores só diminuiu a partir de 2017, trazendo à tona condenações que no passado somavam R$ 15 mil por danos éticos, foi para R$ 500.

“Eles comunicam muitos números. Mas garanto que se ainda tivessem condenado os bancos a R$ 15 mil, R$ 20 mil, R$ 30 mil como acontece em outros tribunais, não teria havido mais de 40 mil julgamentos. Porque o banco teria vergonha. É simples criticar o volume quando você condena um aposentado, o deficiente, a ganhar 500 reais em danos éticos”, disse na ocasião.

Operação – Advogados, eleitos e funcionários são alvos da Operação Golpe apresentada por meio do Gaeco nesta quarta-feira. Eles são investigados por aplicar golpes em bancos e clientes, o que representa um prejuízo de R$ 190 milhões. Hoje, 39 mandados de prisão preventiva e 51 mandados de busca e apreensão foram expedidos em Mato Grosso do Sul e em outros sete estados brasileiros.

Sobre a Advogacia Cardoso e Ramos, suas atividades e grupos nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *